É tempo de reconstruir o Grêmio e é tempo de separar os bons dos insuficientes

Acabou-se o sonho da Glória Eterna da Libertadores em 2024 para o Grêmio. Assim como já havia acabado o sonho da Copa do Brasil: nos pênaltis. Com escalações sempre imprevisíveis. Estamos tristes, como disse Mathías Villasanti, "dói". Mas pouco adianta ficar se lamentando por muito tempo. É tempo de reconstruir o Grêmio após as enchentes terríveis. E é tempo de separar os bons jogadores dos insuficientes.

Renato Portaluppi tem certa sorte, ou estrela: a vida sempre lhe dá sinais. Foi assim com as constantes falhas de Pepê, Nathan Pescador, Reinaldo, Du Queiroz, ontem Dodi e Kannemann. JP Galvão, nem comento. Foi só voltar à Turquia e tiveram a coragem de fazer o que o Grêmio não teve: rescindir seu contrato. Jogador ruim precisa rescindir. Ou, ao menos, não jogar. E não precisa ser escalado várias vezes para sempre ser insuficiente, esperando-se dele um milagre. Um jogador bom até pode oscilar, ainda mais se em pouca idade, mas jamais vão imperar jogos ruins e a ruindade. São os casos de Gustavo Martins, o zagueiro que pede para ser titular no lugar de Kannemann e Geromel, o bom Natã para grupo (e se o transformássemos em 1o volante, para aumentar a estatura do meio e a capacidade de proteger os zagueiros? Melhor seria contratar um marcador de origem, com técnica e experiência, sem idade muito avançada).

Ontem, Dodi falhou no pênalti do Flu. Sempre digo que o pequenino Dodi é esforçado, mas é para grupo. São apenas 1m69 para cobrir a defesa. E altura importa, sim, no futebol atual. Ainda mais na meiuca, nas disputas de bola. Sobre quem vale a pena, quero mencionar Mayk, que sempre corresponde em campo e marca bem, embora seja necessário contratar um lateral-esquerdo e um direito, a meu ver. Diego Costa, voltando da lesão, é superior a Braithwaite. Cristaldo oscila, mas prevalece sua técnica e poder de decisão. E Monsalve, autor de bela assistência ontem para o gol gremista. Monsalve precisa ser titular.

Renato Portaluppi insiste com os "cascudos" e dá poucas oportunidades aos mais jovens. Irônico, porque aos 22 anos já era campeão mundial como protagonista. Hoje, guris de 17 ou 18 anos que mostram qualidade não podem ser deixados "maturando", quem é bom mostra isso de cara e tem de jogar. Os mais ou menos, esses sim precisam ser "lapidados". Monsalve é craque. E estou curiosa por Aravena e Arezo, que pouco foram utilizados. E pela volta de André Henrique, que não vinha de mau desempenho antes da tétrica lesão. Todos jovens de não mais que 22 anos.

Por fim, nada de terra arrasada. O Grêmio está em reconstrução. Passou quatro meses fora do seu estádio, com a "boa vontade" da prefeitura, do MPRS e dos Bombeiros, terá apenas 12.000 pessoas (cabia mais, sério) na reestreia em sua casa, em 1 de setembro, contra o Atlético Mineiro. Vazou que a gestão da Arena não foi atrás de solução para a iluminação e energia dos transformadores. E teve de haver pressão para o prefeito, notório colorado como alguns no MPRS, resolverem liberar a retirada de entulhos no entorno da Arena. Outros clubes recusaram seus estádios ao Grêmio, ainda, como o rival. Que falta de esportividade. Isso os faz pequenos como têm se mostrado. O Criciúma. E outros que dificultaram. Ainda, vários torcedores, como do Corinthians e do Flu, tiraram sarro das enchentes no Rio Grande do Sul. Esse tipo de coisa não costuma ficar impune. Estão no Z4, conseguirão sair?

Para terminar: é tempo de reconstruir, mais uma vez. A Arena, o orgulho de ser gremista (mas nunca a soberba, sabemos como acaba), o time titular do Grêmio. Renato Portaluppi deve sair? Acho eu que não seria o momento. O Imortal precisa de um mobilizador neste momento. Mas Renato bem que pode exigir rreforços. O grupo é fraco. E definir um esquema tático, e os titulares ou os que disputam a titularidade, e em que posições. Marchesín não deve ser o goleiro em cobranças de pênalti em decisões: Caíque e Rafael Cabral são melhores nesse quesito. Du Queiroz, após o escândalo do PCC, não deve mais aparecer. Pepê, se quiser, pode fazer as malas. Ronald precisa de mais oportunidades. E se fosse lateral, como Mário Fernandes? E se houvesse um guri melhor que Zé Guilherme na base para a lateral-esquerda?

E se parássemos de pensar só em ataque e pensássemos no cérebro de um time que é o meio, e o meio do Grêmio é uma bagunça e muda a cada jogo. Faltam reforços. F mais: já que as gestões têm sido decepcionantes e confusas, e o Grêmio enfranta sempre dificuldades financeiras, vendendo seus atletas barato demais, já passou da hora de o Grêmio se tornar SAF. Ah, muito grande para isso? O Palmeiras já é um tipo de SAF da Crefisa faz tempo, veja a mudança de rota desde lá. Flamengo não precisa. Botafogo, Fortaleza e Bahia "ressuscitaram". Até mesmo o Vasco. Cruzeiro e Galo têm, cada um, sua SAF. É hora de reconstruir tudo no Maior do Sul.

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