Grêmio e Internacional contam com o patrocínio máster do Banco do Estado do Rio Grande do Sul, o Banrisul, desde 2001. Os R$ 30 milhões que cada um recebe anualmente superam valores pagos por algumas bets a outros clubes da Série A do Campeonato Brasileiro, mas ficam longe dos principais patrocínios. A dupla gaúcha tem, ainda, valores pagos por plataformas de apostas que chegam próximo ao aporte do banco. A regulamentação e a ambição de não perder competitividade podem, contudo, ser fator determinante para a mudança no principal espaço das camisas dos clubes, que já negociam novos acordos.
A Esportes da Sorte é patrocinadora do Grêmio desde março de 2023 e paga, anualmente, R$ 25 milhões para aparecer no peito da camisa, entre o escudo do clube e a marca do fornecedor esportivo. O valor é apenas R$ 5 milhões a menos que o máster, que além do peito, aparece nas mangas e nas costas, assim como no Inter. Antes da Esportes da Sorte, o Grêmio tinha como bet parceira a MrJackBet, desde abril de 2022. Já o Inter conta com a EstrelaBet desde junho daquele ano. O acordo rende R$ 23 milhões aos cofres colorados, e a marca aparece na parte traseira do uniforme e como patrocínio máster do time feminino.
Os patrocínios de bets de Grêmio e Inter, mesmo fora do espaço máster, superam outros oito acordos de clubes da Série A, firmados com casas de apostas. Já a parceria do Banrisul com Grêmio e Inter vai até dezembro de 2024 e conta com renovação automática. Ainda assim, o presidente Alessandro Barcellos já negocia uma renovação para o clube colorado e pleiteia um aumento nos valores recebidos.
O mandatário tem preferência por uma renovação. O Inter não confirma oficialmente uma chance mudança no espaço master, mas tem pretensão de aumentar ganhos, o que envolve uma proposta da EstrelaBet que dobra o valor pago atualmente pelo Banrisul. É desejo do clube colorado, porém, manter o banco, em outras partes do uniforme. O clube tricolor, conforme apurou o Estadão, também avalia e negocia a possibilidade de mudar o espaço hoje do Banrisul mudar, mas manter a parceria com o banco gaúcho, que ocuparia outro espaço de divulgação.
O clube acompanha a situação da Esportes da Sorte, diante da regulamentação das bets. Atualmente, a empresa tem o aval da Loterj, ao se tornar sócia de outra casa de apostas já regularizada. Uma decisão judicial até impede que a autarquia do Rio chancelasse atuações nacionais, mas um ofício da CBF dribla a decisão e permite o uso do patrocínio. Há outras bets interessadas em patrocinar a equipe tricolor. Em um cenário que a atual patrocinadora não tenha pendências, ela terá prioridade em negociações.
Além dos R$ 30 milhões pagos anualmente, o banco também concede isenções de taxas de operação e juros reduzidos em empréstimos para a dupla GreNal. Esse é o motivo principal para que Grêmio e Inter queiram manter a parceria, mesmo que não seja no espaço mais nobre do uniforme. Os outros três clubes que não têm patrocínios de bets na Série A são Palmeiras (mercado financeiro), Red Bull Bragantino (bebidas) e Cuiabá (borracha).
A regulamentação das bets ainda está no começo, mas deve movimentar o mercado, com saídas e fusões de marcas. A consequência de um mercado regulado é que a demanda por esse tipo de patrocínio pode diminuir. Entretanto, ele se qualifica, menos em exposição da marca, e mais com ações de ativação, junto ao torcedor.
Para Plastina, contudo, isso deve ser acompanhado de um papel social e de saúde dos patrocinados. "O clube tem um papel muito importante. O processo de apostas tem que passar por educação. Na Europa, há restrição de exposição da marca para evitar o vício. É até um impacto até na economia do Estado. E os clubes têm esse papel também", argumenta.
Um exemplo do reflexo das bets na economia foi levantado pelo Banco Central em setembro. Beneficiários do Bolsa Família fastaram R$ 10,5 bilhões em bets, em todo 2024. O aparecimento com força dessas marcas no esporte se deve ao boom recente. Um mercado novo vê no esporte uma oportunidade de acertar o crescimento de marca. No Brasil, LG, Parmalat e Fiat são alguns exemplos entre o final dos anos 1990 e começo dos anos 2000. Em um contexto em que ainda impera a ideia de vender a quem paga mais, as bets saem com vantagem, já que conseguem aportes maiores.
Os clubes que recebem mais também conseguem aplicar essa diferença em impacto desportivo. Resta a dúvida sobre qual será a próxima tendência, após uma possível desaceleração do mercado de patrocínios do esporte.
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