Roger Machado abre o jogo durante entrevista, explica oscilação no início da Série B e diz que já tem estratégia em mente para vencer o Cruzeiro

Antes do maior desafio no ano, treinador concedeu entrevista exclusiva ao ge, projetou o jogo contra o líder e fez uma avaliação do seu time na competição


Fonte: globoesporte.globo.com

Roger Machado abre o jogo durante entrevista, explica oscilação no início da Série B e diz que já tem estratégia em mente para vencer o Cruzeiro
O Grêmio terá neste domingo, às 16h, o desafio mais difícil na Série B. Com dez pontos atrás, o time de Roger Machado recebe o líder Cruzeiro para dar um passo importante na busca pelo acesso e almejar a briga pelo título. Em entrevista exclusiva ao ge, o treinador afirmou que a equipe “entendeu” a competição e está otimista e confiante para buscar a vitória diante de 50 mil torcedores.



O duelo válido pela 25ª rodada é o famoso jogo de Série A. Um clássico de duas camisas pesadas, repletas de conquistas no futebol brasileiro e sul-americano. Juntos, somam 11 títulos de Copa do Brasil, seis Brasileiros e cinco Libertadores.

Além disso, é o líder do campeonato contra uma equipe que busca entrar na disputa pela ponta após se consolidar no G-4. A Arena estará lotada. Com todos os ingressos esgotados, a expectativa é de recorde de público na temporada. São fatores que comprovam a relevância deste clássico independente da divisão.

Para Roger, é o típico "jogo de seis pontos", já que ambos brigam pelos mesmos objetivos dentro da competição. O histórico entre eles, a situação na tabela e o momento de cada time aumentam ainda mais o ambiente de grande espetáculo.

"A semana abriu com muito otimismo e confiança e os jogadores trabalhando muito concentrados para um jogo como esse, que todo mundo estará vendo" — Roger Machado

Depois de passar por um momento de irregularidade, Roger encontrou o melhor esquema tático e o time engrenou na Série B. A equipe passou a ganhar todos jogos na Arena e complementou a campanha com empates fora, o que fez o Tricolor voltar ao G-4 e chegar à vice-liderança, alternando com Bahia.

Mas a regularidade vai além disso. A retomada na tabela de classificação passou pelo conhecimento da competição. No entendimento de Roger, o fato do Cruzeiro estar na 3ª edição seguida na segunda divisão colaborou para a campanha de alto nível em 2022.

- O fato de conhecer a competição é um fator importante dentro do processo e ela também está associada a você ter um entendimento da divisão que está jogando. É diferente. A bola passa menos pelo meio, é um jogo de muita transição, de mais bola longa, bola aérea - explicou Roger Machado.

No domingo, em caso de vitória, o Grêmio ultrapassará o Bahia e retomará a vice-liderança, além de encurtar a diferença para o líder. No momento, a Raposa está 10 pontos à frente. A bola rola no domingo, às 16h, na Arena, pela 25ª rodada.

Veja a entrevista completa:

ge: Além do fato matemático, pensando na tabela, o que representa esse duelo com o Cruzeiro para o Grêmio?
Roger Machado: Vai ser um jogo que a gente chama no futebol de seis pontos. É o líder da competição, que vem jogando de uma forma muito bem estruturada e sólida, com regularidade grande. Como clube, já está na sua 2ª ou 3ª edição na Série B, e isso gera uma experiência e o entendimento da divisão que está jogando. Se a gente retirar o último jogo que nós perdemos fora de casa, esse teria sido o último jogo que nós perdemos depois de engatarmos 17 jogos de invencibilidade. Tudo isso somado ao peso dos dois times. Se pegar as conquistas de ambos, são camisas pesadas. A semana se abriu com muito otimismo e confiança, e os jogadores trabalhando muito concentrados para um jogo como esse, que todo mundo estará vendo.

Você acredita que é jogo decisivo para o Grêmio?

Não dá para afirmar que o resultado pode ser determinante para brigar ou não pelo título. Mas são seis pontos. Três que você conquista e três que impede o adversário de avançar. Mas ele tem que mais que os pontos na disputa. É justamente medir força com uma camisa pesada, com um time que vem num momento muito bom. Não tenho dúvida que isso que vai mostrar no jogo o momento que estamos vivendo na competição. Isso vai acontecer.

O que você tira de lições daquela derrota para o Cruzeiro no primeiro turno e pode trazer para agora?

Foi um jogo muito tático lá em Minas. Foi um jogo de poucas oportunidades de gols, a forma como o Cruzeiro joga faz com que muitas vezes o adversário seja empurrado pro seu gol, por colocar muita gente nas costas da linha dentro do bloco. A gente montou uma estratégia que, do ponto de vista defensivo, só não funcionou porque num cruzamento lateral a gente fez um gol contra. Mas também não nos proporcionou ter muitas oportunidades contra o Cruzeiro. Acho que é isso que ficou de lição daquele momento. O cruzeiro tem jogado diferente numa fase, na outra não. Na fase ofensiva joga igual. Na fase defensiva muda um pouco. A gente já tem na cabeça a estratégia para esse jogo e estamos desenhando dentro da semana para fazermos diferente e vencer.

Estratégia é para atacar ou defender melhor?

Para defender melhor, e, por consequência, ter a bola numa zona mais adiantada no campo. O que ficou para gente lá, foi um pouco dessa questão, de ficar defendendo um pouco mais baixo, tendo um sacrifício maior dos beiradas para compor e dificultar a amplitude do Cruzeiro, mas que acabou não resultando numa contundência que a gente teve no clássico Gre-Nal, que nós vencemos. Naquela ocasião, criamos três chances, mas com eficiência. Um momento está ligado no outro. Defender bem para atacar melhor.

Entender a Série B foi o que faltou para o Grêmio no momento de irregularidade no campeonato?

Sem dúvida nenhuma o fato de conhecer a competição é um fator bem importante dentro desse processo, junto com o processo de formação. Nós vencemos o campeonato estadual tendo encontrado uma formatação para jogar naquele momento. Ela se estendeu pro Campeonato Brasileiro e ela não se mostrou completamente suficiente para as característica daquele jogo. Então por isso também foi alterando. Nós passamos a jogar com três centrais para tentar manter a solidez defensiva e ver se a gente conseguia pressionar mais o adversário na frente. Depois passamos para o 2-3-1. A gente encontrou esse equilíbrio maior. Mas foi uma sucessão de experiências que o treinador brasileiro acaba tendo nas competições para encontrar esse equilíbrio. E sem dúvida está associada a você ter um entendimento da divisão que está jogando. É diferente. A bola passa menos pelo meio, é um jogo de muita transição, de mais bola longa, mais bola aérea.

Isso passa também por um entendimento do Roger? O que você tem aprendido nesta Série B?

É um aprendizado de todo mundo. Eu já tinha jogado a Série C pelo Juventude, do ponto de vista de trabalho, eu arrisco a dizer que foi a melhor divisão que a gente tem, porque só tem jogo final de semana. Então além de avaliar o que aconteceu no jogo, tu consegue construir com mais tranquilidade. Claro que se tu pega uma semana depois de derrota, tu passa uma semana inteira com a pressão daquilo ali. Mas do ponto de vista de trabalho, foi uma divisão de muito aprendizado. Além do que, muitos treinadores jovens e com ideias diferentes. Tenho certeza absoluta que encontrei na Série B uma variação muito maior da forma de jogar do que na Série A. Para mim também tem sido um grande aprendizado.

Se você tivesse um amigo que fosse assumir um clube da Série B, quais conselhos você daria?

Fazer um time sólido defensivamente, que tenha boas velocidades pelas beiradas, que entenda que nesse contexto, se pensarmos o Grêmio, que é um clube grande e até ano passado estava na primeira divisão disputando títulos importantes, todo jogo tem que estar com a corda esticada, porque é sempre o time a ser batido. Todo jogo. Tem que competir muito. Não tem nenhum jogo que o nível de atenção e de envolvimento vai ser médio, porque, em função do peso da camisa, todos os adversários vislumbram estar naquele lugar. Isso gera uma dificuldade a mais para o contexto da competição.

Podemos dizer que o Grêmio está em um voo de cruzeiro? Ou seja, tranquilo em relação a rota. Parece que acharam o caminho e você está fazendo alguns ajustes.

A gente subiu para altura de cruzeiro, mas no caminho até o acesso a gente vai encontra o tempo fechado lá na frente, um vento na direção contrária. Acho que a gente alcançou altura de cruzeiro, mas eu sempre falei: "a gente não vai subir em agosto". A gente, o torcedor e vocês vão ter que aprender a lidar com isso e, do lado de cá, manter o otimismo. Se eu pudesse subir e ganhar todas até agosto é óbvio que quero, já tinha subido, mas isso a gente sabe que dificilmente acontece. Manter o otimismo, não permitir que as dúvidas geradas em função da irregularidade tire nossa confiança, mas ao mesmo tempo manter os pés no chão, sabendo que vai ter dificuldade. Depois do jogo contra o CRB, o resumo da conversa foi "vamos esquecer esse jogo, mas ao mesmo tempo tirar lições que a gente precisa aprender". Tem que estar com a corda esticada, não vamos afrouxar depois do jogo e depois soltar de novo, porque a gente não pode lidar com esse otimismo exagerado, nem agora depois de 17 jogos sem perder e perdendo a gente desceu para essa chuva de raio. Vamos ficar aqui em cima e vamos administrar tanto a nossa ansiedade quanto a do torcedor.

Por que o Grêmio ficou tanto tempo sem vencer fora de casa?

Circunstâncias do jogo. Contra a Chape a expulsão nos tirou forças para vencer. Tu comemora um ponto conquistado no final do jogo, mas todo jogo tu quer ganhar, dentro ou fora de casa, até pode ter uma postura diferente, mais retraída, mas não significa que está jogando para empatar. Daqui a pouco, tu está atraindo o adversário para jogar no contra-ataque. As circunstâncias do jogo nos levou aos empates. Claro que é muito melhor tu lidar com empate jogando fora do que perder nos acréscimos ou perder no último terço do jogo, estando incessantemente querendo buscar a vitória, por vezes, de forma desorganizada, só porque tu não ganha fora de casa. Isso, do ponto de vista da gestão, é mais tranquilo de lidar. Mas sempre se buscou a vitória. Percebo que às vezes a gente podia ter algumas posturas diferentes fora de casa e talvez vencesse mais. Mas também foram esses pontos que permitiram estar nessa posição hoje.



Grêmio, 2022, Roger Machado

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