"Novo Grêmio" é mais um capítulo da busca pelo equilíbrio em 2023

O novo esquema vem como solução a um momento ruim que o Grêmio vivia antes do jogo com o Cruzeiro. Serve também para acomodar Pepê, que se recolocou em boa forma após lesão, com Villasanti, Carballo e Cristaldo, e dá a JP Galvão a função de ''segundo atacante'' por dentro, posição em que o novo reforço rende mais.

Renato Portaluppi quer o Grêmio acumulando peças e trocando passes pelo meio, busca o controle dos jogos assim, dá o corredor aos laterais, e esta engrenagem deve alimentar a dupla de frente. Com a bola tem funcionado, mas ajustes defensivos são necessários. De qualquer forma, o bom trabalho feito por ele se prova em mais uma alternativa buscada em 2023. O Tricolor voltou a ultrapassar o Flamengo com a vitória.

Escalações

O Grêmio não pôde contar com o goleiro Gabriel Grando e com o zagueiro Pedro Geromel, que retornou ao time na última rodada. Bitello foi outro desfalque. Caíque estreou na meta e Rodrigo Ely voltou a ser titular na zaga.

Já António Oliveira teve as ausências do zagueiro Marllon e do volante Raniele no Cuiabá. Allyson entrou na zaga e Filipe Augusto no meio-campo. Fernando Sobral e Jonathan Cafu perderam espaço no time. Lucas Mineiro e Ceppelini iniciaram como titulares.

O jogo

A partida demorou um pouco até ganhar a cara esperada. O Grêmio só foi ficar mais tempo com a bola, instalado no campo de ataque, depois dos 15 minutos. Até aí, era um jogo de trocação, que acabava beneficiando o Cuiabá. O Dourado chegou a ter uma grande chance com Rikelme logo no início.

Wellington Silva era o jogador mais criativo dos visitantes, que aproveitavam os espaços deixados pelo Grêmio em uma transição defensiva morosa. As coisas melhoraram para o Imortal quando o time parou de acelerar todas as ações ofensivas. Por mais que tivesse criado chances desta maneira, não tinha o controle da partida até então. A bola ''batia e voltava'', sobrecarregando a defesa.

Pausando mais os ataques e aproximando as peças por dentro, o Tricolor passou a envolver o Cuiabá e sofrer menos. Suárez, autor do gol que abriu o placar, era a grande ferramenta para transformar a boa troca de passes em chances. Ele revezava com Cristaldo e JP Galvão o apoio ao trio de meio-campistas na intermediária, e o Dourado encontrava dificuldades para marcar. Sempre em inferioridade no setor.

Problemas também tiveram os donos da casa para ajustarem o combate quando o Cuiabá invertia rapidamente o jogo de lado. Como havia muito espaço para Carballo, Villasanti e Pepê flutuarem na direção da bola e dobrarem a marcação com os laterais pelos flancos, o Grêmio cedeu muito tempo de posse ao adversário nas proximidades da própria área, principalmente depois de abrir o placar.

Ceppelini, Deyverson e Wellington Silva tiveram boas chances de empatar. Renato buscou ajustar o problema com as entradas de Everton Galdino e Ferreira nos lugares de Carballo e JP Galvão. Mudou a estrutura tática para o 4-2-3-1. Passou a ter uma dobra de marcação mais postada pelos flancos e possibilidade de velocidade nos contragolpes.

O segundo gol não demorou a sair em tabela de Ferreira e Reinaldo pela esquerda. Galdino finalizou antes do gol contra de Rikelme. Funcionou! Ainda deu tempo para Luan receber mais minutos em relação ao que havia recebido de oportunidade até então, mas ele esteve discreto. O Cuiabá se abalou bastante com o aumento da desvantagem e perdeu intensidade no ataque. O Grêmio não foi mais incomodado.

Cabe destacar as boas atuações de Reinaldo, Rodrigo Ely e Kannemann. Protegeram bem a área em situações perigosas geradas pelo Cuiabá. João Pedro foi muito eficiente no campo de ataque e Villasanti esbanjou qualidade na distribuição dos passes. Pepê cresce de produção a cada partida.