A derrota para o Athletico-PR decretou o momento de oscilação e de queda de rendimento do Grêmio . Foi a primeira vez que o time perdeu duas vezes seguidas no Brasileirão. O ge procurou comentaristas para entender o motivo das últimas atuações gremistas.
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As explicações podem ser as mais diversas. Para o técnico Renato Portaluppi, por exemplo, o Tricolor jogou bem contra o Furacão, mas a ausência de jogadores do meio-campo prejudicou a mecânica. O Grêmio caiu para a quarta colocação, com 44 pontos, mas se beneficiou das derrotas de Palmeiras e Fortaleza. Por outro lado, Athletico, com 44, e Atlético-MG, com 43, se aproximaram.
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Foi apenas a segunda derrota na Arena neste Brasileiro. O treinador lamentou os desfalques, mas sabia e teve 10 dias para preparar a equipe. Carballo, Villasanti, Ronadl e Mila, todos volantes, estiveram fora.
O ge procurou comentaristas para opinarem sobre os motivos para essa queda no desempenho e das últimas duas derrotas. As explicações são distintas: baixo aproveitamento ofensivo, desgaste físico, falha no sistema defensivo ou chances desperdiçadas.
Essa irregularidade do Grêmio que se acentuou nas últimas partidas, passa primeiro pela queda de produção dos jogadores do meio-campo e uma certa imprecisão no acabamento dos lances, como aconteceu na partida contra o Furacão.
E penso que esse jogo também foi sintomático de uma outra questão. O Ferreira pode ser uma é a parte ofensiva.
Essa instabilidade tem a ver com a variação do meio-campo. Só olhar as escalações. Renato está procurando uma escalação que combine competitividade com criação. E tem essa questão de acabamento das jogadas. Contra o Athletico poderia ter definido o jogo e não fez por causa da imprecisão na finalização.
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio — Foto: Lucas Uebel/Grêmio
O Grêmio caiu de produção por um combo de razões. A exaustão física e técnica de alguns jogadores centrais, como Cristaldo. A limitação de qualidade do elenco na hora de repor peças. E, não menos relevante do que as duas primeiras razões, falta trabalho ao Grêmio.
Folgas demasiadamente longas acontecem desde a vitória sobre o Cuiabá e se repetem a partir daquele episódio. Quem persegue o líder, como dizia Renato, ou mesmo quem já faz uma temporada ganha como este Grêmio precisa trabalhar no limite.
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Fosse Renato mau treinador, não faria diferença trabalhar mais ou menos. Como ele é excelente técnico, faz falta trabalhar mais. Creio em vaga direta na Libertadores. Para 2024, tudo está aberto na definição de comissão técnica e elenco. Será um imprevisível fim de ano na Arena.
Se analisarmos apenas as rodadas recentes, é notório que o grupo tem lacunas que impedem um futebol de um nível técnico superior, além de ter perdido Bitello, um jogador importante. Por esse prisma, Renato tira mesmo leite de pedra. Mas não é na questão técnica que o Grêmio fica tão atrás dos seus adversários e sim na parte física.
O Grêmio tem dificuldades de acompanhar as movimentações quando o adversário tem a bola e é facilmente envolvido. A questão física pode ser dar pela preparação ou pelo perfil de jogadores escolhidos na montagem do grupo - e, diferente de jogadores técnicos, isso é inerente ao poder financeiro. Nesse sentido, o perfil escolhido vai na contramão do que o futebol da elite pede: intensidade. Essa foi uma escolha consciente na contratação e na manutenção de jogadores com perfil mais lento, feita no início do ano.
Renato em treino do Grêmio com os jogadores — Foto: Guilherme Testa/Grêmio
Renato em treino do Grêmio com os jogadores — Foto: Guilherme Testa/Grêmio
Me parece que o Grêmio não consegue estabelecer qual é o perfil de jogo que prefere adotar como identidade e por isso fica à mercê de jogadores em fim de ciclo, do que o mercado oferece e, em especial, ao que o treinador considera ideal. É imprescindível o clube ter um profissional responsável por essa tarefa, aliado às novas ideias de futebol e fiel ao plano do clube. A partir deste caminho, entendo que se verá um futebol sólido capaz de ser verdadeiramente competitivo.
Problema central do Grêmio - que já era perceptível no Gauchão e que se fez esse alerta - é que a equipe se defende mal. Os jogadores da frente não dão combate. Suárez não tem condições e nem tem que fazer mesmo. Mas o Cristaldo também marca na frente e não dá o combate. Aí sobrecarrega o meio, que sobrecarrega os de trás. Geromel e Kannemann contra o Athletico estavam completamente expostos. Se não fossem eles, o Grêmio levaria mais. O time não tem uma das piores defesas do campeonato por acaso.
Com organização ou não, bola aérea, dependendo do Suárez, o Grêmio consegue fazer gol. Porém, toma gols demais. Marca quase nada no meio. Se o Renato focar sempre em fazer gols, mesmo que tome muitos gols, ele vai acabar tendo problemas.
Acho que ele tem que fazer a opção por trabalhar mais defensivamente, para deixar o Suárez solto lá na frente recebendo uma bola e fortalecendo o setor de meio-campo, mesmo que tenha que optar por jogadores sem tanto brilho, mas que tornem o Grêmio mais competitivo. Se não competir, pode correr risco de colocar em cheque uma classificação no G-4, G-5 ou até G-6.
O Grêmio foi ridículo. Obviamente por conta dos desfalques, por não ter um volante de contenção, mas também pelas escolhas do Renato. O Renato optou pela forma errada de jogar. Ele poderia usar três zagueiros e ter um pouquinho mais de cautela.
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Acho que algumas individualidades não estão rendendo, vou citar o Cristaldo, que é vice-líder de assistências, ajudou muito, mas está muito abaixo nos últimos jogos. Não lembro um bom jogo. A falta do Villasanti complica, mas para alguns jogos, no Gre-Nal foram poucas mudanças.
Acho que chegamos em um teto do que podemos render e isso que me preocupa. Porque tempo para treinar, tem. Falta mobilização, algo que daqui a pouco tenha na cabeça que vai perder a vaga no G-4. Achava que a campanha estava normal até o Athletico, que perdeu em casa.
?? Ouça o podcast ge Grêmio ??
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