
Luiz Felipe Scolari embarcou para assumir o Grêmio com festa de torcedores em São Paulo
Antes da derrota para o Coritiba, o Grêmio tinha a melhor defesa do campeonato brasileiro. E o terceiro pior ataque. Só não estava na zona de classificação para a Libertadores devido aos critérios de desempate, então com 19 pontos, a exemplo do quarto colocado do momento, o Atlético Paranaense, São Paulo e o rival, Internacional.
Depois dos 3 a 2 impostos pelo Coxa, a situação segue longe de ser dramática. Terceira melhor defesa e oitavo entre os ataques menos eficientes, seu grande problema. Três pontos separam o time do popular "G-4" após 12 partidas sob o comado de Enderson Moreira, que ficou no cargo por 224 dias, com 19 vitórias, nove empates e sete derrotas em 35 partidas, aproveitamento de 63%.
Torcedores reclamam da "falta de padrão" de jogo nos últimos compromissos. Enderson teria se demitido e, nota-se, esforço algum foi feito para que ele mudasse de idéia. Muitos já o queriam longe do Grêmio, excitados com a chance de repatriar Luiz Felipe Scolari, que por anos e anos teve outras prioridades profissionais, o que é legítimo, mas agora encontra no clube gaúcho um "salva-vidas" no pior momento da carreira.
Até palmeirenses o questionam depois do rebaixamento em 2012. Qual a grande agremiação brasileira poderia contratar, com apoio popular, o técnico que coleciona fracassos no Chelsea, Palmeiras e seleção brasileira? Ele mesmo, o comandante dos 7 a 1 que caracterizaram o maior vexame da história do futebol, com o Brasil, pentacampeão mundial e anfitrião da Copa 2014, surrrado, humilhado pela Alemanha.
Já são 13 anos sem que o Grêmio conquiste um título fora das fronteiras do Rio Grande do Sul, desde a Copa do Brasil 2001, com Tite. No período, os tricolores ergueram o troféu do Gaúchão apenas em três ocasiões. Já o Inter faturou 10 vezes o Estadual desde então. E ainda um torneio Mundial da Fifa, duas Libertadores, uma Sul-americana e duas Recopas. Até 2006, a falta de taças internacionais era o grande incômodo no Beira Rio.
Apesar do jejum de títulos nacionais do Colorado, a disparidade é inquestionável. Se existe o Mazembe, também há o triunfo sobre o Barcelona de Ronaldinho. Já o Grêmio segue num círculo vicioso, apostando em técnicos novos no cenário futebolístico e despachando-os ante a primeira crise. Vágner Mancini caiu após seis jogos e 2008, mesmo invicto! Silas ganhou o título gaúcho em 2010, mas não chegou às 50 partidas.
Caio Júnior fez apenas oito cotejos em 2012. E em aproximadamente dois anos, Renato Portaluppi assumiu o comando da equipe em duas oportunidades, sempre nos braços do povo, apoiado na condição (merecidíssima) de ídolo eterno dos tricolores. Funciona como uma vacina de efeito temporário em meio à crise. O torcedor, apaixonado, imagina que a "Era" de vitórias voltará com o velho ídolo, e fica feliz.
Renato acabou deixando o clube desgastado e com resultados abaixo do esperado. Mas arrefeceu crises com sua simples presença. O mesmo fenômeno se repete com Luiz Felipe Scolari na sua volta ao clube de onde saiu há 18 anos. Seus serviços prestados ao Grêmio são inegáveis e a idolatria da torcida mais do que justa. Mas você acha mesmo que isso basta para retomar o caminho das vitórias?
Enderson não foi mal como pintam seus detratores. Após negociar jogadores caros que integravam o elenco comandado por Renato em 2013, o Grêmio encarou o mais duro grupo da Libertadores no começo deste ano, avançando como líder invicto, cheio de méritos, jogando bem e eliminando Nacional de Montevidéu e Newell's Old Boys. O Atlético Nacional de Medellín foi o outro classificado.
Caiu numa dura disputa com o San Lorenzo, nos pênaltis após uma vitória de 1 a 0 para cada lado. Vergonha alguma diante do campeão argentino, que depois eliminaria o Cruzeiro, melhor time do Brasil, e está com a vaga na final da Libertadores mais do que encaminhada — enfrenta o Bolívar em La Paz após fazer 5 a 0 em Buenos Aires.
Apesar dos raros tentos, o time de Enderson é o quarto que mais finaliza no Brasileiro. Culpa do técnico se Barcos faz poucos gols e no jogo em que marca dois perde um diante do goleiro, como na derrota para o Coritiba? O Grêmio é o quarto entre os que menos faltas cometem na Série A e o sétimo na lista dos que mais trocam passes certos.
Com indicadores interessantes ao longo de pouco mais de um semestre de trabalho, Enderson, em tese, poderia se recuperar com a equipe. Mas não é uma grife gaúcha como Renato e Felipão. E a torcida, carente, exigia uma dessas. Como a maioria dos cartolas brasileiros, os do Grêmio não bancam, não sustentam o técnico menos conhecido nessas horas. Eles atendem a "voz do povo".
É conveniente, claro. Ilusão coletiva momentâena e crença em dias melhores apoiados no que se passou há quase duas décadas. Pouco (ou nada) racional partindo do torcedor, o que é aceitável, claro. Racional e pouco arrojado (e profissional, talvez) partindo de dirigentes, o que é procedimento velho e lamentável.
Mas Scolari não enfrentará seleções de Copa do Mundo desta vez. E na mediocridade do futebol jogado atualmente no Brasil, pode até chegar a resultados que sejam satisfatórios. Ele terá o direito de errar que Enderson e outros treinadores sem grife não tiveram. Cartolas não protegem esses técnicos. Eles querem nomes que os protejam. Nisso Felipão ainda é bom. Pelo menos no Grêmio.
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Antes da derrota para o Coritiba, o Grêmio tinha a melhor defesa do campeonato brasileiro. E o terceiro pior ataque. Só não estava na zona de classificação para a Libertadores devido aos critérios de desempate, então com 19 pontos, a exemplo do quarto colocado do momento, o Atlético Paranaense, São Paulo e o rival, Internacional.
Depois dos 3 a 2 impostos pelo Coxa, a situação segue longe de ser dramática. Terceira melhor defesa e oitavo entre os ataques menos eficientes, seu grande problema. Três pontos separam o time do popular "G-4" após 12 partidas sob o comado de Enderson Moreira, que ficou no cargo por 224 dias, com 19 vitórias, nove empates e sete derrotas em 35 partidas, aproveitamento de 63%.
Torcedores reclamam da "falta de padrão" de jogo nos últimos compromissos. Enderson teria se demitido e, nota-se, esforço algum foi feito para que ele mudasse de idéia. Muitos já o queriam longe do Grêmio, excitados com a chance de repatriar Luiz Felipe Scolari, que por anos e anos teve outras prioridades profissionais, o que é legítimo, mas agora encontra no clube gaúcho um "salva-vidas" no pior momento da carreira.
Até palmeirenses o questionam depois do rebaixamento em 2012. Qual a grande agremiação brasileira poderia contratar, com apoio popular, o técnico que coleciona fracassos no Chelsea, Palmeiras e seleção brasileira? Ele mesmo, o comandante dos 7 a 1 que caracterizaram o maior vexame da história do futebol, com o Brasil, pentacampeão mundial e anfitrião da Copa 2014, surrrado, humilhado pela Alemanha.
Já são 13 anos sem que o Grêmio conquiste um título fora das fronteiras do Rio Grande do Sul, desde a Copa do Brasil 2001, com Tite. No período, os tricolores ergueram o troféu do Gaúchão apenas em três ocasiões. Já o Inter faturou 10 vezes o Estadual desde então. E ainda um torneio Mundial da Fifa, duas Libertadores, uma Sul-americana e duas Recopas. Até 2006, a falta de taças internacionais era o grande incômodo no Beira Rio.
Apesar do jejum de títulos nacionais do Colorado, a disparidade é inquestionável. Se existe o Mazembe, também há o triunfo sobre o Barcelona de Ronaldinho. Já o Grêmio segue num círculo vicioso, apostando em técnicos novos no cenário futebolístico e despachando-os ante a primeira crise. Vágner Mancini caiu após seis jogos e 2008, mesmo invicto! Silas ganhou o título gaúcho em 2010, mas não chegou às 50 partidas.
Caio Júnior fez apenas oito cotejos em 2012. E em aproximadamente dois anos, Renato Portaluppi assumiu o comando da equipe em duas oportunidades, sempre nos braços do povo, apoiado na condição (merecidíssima) de ídolo eterno dos tricolores. Funciona como uma vacina de efeito temporário em meio à crise. O torcedor, apaixonado, imagina que a "Era" de vitórias voltará com o velho ídolo, e fica feliz.
Renato acabou deixando o clube desgastado e com resultados abaixo do esperado. Mas arrefeceu crises com sua simples presença. O mesmo fenômeno se repete com Luiz Felipe Scolari na sua volta ao clube de onde saiu há 18 anos. Seus serviços prestados ao Grêmio são inegáveis e a idolatria da torcida mais do que justa. Mas você acha mesmo que isso basta para retomar o caminho das vitórias?
Enderson não foi mal como pintam seus detratores. Após negociar jogadores caros que integravam o elenco comandado por Renato em 2013, o Grêmio encarou o mais duro grupo da Libertadores no começo deste ano, avançando como líder invicto, cheio de méritos, jogando bem e eliminando Nacional de Montevidéu e Newell's Old Boys. O Atlético Nacional de Medellín foi o outro classificado.
Caiu numa dura disputa com o San Lorenzo, nos pênaltis após uma vitória de 1 a 0 para cada lado. Vergonha alguma diante do campeão argentino, que depois eliminaria o Cruzeiro, melhor time do Brasil, e está com a vaga na final da Libertadores mais do que encaminhada — enfrenta o Bolívar em La Paz após fazer 5 a 0 em Buenos Aires.
Apesar dos raros tentos, o time de Enderson é o quarto que mais finaliza no Brasileiro. Culpa do técnico se Barcos faz poucos gols e no jogo em que marca dois perde um diante do goleiro, como na derrota para o Coritiba? O Grêmio é o quarto entre os que menos faltas cometem na Série A e o sétimo na lista dos que mais trocam passes certos.
Com indicadores interessantes ao longo de pouco mais de um semestre de trabalho, Enderson, em tese, poderia se recuperar com a equipe. Mas não é uma grife gaúcha como Renato e Felipão. E a torcida, carente, exigia uma dessas. Como a maioria dos cartolas brasileiros, os do Grêmio não bancam, não sustentam o técnico menos conhecido nessas horas. Eles atendem a "voz do povo".
É conveniente, claro. Ilusão coletiva momentâena e crença em dias melhores apoiados no que se passou há quase duas décadas. Pouco (ou nada) racional partindo do torcedor, o que é aceitável, claro. Racional e pouco arrojado (e profissional, talvez) partindo de dirigentes, o que é procedimento velho e lamentável.
Mas Scolari não enfrentará seleções de Copa do Mundo desta vez. E na mediocridade do futebol jogado atualmente no Brasil, pode até chegar a resultados que sejam satisfatórios. Ele terá o direito de errar que Enderson e outros treinadores sem grife não tiveram. Cartolas não protegem esses técnicos. Eles querem nomes que os protejam. Nisso Felipão ainda é bom. Pelo menos no Grêmio.
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