Foram mais de dez meses de calvário. Esse é o tempo que separa o apito final da vitória para o Atlético-MG, mas que selou o terceiro rebaixamento do Grêmio à Série B em 2021, do tão esperado retorno. A festa veio com outro trilar de apito, neste domingo, em um palco emblemático, na vitória contra o Náutico por 3 a 0, nos Aflitos, que sacramentou a volta da equipe à elite do futebol brasileiro em 2023.
Mas a caminhada para a Série A esteve longe de ser tranquila. Com muitos percalços, um título estadual no caminho, mudanças na direção, dois treinadores, série invicta e uma dificuldade acima do esperado longe dos domínios.
De Campinas a Criciúma: Roger larga mal, balança, mas ganha sobrevida
Após o título gaúcho contra o Ypiranga, a caminhada do Grêmio começaria contra a Ponte Preta, em Campinas. E já na estreia ficou claro que a trajetória não seria fácil: o Grêmio perdeu pênalti e ficou no 0 a 0 com a Macaca.
A vitória só viria no terceiro jogo, diante de outro rival campineiro. Com hat-trick de Diego Souza na Arena, o Grêmio bateu o Guarani por 3 a 1, na terceira rodada. Antes, em um clima tenso, com direito a muitas vaias após o apito final, o Grêmio foi derrotado na Arena pela Chapecoense por 1 a 0.
Depois, o Grêmio conquistou algo raro em toda a campanha da Série B. Venceu fora de casa, ao bater o Operário, por 1 a 0. Isso só voltaria a acontecer mais de 100 dias depois, quando na 22ª rodada o Grêmio fez 2 a 1 no Guarani, em Campinas.
A dificuldade longe dos domínios seria fator determinante para a saída de Roger Machado, meses depois. Mas, antes, ele balançou. A crise atingiu seu ápice na 6ª rodada, quando o Grêmio foi dominado pelo Cruzeiro no Mineirão, e perdeu por 1 a 0.
Depois, mais dois empates, e o treinador chegou em situação muito difícil para enfrentar o Vasco no Rio de Janeiro. Uma atuação sólida fora de casa, mas com perigoso 0 a 0 com direito a bola na trave nos acréscimos, foi suficiente para a sobrevida.
Após essa partida, o técnico Roger Machado garantiu ter o respaldo da direção. Mais do que isso, declarou ter visto a melhor partida do Grêmio sob seu comando. "Conseguimos ter o controle, pressionar o Vasco em seu próprio campo em alguns momentos. Foi uma boa atuação", resumiu.
Série invicta, derrotas e insatisfação da torcida
A primeira vitória em cinco jogos veio contra o Novorizontino, na Arena. O Grêmio fez 2 a 0 e, assim, a chave virava: a sequência negativa se transformava em invencibilidade de cinco partidas, algo que foi frisado por Roger já na entrevista coletiva após a partida.
A série se estenderia por longos 17 jogos, quase um turno inteiro. Mas isso não foi suficiente para mascarar um problema marcante ao longo de toda a campanha: a ausência de vitórias fora de casa, com direito a atuações ruins no período, como nos empates com CSA e Chapecoense.
Na única vez em que a vitória veio longe da Arena nesse intervalo, Dênis Abrahão, então vice de futebol, se empolgou. Com o Grêmio 6 pontos atrás do Cruzeiro, viu a equipe em condições de desafiar o líder. "O mais importante é a classificação no final do campeonato. Mas é claro que eu estou olhando para cima", resumiu.
A derrota, nessas circunstâncias, era questão de tempo. E ela veio com contornos de vexame: em 13 de agosto, na 24ª rodada, o Grêmio jogou mal contra o CRB em Maceió, e levou 2 a 0 com dois gols de pênalti marcados pelo goleiro Diogo Silva.
A partir daí, nada mais deu certo para Roger Machado. O jogo nervoso na Arena diante do Cruzeiro se estendeu para as arquibancadas, e uma briga generalizada no setor Norte paralisou a partida quando o Tricolor perdia o confronto. Buscou o 2 a 2, mas o ambiente tenso se manteve.Foram duas derrotas seguidas e, em uma delas, ficou evidente que não havia mais clima para Roger. O Grêmio perdeu para o Ituano sob muitos protestos. A torcida xingou o treinador, e os mais exaltados pediram Renato. Após mais uma derrota, agora para o Criciúma por 2 a 0, com o time dominado pelos catarinenses, o treinador foi demitido.
A volta de Renato
Embora já circulasse a informação de que a saída de Roger estava próxima, a forma como o retorno de Renato foi anunciado aconteceu de maneira atribulada. Na noite de quinta-feira, véspera da partida contra o Vila Nova, o Tricolor anunciou nas redes sociais uma espécie de nota conjunta, em que anunciava não só a saída de Roger como a volta do ex-comandante.

Era o retorno do ídolo, responsável pelos títulos da Copa do Brasil de 2016, da Libertadores de 2017 e da Recopa de 2018 em um dos momentos mais difíceis da história do clube. A vitória sobre o Ituano ainda aconteceria sob comando do interino Cesar Lopes, mas com Renato observando tudo - e opinando - do Rio de Janeiro.
A reestreia aconteceu diante de 50 mil pessoas. Com direito a susto no início, ao sair perdendo muito cedo. Mas se a atuação ainda não foi ideal, o torcedor pôde ao menos perceber uma mudança de postura na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Vasco.
Foram outros quatro jogos sob o comando de Renato. A lógica se manteve: duas derrotas fora de casa, contra Novorizontino e Sampaio Corrêa, ambas por 2 a 0, mas também dois triunfos na Arena, incluindo um contundente 3 a 0 contra um concorrente direto pelo acesso, o Sport.
Já era mais do que suficiente, diante dos tropeços dos concorrentes. Na terça-feira, contra o CSA, diante de um público pequeno, cerca de 11 mil pessoas, o Grêmio venceu por 2 a 0, voltou a ter 7 pontos para o primeiro fora do G4 e abriu de vez contagem regressiva para voltar à Série A. Após essa partida, Renato fez questão de frear a empolgação. Negou o acesso garantido e pediu foco até o fim da competição. "Se bobear, vai sair", resumiu o comandante.
Fim do calvário: Grêmio confirma volta à Série A
A partir de então, foi uma questão meramente matemática. No entanto, ainda existiu espaço para frustração nos tricolores. Em Londrina, o Grêmio saiu ganhando, mas cedeu empate nos minutos finais e já se sabia que não teria mais chances de confirmar o acesso na Arena, diante do Bahia. No duelo contra os baianos, uma atuação nervosa. Os visitantes largaram na frente no placar, mas foi a vez da equipe de Renato encontrar a igualdade na reta final. Assim, o Tricolor permaneceu em segundo.
Com o jogo marcado para o domingo, o Grêmio esperou uma combinação de resultados para saber se teria condições de acesso matemático nos Aflitos. Os três placares aconteceram e foi a vez do Tricolor fazer sua parte. Sem ser brilhante e até nervoso na primeira tapa, a equipe de Renato deslanchou no segundo tempo e venceu por 3 a 0 e garantiu o fim do calvário e a volta à elite.
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Mas a caminhada para a Série A esteve longe de ser tranquila. Com muitos percalços, um título estadual no caminho, mudanças na direção, dois treinadores, série invicta e uma dificuldade acima do esperado longe dos domínios.
De Campinas a Criciúma: Roger larga mal, balança, mas ganha sobrevida
Após o título gaúcho contra o Ypiranga, a caminhada do Grêmio começaria contra a Ponte Preta, em Campinas. E já na estreia ficou claro que a trajetória não seria fácil: o Grêmio perdeu pênalti e ficou no 0 a 0 com a Macaca.
A vitória só viria no terceiro jogo, diante de outro rival campineiro. Com hat-trick de Diego Souza na Arena, o Grêmio bateu o Guarani por 3 a 1, na terceira rodada. Antes, em um clima tenso, com direito a muitas vaias após o apito final, o Grêmio foi derrotado na Arena pela Chapecoense por 1 a 0.
Depois, o Grêmio conquistou algo raro em toda a campanha da Série B. Venceu fora de casa, ao bater o Operário, por 1 a 0. Isso só voltaria a acontecer mais de 100 dias depois, quando na 22ª rodada o Grêmio fez 2 a 1 no Guarani, em Campinas.
A dificuldade longe dos domínios seria fator determinante para a saída de Roger Machado, meses depois. Mas, antes, ele balançou. A crise atingiu seu ápice na 6ª rodada, quando o Grêmio foi dominado pelo Cruzeiro no Mineirão, e perdeu por 1 a 0.
Depois, mais dois empates, e o treinador chegou em situação muito difícil para enfrentar o Vasco no Rio de Janeiro. Uma atuação sólida fora de casa, mas com perigoso 0 a 0 com direito a bola na trave nos acréscimos, foi suficiente para a sobrevida.
Após essa partida, o técnico Roger Machado garantiu ter o respaldo da direção. Mais do que isso, declarou ter visto a melhor partida do Grêmio sob seu comando. "Conseguimos ter o controle, pressionar o Vasco em seu próprio campo em alguns momentos. Foi uma boa atuação", resumiu.
Série invicta, derrotas e insatisfação da torcida
A primeira vitória em cinco jogos veio contra o Novorizontino, na Arena. O Grêmio fez 2 a 0 e, assim, a chave virava: a sequência negativa se transformava em invencibilidade de cinco partidas, algo que foi frisado por Roger já na entrevista coletiva após a partida.
A série se estenderia por longos 17 jogos, quase um turno inteiro. Mas isso não foi suficiente para mascarar um problema marcante ao longo de toda a campanha: a ausência de vitórias fora de casa, com direito a atuações ruins no período, como nos empates com CSA e Chapecoense.
Na única vez em que a vitória veio longe da Arena nesse intervalo, Dênis Abrahão, então vice de futebol, se empolgou. Com o Grêmio 6 pontos atrás do Cruzeiro, viu a equipe em condições de desafiar o líder. "O mais importante é a classificação no final do campeonato. Mas é claro que eu estou olhando para cima", resumiu.
A derrota, nessas circunstâncias, era questão de tempo. E ela veio com contornos de vexame: em 13 de agosto, na 24ª rodada, o Grêmio jogou mal contra o CRB em Maceió, e levou 2 a 0 com dois gols de pênalti marcados pelo goleiro Diogo Silva.
A partir daí, nada mais deu certo para Roger Machado. O jogo nervoso na Arena diante do Cruzeiro se estendeu para as arquibancadas, e uma briga generalizada no setor Norte paralisou a partida quando o Tricolor perdia o confronto. Buscou o 2 a 2, mas o ambiente tenso se manteve.Foram duas derrotas seguidas e, em uma delas, ficou evidente que não havia mais clima para Roger. O Grêmio perdeu para o Ituano sob muitos protestos. A torcida xingou o treinador, e os mais exaltados pediram Renato. Após mais uma derrota, agora para o Criciúma por 2 a 0, com o time dominado pelos catarinenses, o treinador foi demitido.
A volta de Renato
Embora já circulasse a informação de que a saída de Roger estava próxima, a forma como o retorno de Renato foi anunciado aconteceu de maneira atribulada. Na noite de quinta-feira, véspera da partida contra o Vila Nova, o Tricolor anunciou nas redes sociais uma espécie de nota conjunta, em que anunciava não só a saída de Roger como a volta do ex-comandante.

Era o retorno do ídolo, responsável pelos títulos da Copa do Brasil de 2016, da Libertadores de 2017 e da Recopa de 2018 em um dos momentos mais difíceis da história do clube. A vitória sobre o Ituano ainda aconteceria sob comando do interino Cesar Lopes, mas com Renato observando tudo - e opinando - do Rio de Janeiro.
A reestreia aconteceu diante de 50 mil pessoas. Com direito a susto no início, ao sair perdendo muito cedo. Mas se a atuação ainda não foi ideal, o torcedor pôde ao menos perceber uma mudança de postura na vitória de virada por 2 a 1 sobre o Vasco.
Foram outros quatro jogos sob o comando de Renato. A lógica se manteve: duas derrotas fora de casa, contra Novorizontino e Sampaio Corrêa, ambas por 2 a 0, mas também dois triunfos na Arena, incluindo um contundente 3 a 0 contra um concorrente direto pelo acesso, o Sport.
Já era mais do que suficiente, diante dos tropeços dos concorrentes. Na terça-feira, contra o CSA, diante de um público pequeno, cerca de 11 mil pessoas, o Grêmio venceu por 2 a 0, voltou a ter 7 pontos para o primeiro fora do G4 e abriu de vez contagem regressiva para voltar à Série A. Após essa partida, Renato fez questão de frear a empolgação. Negou o acesso garantido e pediu foco até o fim da competição. "Se bobear, vai sair", resumiu o comandante.
Fim do calvário: Grêmio confirma volta à Série A
A partir de então, foi uma questão meramente matemática. No entanto, ainda existiu espaço para frustração nos tricolores. Em Londrina, o Grêmio saiu ganhando, mas cedeu empate nos minutos finais e já se sabia que não teria mais chances de confirmar o acesso na Arena, diante do Bahia. No duelo contra os baianos, uma atuação nervosa. Os visitantes largaram na frente no placar, mas foi a vez da equipe de Renato encontrar a igualdade na reta final. Assim, o Tricolor permaneceu em segundo.
Com o jogo marcado para o domingo, o Grêmio esperou uma combinação de resultados para saber se teria condições de acesso matemático nos Aflitos. Os três placares aconteceram e foi a vez do Tricolor fazer sua parte. Sem ser brilhante e até nervoso na primeira tapa, a equipe de Renato deslanchou no segundo tempo e venceu por 3 a 0 e garantiu o fim do calvário e a volta à elite.
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