A temporada do futebol brasileiro deveria começar nesta quarta-feira (27) com a rodada inicial da Primeira Liga. Não se assuste. O tempo verbal é este mesmo. Por mais que os clubes envolvidos garantam o cumprimento da tabela do torneio, há um imbróglio envolvendo a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). Ambas insistem em proibir (e não reconhecer) o torneio.
Quatro jogos marcam o que será a primeira data da Sul-Minas-Rio (Fluminense x Atlético-PR, Criciúma x Cruzeiro, Atlético-MG x Flamengo e Internacional x Coritiba). Nesta quinta-feira (28), ainda há duas partidas (América-MG x Figueirense e Avaí x Grêmio). Mas o que esperar do torneio que se inicia nesta semana e nem sabe se terá um término? O UOL Esporte prepara um guia para o torcedor saber tudo sobre a competição.
1) Haverá Liga em fevereiro?
A primeira e principal dúvida diz respeito à continuidade da Liga. Após a proibição da CBF, clubes e organização afirmam que vão manter a tabela original. O discurso, no entanto, ainda é cauteloso. Os times entrarão em campo nesta primeira rodada, mas ainda discutem o que fazer a partir da segunda jornada – marcada inicialmente para os dias 17 e 18 de fevereiro.
2) As consequências da manutenção da Liga
Por parte da CBF, a maior ameaça aos clubes da Primeira Liga pode ser a desfiliação. Pelo estatuto da CBF, eles são considerados filiados especiais quando compõem a Série A. E a presidência pode estabelecer a sua desfiliação em caráter de urgência. Pois bem, se a CBF tirar essa filiação, os clubes ficariam impedidos de disputar o Brasileiro e a Copa do Brasil, além da possibilidade de ter os contratos de seus jogadores invalidados, pois estes são registrados na confederação.
Dentro da Liga, há um entendimento de que não adianta a CBF levar a questão para a Fifa. Isso porque entende que a federação internacional não costuma atuar em questões internas dos países, deixando isso a cargo da própria associação nacional. Caberia, portanto, à CBF tomar alguma medida contra os clubes.
Pela Lei Pelé, as ligas têm o direito a se organizarem de forma autônoma sem intervenção de outras entidades de administração. É nisso que a liga baseia a sua legalidade.
3) Será transmitida?
A SporTV e a Rede Globo de Televisão transmitirão as partidas. Apesar de celebrarem os acordos, clubes ainda discutem alguns pontos. Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro e da Liga, ainda conversava detalhes com a Globo a menos de 48 horas da estreia. O mandatário foi o responsável por comercializar os direitos de transmissão do torneio por R$ 5 milhões. O impasse sobre a realização da mesma gera preocupação no parceiro.
4) Materiais esportivos
Ficou definido, no fim de semana passado, que a Penalty, empresa brasileira que produz uniformes para alguns clubes do Brasil, como é o caso do Cruzeiro, será a fornecedora de materiais esportivos da competição. O acordo inclui as bolas que serão utilizadas.
5) Datas conflitantes
O Gre-Nal, em 6 de março, na Arena Grêmio, vai valer por duas competições (Campeonato Gaúcho e Primeira Liga). A decisão conta com o aval da Federação Gaúcha de Futebol. Mas para evitar confusão, as questões que envolvem transmissão, arbitragem e suspensões de atletas vão valer do Campeonato Gaúcho.
Walter Feldman, secretário geral da CBF, reprova o fato e critica a tabela da competição: "O que não pode é se abrir a perspectiva, da terceira, quarta ou quinta partidas. E aí é a realização de um torneio completo. Não que ele não possa ser feito, é porque não existe a possibilidade de não conflito com a agenda já estabelecida pelo calendário nacional. Não teria sentido, por exemplo, um Gre-Nal valendo por duas competições. Não teria sentido um final com um clube carioca na mesma data com rodada aqui no Rio", afirmou à Rádio Itatiaia.
No entanto, o que Feldman não sabia é que a decisão de fazer o Gre-Nal do Campeonato Gaúcho valer também pela Primeira Liga partiu tem precedente dentro da própria CBF. Em 1993, sem datas para realização da Recopa (duelo entre vencedores da Libertadores e da Supercopa do ano anterior), a Conmebol e a CBF concordaram que o duelo entre São Paulo e Cruzeiro, marcado para o dia 25 de setembro, poderia valer por duas competições.
6) Arbitragem
Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, os árbitros foram escolhidos em audiência pública, com transmissão ao vivo pela internet, algo até então inédito. A votação ocorreu na segunda-feira (25), em São José (SC), na sede da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), uma das parceiras da Liga.
7) Por que os paulistas estão fora?
Dentre os principais centros futebolísticos do país, São Paulo é o único que não terá um representante na Primeira Liga. Os clubes do estado até cogitaram a participação, mas a Federação Paulista de Futebol (FPF) incrementou os valores pagos às principais agremiações com o intuito de valorizar o Campeonato Paulista e evitar que houvesse uma briga semelhante à que acontece na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), em que Flamengo e Fluminense negligenciam o Campeonato Carioca em detrimento da Primeira Liga.
8) Dá vaga para outro torneio?
Como ainda não é reconhecida e tratada como amistosa pela CBF, a competição não dará vaga para um torneio oficial. Portanto, quem vencer o campeonato terá que se contentar "apenas" em levar o troféu para a sua galeria.
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Quatro jogos marcam o que será a primeira data da Sul-Minas-Rio (Fluminense x Atlético-PR, Criciúma x Cruzeiro, Atlético-MG x Flamengo e Internacional x Coritiba). Nesta quinta-feira (28), ainda há duas partidas (América-MG x Figueirense e Avaí x Grêmio). Mas o que esperar do torneio que se inicia nesta semana e nem sabe se terá um término? O UOL Esporte prepara um guia para o torcedor saber tudo sobre a competição.
1) Haverá Liga em fevereiro?
A primeira e principal dúvida diz respeito à continuidade da Liga. Após a proibição da CBF, clubes e organização afirmam que vão manter a tabela original. O discurso, no entanto, ainda é cauteloso. Os times entrarão em campo nesta primeira rodada, mas ainda discutem o que fazer a partir da segunda jornada – marcada inicialmente para os dias 17 e 18 de fevereiro.
2) As consequências da manutenção da Liga
Por parte da CBF, a maior ameaça aos clubes da Primeira Liga pode ser a desfiliação. Pelo estatuto da CBF, eles são considerados filiados especiais quando compõem a Série A. E a presidência pode estabelecer a sua desfiliação em caráter de urgência. Pois bem, se a CBF tirar essa filiação, os clubes ficariam impedidos de disputar o Brasileiro e a Copa do Brasil, além da possibilidade de ter os contratos de seus jogadores invalidados, pois estes são registrados na confederação.
Dentro da Liga, há um entendimento de que não adianta a CBF levar a questão para a Fifa. Isso porque entende que a federação internacional não costuma atuar em questões internas dos países, deixando isso a cargo da própria associação nacional. Caberia, portanto, à CBF tomar alguma medida contra os clubes.
Pela Lei Pelé, as ligas têm o direito a se organizarem de forma autônoma sem intervenção de outras entidades de administração. É nisso que a liga baseia a sua legalidade.
3) Será transmitida?
A SporTV e a Rede Globo de Televisão transmitirão as partidas. Apesar de celebrarem os acordos, clubes ainda discutem alguns pontos. Gilvan de Pinho Tavares, presidente do Cruzeiro e da Liga, ainda conversava detalhes com a Globo a menos de 48 horas da estreia. O mandatário foi o responsável por comercializar os direitos de transmissão do torneio por R$ 5 milhões. O impasse sobre a realização da mesma gera preocupação no parceiro.
4) Materiais esportivos
Ficou definido, no fim de semana passado, que a Penalty, empresa brasileira que produz uniformes para alguns clubes do Brasil, como é o caso do Cruzeiro, será a fornecedora de materiais esportivos da competição. O acordo inclui as bolas que serão utilizadas.
5) Datas conflitantes
O Gre-Nal, em 6 de março, na Arena Grêmio, vai valer por duas competições (Campeonato Gaúcho e Primeira Liga). A decisão conta com o aval da Federação Gaúcha de Futebol. Mas para evitar confusão, as questões que envolvem transmissão, arbitragem e suspensões de atletas vão valer do Campeonato Gaúcho.
Walter Feldman, secretário geral da CBF, reprova o fato e critica a tabela da competição: "O que não pode é se abrir a perspectiva, da terceira, quarta ou quinta partidas. E aí é a realização de um torneio completo. Não que ele não possa ser feito, é porque não existe a possibilidade de não conflito com a agenda já estabelecida pelo calendário nacional. Não teria sentido, por exemplo, um Gre-Nal valendo por duas competições. Não teria sentido um final com um clube carioca na mesma data com rodada aqui no Rio", afirmou à Rádio Itatiaia.
No entanto, o que Feldman não sabia é que a decisão de fazer o Gre-Nal do Campeonato Gaúcho valer também pela Primeira Liga partiu tem precedente dentro da própria CBF. Em 1993, sem datas para realização da Recopa (duelo entre vencedores da Libertadores e da Supercopa do ano anterior), a Conmebol e a CBF concordaram que o duelo entre São Paulo e Cruzeiro, marcado para o dia 25 de setembro, poderia valer por duas competições.
6) Arbitragem
Pela primeira vez na história do futebol brasileiro, os árbitros foram escolhidos em audiência pública, com transmissão ao vivo pela internet, algo até então inédito. A votação ocorreu na segunda-feira (25), em São José (SC), na sede da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (ANAF), uma das parceiras da Liga.
7) Por que os paulistas estão fora?
Dentre os principais centros futebolísticos do país, São Paulo é o único que não terá um representante na Primeira Liga. Os clubes do estado até cogitaram a participação, mas a Federação Paulista de Futebol (FPF) incrementou os valores pagos às principais agremiações com o intuito de valorizar o Campeonato Paulista e evitar que houvesse uma briga semelhante à que acontece na Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj), em que Flamengo e Fluminense negligenciam o Campeonato Carioca em detrimento da Primeira Liga.
8) Dá vaga para outro torneio?
Como ainda não é reconhecida e tratada como amistosa pela CBF, a competição não dará vaga para um torneio oficial. Portanto, quem vencer o campeonato terá que se contentar "apenas" em levar o troféu para a sua galeria.
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