Foto: Lucas Uebel
Renato superou a marca de outro técnico histórico do Grêmio, Oswaldo Rolla, o Foguinho, com 383 jogos no comando gremista. A partida de número 384 foi contra o Goiás, justamente contra o mesmo adversário que abriu a contagem, em 2010, na sua primeira passagem como técnico do clube.
Técnicos com mais jogos pelo Grêmio
Renato Portaluppi - 384 jogos
Oswaldo Rolla - 383 jogos
Felipão - 364 jogos
Telêmaco Frazão de Lima - 334 jogos
Carlos Froner - 320 jogos
A convite do ge e da RBS TV, a filha Carol e jogadores que trabalharam com o treinador em suas três passagens pelo clube prestaram homenagens ao relembrar grandes momentos e frases marcantes do técnico.
Atacante do Grêmio em 2010, Jonas recorda as brincadeiras e o clima no vestiário com o técnico. Já o volante Ramiro e o lateral Edílson, campeões da Libertadores em 2017, lembram também os ensinamentos do treinador. E a filha Carol conta como é o técnico na intimidade.
Frases marcantes
"'Volto a repetir', 'o Grêmio é o melhor futebol', aquela coisa do 'Grêmio vai voltar', quando está mal ele fala isso. O Renato sempre passava confiança, por mais que falasse isso na imprensa, ele abraçava o grupo. Dos treinadores que trabalhei, ele fazia uma gestão muito legal. É difícil trabalhar com 20 a 30 jogadores. Claro que aqueles que não jogavam ficavam tristes. Mas ele lidava bem isso, cobrava quando tinha que cobrar, cuidava dos detalhes. Eu percebia que o ambiente com o Renato era muito saudável. Ele falava: 'Tem hora que tem que dar carinho para o jogador'. Ele faz muito isso." (Jonas, ex-atacante do Grêmio)
"São várias (frases) que eu levo para a vida. Ele falava muito: não dar as costas para a bola. Ele dava um exemplo de você estar no shopping com seu filho, se tirar os olhos dele, ele some. O 'confia desconfiando'. 'É o que eu falo: ela (a bola) chega', quando o zagueiro adversário fura, para a gente estar a todo momento concentrado." (Ramiro, volante do Corinthians)
"A gente sabe que a imprensa do Sul é muito forte. E a todo momento ele é aquele paizão, defendendo o grupo a todo momento. Esse 'confio no meu grupo' é bem isso, do pai defender o filho. Ele externa de dentro para fora, esse 'meu grupo é maravilhoso', a palavra dele é muito forte sempre. 'Volto a repetir' também é uma frase que ele fala a todo momento. Tem outra: 'Olho no peixe e outro no gato'. Nosso time de 2016 e 2017 jogava o melhor futebol do Brasil sem sombra de dúvidas. Nosso time jogava demais. Vou dar uma de Renato agora (risos). Ele é muito inteligente em todas respostas dele." (Edílson, lateral do Avaí)
"'Eu confio no meu grupo' me remete muito as coletivas dele. Aqui, entre as pessoas íntimas, a gente brinca muito quando joga futevôlei: 'Eu confio muito no meu grupo, confio na minha dupla'. Dá para zoar ele. Mas é legal, né? Tem uma... 'É aquilo que eu falo para vocês' (risos). Essa ele fala demais. Ele usa comigo o tempo inteiro! Estamos vendo TV às vezes, aqueles canais de vida animal. Eu falo: 'Esse animal aqui não vai pegar o outro'. Aí ele fala: 'Vai, vai pegar'. E o animal pega. Ele fala: 'É isso que eu falo para você, Carol'. E eu falo: 'Entendi'. Então, ele sabe de tudo, sempre." (Carol Portaluppi, filha do técnico)
Momentos marcantes
"Em 2010 eu vivia meu melhor momento, brigava pela artilharia do Brasileiro e ele dizia: 'Quem viu a 7 com Renato, ter que ver com o Jonas (risos)'. Na época, tinha uma placa no Olímpico: Grêmio Campeão do Mundo. Depois do treino, ele olhava: 'Estão vendo aquelas letras? Eu que fiz'. Ao mesmo tempo que sacaneava, era uma forma saudável de deixar o ambiente descontraído". (Jonas)
"Estavam eu, Jonas, Fábio Santos e Douglas. Ele (Renato) olha para o Jonas e fala: 'O que você fazia com 18 anos?'. O Jonas, bem humilde, fala: 'Pô, professor, estava estudando, fazendo farmácia'. E ele responde: 'É... Está vendo aquela placa ali? Então, com 18 anos eu estava sendo campeão mundial (risos)'. Essas histórias são magníficas. Quem teve o prazer em conviver com um cara desses, vencedor como jogador, está sendo como treinador, é maravilhoso. É um aprendizado gigante." (Edílson)
"Em 2013, depois do jogo com o Criciúma, a gente perde, eu joguei sozinho de volante. No dia seguinte ele me encontrou e falou: 'Você me surpreendeu. Só preciso que você faça esse jogo, mais nada'. Tem aquelas resenhas, uma que a gente se divertia bastante era do DVD. Ele falava: 'Vou te dar meu DVD garoto, para você aprender alguma coisa'. Era dessa forma que a gente tinha momentos de cobrança, mas ele levava o vestiário de maneira muito leve." (Ramiro)
"Uma característica que meu pai tem de falar, de motivar, que ele usa tanto para os jogadores quanto para mim, é de falar motivando. Ele fala: 'É desse jeito que o papai gosta'. Para os jogadores ele fala tipo: 'É assim que gosto de ver vocês'. Quando eu tento fraquejar, ele fala: 'Você não pode fraquejar agora, não é a hora'. Foram raríssimos os momentos que eu presenciei ou vi ele passando uma fraqueza. Já vi meu pai chorar. Mas ele sempre tenta não mostrar para as pessoas que está triste, para não entristecer os outros. O momento mais emocionante que eu tive com ele, em que ele mais se apoiou em mim, foi quando teve a estátua. Aí ele chorou, apertava minha mão, me abraçava. Claro que não foi um momento triste, foi muito emocionante. Ele não conseguiu conter. Aquilo me deixou ainda mais emocionada, porque aquela troca de sentimentos foi incrível." (Carol)
Gratidão ao professor
"Renato, estou te mandando um grande abraço. Sou muito grato por ter trabalhado com você na época do Grêmio, acabei jogando meu melhor futebol, desenvolvendo minha melhor fase. Você foi um treinador que me ajudou muito, me fez crescer. Depois, realizei um sonho meu que era jogar na Europa. Tenho muito a agradecer ao Grêmio, a você e á torcida. Fique com Deus. Sucesso sempre!" (Jonas)
"O Renato é a história do Grêmio, desde jogador, pelas conquistas, polêmicas. Ele marcou muito como jogador e treinador. Vai ficar para sempre na história. Quando eu pendurar as chuteiras, vou poder contar muitas histórias do que vivi com ele." (Ramiro)
"Professor, queria parabenizar você por essa marca histórica no Grêmio. Você foi para todos os gremistas e quem te acompanhou um dos maiores jogadores da historia do Grêmio e está sendo como treinador agora também um dos maiores. Seu grande legado para mim é esse espírito vencedor. Que venham 500, 600 jogos. Deus abençoe." (Edílson)
"Meu pai tem um estilo bem irreverente. Ele fala para mim: 'Carol, você é filha única de certa forma. Mas você tem tipo 30, 40 irmãos'. Ele é um técnico na beira de campo e nos bastidores ele é um paizão. A gente brinca com essas frases dele, dá risada, faz meme. Mas, no vestiário, se tiver que chorar junto, ele vai chorar. Porque o futebol vai muito além do futebol para ele. Eu vi poucas pessoas levarem a profissão tão a sério quanto ele. O mundo pode estar acabando e ele tem aquele compromisso de ter o treino, o lanche, o jogo. A soma de tudo aquilo é o que dá o resultado. Ele é bem sistemático. Isso faz o grupo ficar tão unido. Isso mostra a quantidade de títulos, quantidade de resultados positivos. A gente está aqui celebrando, fazendo homenagem. Ele tem um jeito durão, mas ao mesmo tempo bem mole, no bom sentido. Um jeito bem paizão de todo mundo. Eu tenho muito orgulho de poder dividir ele com vocês todos. Porque ele é de ouro mesmo." (Carol)
Grêmio, Renato Gaúcho, Recorde, Homenagens
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Atacante do Grêmio em 2010, Jonas recorda as brincadeiras e o clima no vestiário com o técnico. Já o volante Ramiro e o lateral Edílson, campeões da Libertadores em 2017, lembram também os ensinamentos do treinador. E a filha Carol conta como é o técnico na intimidade.
Frases marcantes
"'Volto a repetir', 'o Grêmio é o melhor futebol', aquela coisa do 'Grêmio vai voltar', quando está mal ele fala isso. O Renato sempre passava confiança, por mais que falasse isso na imprensa, ele abraçava o grupo. Dos treinadores que trabalhei, ele fazia uma gestão muito legal. É difícil trabalhar com 20 a 30 jogadores. Claro que aqueles que não jogavam ficavam tristes. Mas ele lidava bem isso, cobrava quando tinha que cobrar, cuidava dos detalhes. Eu percebia que o ambiente com o Renato era muito saudável. Ele falava: 'Tem hora que tem que dar carinho para o jogador'. Ele faz muito isso." (Jonas, ex-atacante do Grêmio)
"São várias (frases) que eu levo para a vida. Ele falava muito: não dar as costas para a bola. Ele dava um exemplo de você estar no shopping com seu filho, se tirar os olhos dele, ele some. O 'confia desconfiando'. 'É o que eu falo: ela (a bola) chega', quando o zagueiro adversário fura, para a gente estar a todo momento concentrado." (Ramiro, volante do Corinthians)
"A gente sabe que a imprensa do Sul é muito forte. E a todo momento ele é aquele paizão, defendendo o grupo a todo momento. Esse 'confio no meu grupo' é bem isso, do pai defender o filho. Ele externa de dentro para fora, esse 'meu grupo é maravilhoso', a palavra dele é muito forte sempre. 'Volto a repetir' também é uma frase que ele fala a todo momento. Tem outra: 'Olho no peixe e outro no gato'. Nosso time de 2016 e 2017 jogava o melhor futebol do Brasil sem sombra de dúvidas. Nosso time jogava demais. Vou dar uma de Renato agora (risos). Ele é muito inteligente em todas respostas dele." (Edílson, lateral do Avaí)
"'Eu confio no meu grupo' me remete muito as coletivas dele. Aqui, entre as pessoas íntimas, a gente brinca muito quando joga futevôlei: 'Eu confio muito no meu grupo, confio na minha dupla'. Dá para zoar ele. Mas é legal, né? Tem uma... 'É aquilo que eu falo para vocês' (risos). Essa ele fala demais. Ele usa comigo o tempo inteiro! Estamos vendo TV às vezes, aqueles canais de vida animal. Eu falo: 'Esse animal aqui não vai pegar o outro'. Aí ele fala: 'Vai, vai pegar'. E o animal pega. Ele fala: 'É isso que eu falo para você, Carol'. E eu falo: 'Entendi'. Então, ele sabe de tudo, sempre." (Carol Portaluppi, filha do técnico)
Momentos marcantes
"Em 2010 eu vivia meu melhor momento, brigava pela artilharia do Brasileiro e ele dizia: 'Quem viu a 7 com Renato, ter que ver com o Jonas (risos)'. Na época, tinha uma placa no Olímpico: Grêmio Campeão do Mundo. Depois do treino, ele olhava: 'Estão vendo aquelas letras? Eu que fiz'. Ao mesmo tempo que sacaneava, era uma forma saudável de deixar o ambiente descontraído". (Jonas)
"Estavam eu, Jonas, Fábio Santos e Douglas. Ele (Renato) olha para o Jonas e fala: 'O que você fazia com 18 anos?'. O Jonas, bem humilde, fala: 'Pô, professor, estava estudando, fazendo farmácia'. E ele responde: 'É... Está vendo aquela placa ali? Então, com 18 anos eu estava sendo campeão mundial (risos)'. Essas histórias são magníficas. Quem teve o prazer em conviver com um cara desses, vencedor como jogador, está sendo como treinador, é maravilhoso. É um aprendizado gigante." (Edílson)
"Em 2013, depois do jogo com o Criciúma, a gente perde, eu joguei sozinho de volante. No dia seguinte ele me encontrou e falou: 'Você me surpreendeu. Só preciso que você faça esse jogo, mais nada'. Tem aquelas resenhas, uma que a gente se divertia bastante era do DVD. Ele falava: 'Vou te dar meu DVD garoto, para você aprender alguma coisa'. Era dessa forma que a gente tinha momentos de cobrança, mas ele levava o vestiário de maneira muito leve." (Ramiro)
"Uma característica que meu pai tem de falar, de motivar, que ele usa tanto para os jogadores quanto para mim, é de falar motivando. Ele fala: 'É desse jeito que o papai gosta'. Para os jogadores ele fala tipo: 'É assim que gosto de ver vocês'. Quando eu tento fraquejar, ele fala: 'Você não pode fraquejar agora, não é a hora'. Foram raríssimos os momentos que eu presenciei ou vi ele passando uma fraqueza. Já vi meu pai chorar. Mas ele sempre tenta não mostrar para as pessoas que está triste, para não entristecer os outros. O momento mais emocionante que eu tive com ele, em que ele mais se apoiou em mim, foi quando teve a estátua. Aí ele chorou, apertava minha mão, me abraçava. Claro que não foi um momento triste, foi muito emocionante. Ele não conseguiu conter. Aquilo me deixou ainda mais emocionada, porque aquela troca de sentimentos foi incrível." (Carol)
Gratidão ao professor
"Renato, estou te mandando um grande abraço. Sou muito grato por ter trabalhado com você na época do Grêmio, acabei jogando meu melhor futebol, desenvolvendo minha melhor fase. Você foi um treinador que me ajudou muito, me fez crescer. Depois, realizei um sonho meu que era jogar na Europa. Tenho muito a agradecer ao Grêmio, a você e á torcida. Fique com Deus. Sucesso sempre!" (Jonas)
"O Renato é a história do Grêmio, desde jogador, pelas conquistas, polêmicas. Ele marcou muito como jogador e treinador. Vai ficar para sempre na história. Quando eu pendurar as chuteiras, vou poder contar muitas histórias do que vivi com ele." (Ramiro)
"Professor, queria parabenizar você por essa marca histórica no Grêmio. Você foi para todos os gremistas e quem te acompanhou um dos maiores jogadores da historia do Grêmio e está sendo como treinador agora também um dos maiores. Seu grande legado para mim é esse espírito vencedor. Que venham 500, 600 jogos. Deus abençoe." (Edílson)
"Meu pai tem um estilo bem irreverente. Ele fala para mim: 'Carol, você é filha única de certa forma. Mas você tem tipo 30, 40 irmãos'. Ele é um técnico na beira de campo e nos bastidores ele é um paizão. A gente brinca com essas frases dele, dá risada, faz meme. Mas, no vestiário, se tiver que chorar junto, ele vai chorar. Porque o futebol vai muito além do futebol para ele. Eu vi poucas pessoas levarem a profissão tão a sério quanto ele. O mundo pode estar acabando e ele tem aquele compromisso de ter o treino, o lanche, o jogo. A soma de tudo aquilo é o que dá o resultado. Ele é bem sistemático. Isso faz o grupo ficar tão unido. Isso mostra a quantidade de títulos, quantidade de resultados positivos. A gente está aqui celebrando, fazendo homenagem. Ele tem um jeito durão, mas ao mesmo tempo bem mole, no bom sentido. Um jeito bem paizão de todo mundo. Eu tenho muito orgulho de poder dividir ele com vocês todos. Porque ele é de ouro mesmo." (Carol)
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