Foto: Eduardo Knapp
Quantas memórias boas tenho para relatar quando o assunto é o meu time do coração. Nasci em 1990, então tenho algumas lembranças do início daquela década. Cresci sob uma forte influência tricolor na família, então soa muito natural o fato de optar pelo Grêmio como brasão para admirar. Minha infância coincidiu com uma época gloriosa do meu time. Lembro que era rotina a família se reunir para acompanhar os momentos de decisões gremistas e, na grande parte das vezes, comemorar.
Foi assim na conquista da Libertadores de 1995. É lógico que uma criança de cinco anos não é muito capaz de distinguir um bairro de um continente. Mas com o passar do tempo, a descoberta do que significava a “América” que vinha depois da tão falada “Libertadores” deu ainda mais sentido às lembranças da festa descontrolada pelas ruas da minha vizinhança. Como era bom ver família e amigos envolvidos em momentos de plena comemoração. Era incrível que o motivo tudo aquilo tinha um nome: Grêmio.
Os anos foram passando e continuei a ver o time que escolhi para ser meu sendo motivo de fortes argumentos nas discussões contra os que optavam pelo lado vermelho. Ao mesmo tempo em que descobri o que era o continente, fui informada que os adversários da camisa colorada ainda não haviam conquistado ele. O que eu achava disso tudo? Eu só pensava algo do tipo: É muito bom ser gremista! A percepção dessa criança era de que, como tricolor, só teria felicidades sempre.
Em um certo domingo, mais precisamente dia 17 de junho de 2001, minha família se reunia para assistir mais um jogo do Grêmio. O cenário era bastante parecido com o de sempre, meu padrinho tricolor vestia seu manto para mais uma decisão, enquanto meu outro tio colorado tentava diminuir o otimismo gremista com palavras de descrença sobre o triunfo do meu time. Lembro de ter entendido bem o contexto daquela partida. Para levantar a taça de mais um título, no caso a quarta Copa do Brasil, o Grêmio precisava ter sucesso sobre o tão falado time do Corinthians. Entendi que o jogo era na casa do adversário e, a exemplo de tantas outras vezes que o futebol me surpreendeu, não acreditava nas imagens da televisão que mostravam aquelas milhares e milhares de pessoas vestidas de branco e preto. Era muita gente!
Mesmo com aquele contexto adverso para os gremistas, o final daquela tarde foi uma repetição de momentos que já havia presenciado anteriormente: foguetes pela vizinhança, indivíduos de azul gritando por todos os lados, alguns carros passando em direção ao centro da cidade com buzinas estridentes, enquanto outros preferiam espalhar os versos do hino que também foi a trilha sonora dos momentos parecidos com aquele os quais já tinha vivido. Que domingo incrível! Como o Grêmio era incrível! E o melhor de tudo, ter a certeza de que a celebração não era exclusividade da minha casa era ainda mais animador. Quantas tantas outras crianças, assim como eu, foram para a escola na manhã seguinte levando o escudo gremista no seu traje ao invés do uniforme do colégio? Não sou capaz nem mesmo de tentar mensurar.
O mundo mudou muito desde aquele final de semana. Minha vida já evoluiu tanto que não teria como explicar tudo. Meu tio colorado, infelizmente, partiu desse mundo sem ter visto seu time realizar seus maiores feitos. Porém, outras coisas continuam parecidas. Os encontros de domingo ainda são os ideais para debater com meu padrinho gremista sobre os caminhos do nosso clube. Caminhos estes que desde aquela tarde de junho de 2001 foram, por vezes, mais tortuosos do que gostaríamos. Nesse intervalo de tempo, vimos nosso Grêmio visitar a indigesta Série B. Porém, também assistimos juntos ao jogo inacreditável que devolveu nosso lugar na primeira divisão. A questão é que, entre mudanças e permanência de hábitos, o Tricolor não conquistou mais nenhum título expressivo nesse período.
Ao longo desses quinze anos, foram incontáveis as vezes que conversamos sobre o nosso jejum de títulos. Nunca imaginei que um clube da grandeza do Grêmio chegaria a este ponto. Mas também não tenho nenhuma dúvida de que o momento de virarmos esse jogo está cada vez mais próximo. Entre temporadas de maiores esperanças e outras de total incredulidade, a rotina de acompanhar e a vontade de torcer nunca se extinguiram. Confesso que, de certa forma, temia a chegada da data fatídica dos “15 anos sem título”. Entretanto, nessa sexta-feira, 17 de junho de 2016, me abstive do sentimento da indignação e em momento algum fui tomada pela vergonha que observei em alguns companheiros gremistas.
Pelo contrário, fui agraciada com as lembranças de 15 anos atrás, daqueles bons momentos em família, da festa azul celeste ao nosso redor. Talvez seja o bem estar dessas recordações que me faz acreditar que viveremos esse sentimento novamente. Quando esse momento chegar, saberemos que as decisões errôneas de diretorias questionáveis farão parte do passado; teremos a certeza de estar torcendo por um grupo com espírito de conquista, independente de o perfil ser semelhante ou diferente daquele do tetra da Copa do Brasil; e poderemos sentir na Arena a energia que habitava no Monumental. Seja em breve ou não, minha expectativa em alcançar esse status me move a cobrar e, principalmente, torcer por esse clube.
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Foi assim na conquista da Libertadores de 1995. É lógico que uma criança de cinco anos não é muito capaz de distinguir um bairro de um continente. Mas com o passar do tempo, a descoberta do que significava a “América” que vinha depois da tão falada “Libertadores” deu ainda mais sentido às lembranças da festa descontrolada pelas ruas da minha vizinhança. Como era bom ver família e amigos envolvidos em momentos de plena comemoração. Era incrível que o motivo tudo aquilo tinha um nome: Grêmio.
Os anos foram passando e continuei a ver o time que escolhi para ser meu sendo motivo de fortes argumentos nas discussões contra os que optavam pelo lado vermelho. Ao mesmo tempo em que descobri o que era o continente, fui informada que os adversários da camisa colorada ainda não haviam conquistado ele. O que eu achava disso tudo? Eu só pensava algo do tipo: É muito bom ser gremista! A percepção dessa criança era de que, como tricolor, só teria felicidades sempre.
Em um certo domingo, mais precisamente dia 17 de junho de 2001, minha família se reunia para assistir mais um jogo do Grêmio. O cenário era bastante parecido com o de sempre, meu padrinho tricolor vestia seu manto para mais uma decisão, enquanto meu outro tio colorado tentava diminuir o otimismo gremista com palavras de descrença sobre o triunfo do meu time. Lembro de ter entendido bem o contexto daquela partida. Para levantar a taça de mais um título, no caso a quarta Copa do Brasil, o Grêmio precisava ter sucesso sobre o tão falado time do Corinthians. Entendi que o jogo era na casa do adversário e, a exemplo de tantas outras vezes que o futebol me surpreendeu, não acreditava nas imagens da televisão que mostravam aquelas milhares e milhares de pessoas vestidas de branco e preto. Era muita gente!
Mesmo com aquele contexto adverso para os gremistas, o final daquela tarde foi uma repetição de momentos que já havia presenciado anteriormente: foguetes pela vizinhança, indivíduos de azul gritando por todos os lados, alguns carros passando em direção ao centro da cidade com buzinas estridentes, enquanto outros preferiam espalhar os versos do hino que também foi a trilha sonora dos momentos parecidos com aquele os quais já tinha vivido. Que domingo incrível! Como o Grêmio era incrível! E o melhor de tudo, ter a certeza de que a celebração não era exclusividade da minha casa era ainda mais animador. Quantas tantas outras crianças, assim como eu, foram para a escola na manhã seguinte levando o escudo gremista no seu traje ao invés do uniforme do colégio? Não sou capaz nem mesmo de tentar mensurar.
O mundo mudou muito desde aquele final de semana. Minha vida já evoluiu tanto que não teria como explicar tudo. Meu tio colorado, infelizmente, partiu desse mundo sem ter visto seu time realizar seus maiores feitos. Porém, outras coisas continuam parecidas. Os encontros de domingo ainda são os ideais para debater com meu padrinho gremista sobre os caminhos do nosso clube. Caminhos estes que desde aquela tarde de junho de 2001 foram, por vezes, mais tortuosos do que gostaríamos. Nesse intervalo de tempo, vimos nosso Grêmio visitar a indigesta Série B. Porém, também assistimos juntos ao jogo inacreditável que devolveu nosso lugar na primeira divisão. A questão é que, entre mudanças e permanência de hábitos, o Tricolor não conquistou mais nenhum título expressivo nesse período.
Ao longo desses quinze anos, foram incontáveis as vezes que conversamos sobre o nosso jejum de títulos. Nunca imaginei que um clube da grandeza do Grêmio chegaria a este ponto. Mas também não tenho nenhuma dúvida de que o momento de virarmos esse jogo está cada vez mais próximo. Entre temporadas de maiores esperanças e outras de total incredulidade, a rotina de acompanhar e a vontade de torcer nunca se extinguiram. Confesso que, de certa forma, temia a chegada da data fatídica dos “15 anos sem título”. Entretanto, nessa sexta-feira, 17 de junho de 2016, me abstive do sentimento da indignação e em momento algum fui tomada pela vergonha que observei em alguns companheiros gremistas.
Pelo contrário, fui agraciada com as lembranças de 15 anos atrás, daqueles bons momentos em família, da festa azul celeste ao nosso redor. Talvez seja o bem estar dessas recordações que me faz acreditar que viveremos esse sentimento novamente. Quando esse momento chegar, saberemos que as decisões errôneas de diretorias questionáveis farão parte do passado; teremos a certeza de estar torcendo por um grupo com espírito de conquista, independente de o perfil ser semelhante ou diferente daquele do tetra da Copa do Brasil; e poderemos sentir na Arena a energia que habitava no Monumental. Seja em breve ou não, minha expectativa em alcançar esse status me move a cobrar e, principalmente, torcer por esse clube.
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