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"O Grêmio hoje não tem receita. Paga para jogar", diz Fábio Koff

Ex-presidente do Grêmio falou ao colunista Roberto Alves, do Diário Catarinense


Fonte: Diário Gaucho

O Grêmio hoje não tem receita. Paga para jogar, diz Fábio Koff
Foto: Ricardo Duarte / Agencia RBS

Uma conversa com o ex-presidente e homem forte do Grêmio, Fábio Koff, 83, é uma aula de conhecimento dos meandros do futebol brasileiro e um aprendizado a qualquer profissional do ramo. No último sábado, o reencontrei em Jurerê, em companhia do ex-presidente do Avaí José Bastos e do médico Francisco Baptista Neto, o anfitrião, que anualmente nos recebe em sua casa para uma degustação de um prato baiano para um grupo seleto de convidados no qual orgulhosamente estou incluído.

Na conversa, Koff, que encerrou há pouco dois anos na presidência do Grêmio, demonstrou preocupação com a crise financeira do futebol brasileiro e o consequentemente enfraquecimento dos clubes.


E também falou de uma possível parceria entre Grêmio e Avaí, que eu havia dado na coluna recentemente após uma reunião entre Koff e diretores avaianos. O objetivo seria uma parceria formal onde o dirigente gaúcho colocaria seu time à disposição do Avaí dentro das possibilidades. Parece que o Avaí não entendeu o alcance do apoio e o assunto não evoluiu. Mas durante o bate-papo surgiu uma nova possibilidade.

Do começo em 1998 ao amigo em comum

O nome Koff é uma história dentro do Grêmio e seu legado no clube é forte. Em 1998 me aproximei dele quando chefiou a delegação brasileira na Copa da França. Aliás, mesmo que o Brasil vencesse os franceses na final iríamos nos incomodar.

Koff estava na tribuna quando recebeu uma ligação com 20 minutos de jogo: "A França acaba de entrar com protesto na Fifa contra o Brasil". Tudo por causa da escalação de Edmundo na vaga de Ronaldo Fenômeno que teria sofrido uma convulsão no dia do jogo, mas acabou sendo liberado e atuou naquela partida.

Descobri sua amizade com o médico psiquiatra Francisco Baptista Neto de quem fui assessor de imprensa na Fundação Municipal de Esportes de Florianópolis. A partir daí passei a conhecer melhor e penso que ganhei a confiança de um dirigente cuja historia é rica no futebol brasileiro.

Confira os principais momentos desta entrevista exclusiva à coluna.

E o futebol brasileiro, Dr. Fábio?
À beira da falência. Vejo um futuro nebuloso para o futebol brasileiro dado o volume de recursos que os grandes clubes estão envolvidos. Eles devem vultuosas somas. Vejo o Corinthians como o mais preocupante. Muita dívida e pouca receita.

Vão falir todos?
Por incrível que pareça vejo o Flamengo como um dos que podem se salvar. Dos grandes é o que tem melhor futuro por conta de uma nova gestão financeiramente cuidadosa que valoriza a marca Flamengo.

E o Grêmio?
A construção da Arena na forma como foi posta nos deixou em situação difícil. O Grêmio hoje não tem receita. Paga para jogar. O Grêmio pagava R$ 44 milhões para a OAS pela manutenção da Arena. Na revisão do contrato baixei para R$ 12 milhões e precisamos chegar a R$ 5 milhões no máximo. É uma situação delicada.

E a folha salarial do seu cube também não é exagerada?
É insuportável e absolutamente inviável para manter o clube. Já baixamos muito e vamos continuar mexendo nela. Aliás, é o que todos os grandes clubes brasileiros precisam fazer.

E a parceria com o Avaí?
Não evoluiu. Estou à disposição do Avaí. Tenho meios de ajudar até em agradecimento à honraria que recebi do clube ao tempo do Dr. Zunino (diz em referência à medalha Saul Oliveira, honraria recebida do clube).

Como seria?
Estou colocando o Grêmio à disposição para um amistoso festivo dia 28 de janeiro na Ressacada sem custo (só pela despesa) para que o Avaí faça a apresentação de seus novos contratados.


E jogadores?
Quando mandei Marquinhos recebi Wallace, hoje um jogador procurado até internacionalmente. Quero retribuir. (Neste momento Koff é colocado ao telefone com o diretor de Esportes do Avaí, Carlos Arini. Na conversa, o dirigente gremista oferece um lateral chamado Moisés que atuou pelo Goiás e está indo para o Santa Cruz, mas que irá segurar o atleta até segunda [hoje] ou terça-feira [amanhã] para o Avaí se manifestar. Sem custos. O telefone desliga).

O que achou do Arini?
Acho que falei com o cara certo. Arini tem tudo para ajudar o Avaí.





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