[Grêmio Avalanche]: Grêmio e o encerramento do “3° bloco de Roger”

Pode não parecer, mas o Campeonato Brasileiro já se encaminha para o final do seu primeiro turno. Para o técnico Roger Machado, a competição não deve ser analisada somente pela divisão entre os jogos de ida e volta. A fim de melhor mensurar aproveitamento e projetar ou definir metas, o treinador gremista segmenta o longo campeonato em blocos de cinco partidas cada.

Pode parecer uma ideia bastante simples, mas que, se tratada com uma análise aprimorada, pode se tornar uma ferramenta bastante interessante. Na concepção de Roger, o ideal para uma equipe que almeja a ponta da tabela é conquistar, no mínimo, 60% de aproveitamento a cada cinco partidas que disputar. Esse percentual surgiu do estudo sobre as médias das equipes campeãs em outras temporadas. Visto que o campeonato é composto por 38 rodadas, Roger considera as três últimas partidas após o término do 7° bloco como as “finais” do torneio.

Nesse final de semana, o Grêmio viaja para Recife com o objetivo de concluir seu terceiro ciclo nesse Brasileirão, no jogo contra o Sport na Ilha do Retiro. Caso vença o confronto, o Tricolor terá o seu melhor índice de aproveitamento até o momento. Na primeira etapa estipulada pelo professor Roger, o desempenho gremista ficou em 66,67%. Pode-se dizer que a vitória sobre o Atlético-MG em pleno Horto foi um fator fundamental que, aliado às duas vitórias em casa sobre Flamengo e Coritiba, impulsionou este índice. O único tropeço nessa etapa foi a derrota para um Palmeiras que já vinha se mostrando embalado para marcar território na ponta de cima da tabela.

No segundo bloco do cronograma Tricolor alguns fatos, de certa forma, abalaram a confiança dos gremistas. Entretanto, a insatisfação maior não tinha origem nos jogadores ou na comissão técnica. Nesse momento, a indignação dos Tricolores teve um alvo à parte: a arbitragem. As partidas que exemplificam exatamente isso são as contra Fluminense e Vitória. No embate com os cariocas, a negligência de um pênalti a nosso favor e a surpreendente expulsão de Ramiro por reclamação transformaram o empate na menor das tragédias. Mesmo com a conquista de um ponto fora de casa, o empate foi lamentado porque, da forma como o jogo se desenrolava, uma vitória gremista parecia um cenário bastante natural. Já contra os baianos, o negócio foi ainda mais complicado.

Naquela partida em plena Arena o gremista viu que apenas a realização de um bom trabalho e planejamento não vai definir um êxito no Brasileirão. Sim, temos que torcer também para que os resultados não sejam definidos por arbitragens extremamente questionáveis. O pênalti mal marcado para o Vitória e a expulsão injusta de Bressan foram um verdadeiro balde de água fria sobre a expectativa que se criava sobre o Grêmio no campeonato. Mesmo com os percalços, o aproveitamento gremista nessa fase foi de 53,33%, índice alcançado com o empate com a Chapecoense fora de casa e com as vitórias sobre Cruzeiro e Ponte Preta, esta última com gol salvador de Luan no último minuto de jogo.

A estreia Tricolor no terceiro bloco de jogos não foi nada boa. Diante do Atlético-PR na Arena da Baixada, o time de Porto Alegre apresentou uma das piores atuações dessa temporada. O time foi apático na hora de se defender e praticamente nada criou. Felizmente, após o insucesso em terras paranaenses o Grêmio embalou uma importante sequência de vitórias no campeonato. Os triunfos sobre Santos e Figueirense em casa foram um misto de felicidade, angústia e alívio com os gols nos instantes finais nas conquistas dos pontos em casa. Porém, para todo bom gremista, nenhuma dessas vitórias se compara à satisfação de ver o maior rival derrotado em sua própria casa. Foram apenas três pontos conquistados no Beira-Rio no Gre-nal 410, mas a superação gremista e a promessa de um trator que não passou deram um gás a mais na equipe azul.

O Sport que encara o Grêmio nesse domingo está longe de ser um time que está tendo um bom Campeonato Brasileiro. Mas em território adversário, não é possível afirmar nada em relação a um êxito Tricolor sobre o atual penúltimo colocado da tabela. Uma ótima notícia para a nação gremista é a tão aguardada volta de Geromel ao time titular, após a recuperação do problema muscular que surgiu ainda na partida contra o Cruzeiro. Também pode ser visto com bons olhos o retorno do capitão Maicon, principalmente pelo fato de Walace estar suspenso. Enfim teremos a chance de ver o surpreendente Jaílson ao lado do volante dono da posição o qual o jovem substituiu tão bem. Esse jogo também será a última partida de Luan antes de sua ida para a Seleção Olímpica. Vale torcer para que o atacante volte a marcar e se despeça muito bem do elenco.

Simples e ao mesmo tempo complexo. Em suma, essa pode ser a definição do esquema utilizado por Roger Machado para traçar os caminhos do nosso Grêmio nesse Brasileirão. O que não se pode negar é que, independente da forma como queira dividir as etapas do torneio, o verdadeiro gremista tem nos minutos que antecedem cada partida aquela sensação de que sua equipe se prepara para uma decisão. O desenrolar dos capítulos de cada “bloco de Roger” fica a cargo do nosso time que, muito provavelmente, vai nos conceder boas doses de surpresa, euforia, preocupação, alívio e comemoração. Elementos básicos que fazem o Grêmio ser sempre Grêmio.


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