Walace disputa pelo alto na Olimpíada: deficiência aperfeiçoada imagem: Paulo Whitaker/Reuters
Ao tentar ser aprovado em testes no Bahia, durante a adolescência, o volante gremista Walace ouviu um diagnóstico desconcertante: "você não vai ser jogador de futebol". O nome do funcionário é guardado por ele, mas a análise não poderia ter sido mais equivocada.
Na seleção brasileira que passou da água (dois empates insossos) para o vinho (duas vitórias convincentes), uma das principais explicações para a transformação atende pelo nome de Walace e pelo seu encaixe à equipe como volante. Algo que só foi possível, curiosamente, por uma mudança de posição de quem se destacava como camisa 10 do Avaí entre os juvenis.
Foi justamente pela lentidão, fruto de seu 1,91 m, para jogar no setor mais disputado do campo, que Walace deixou de ser meia e passou a ser volante. O diagnóstico do Grêmio ao adquirir o jogador (ver mais detalhes abaixo) era de que a qualidade técnica dele seria útil alguns metros mais atrás do campo. Exatamente como se aproveitou Rogério Micale para dar mais consistência ao meio-campo do Brasil.
Ainda que o santista Thiago Maia fosse alvo de muitos elogios na seleção, a suspensão dele abriu caminho para um jogador de característica diferente. Walace não se desloca tanto à frente e, como gostam de dizer os treinadores, faz um "jogo posicionado". Assim, além de dar mais força ao setor sem perda de qualidade técnica, abriu espaço para o crescimento de Renato Augusto - ele era alvo de críticas por não chegar à frente e se falava sobre forma física ruim, mas Renato insistia que se tratava de uma questão tática.
A afinidade de Walace com um jogador de passe, tal qual é Maicon no Grêmio, permitiu a Micale usufruir ainda de um pouco do trabalho de formação feito por Roger Machado, nos profissionais, André Jardine, no sub-20, e James Freitas, no sub-18. Fundamentos como melhorar a marcação, o cabeceio, o chute de fora e a chegada à área do rival em circunstâncias eventuais fizeram dele um jogador com todo um acabamento dado em território gremista.
A trajetória de Walace, 21 anos, é totalmente incomum e explica um pouco da necessidade desse trabalho. Ele ingressou em categorias de base somente com 16 anos a serviço de um combinado do interior baiano na Copa 2 de Julho, em 2011. Dali, foi levado ao Avaí para iniciar uma história que pode ser reescrita com uma medalha olímpica. Não como meia. Sim como volante.
"Nós vimos que quase todos jogadores defensivos da Europa têm técnica. Ele usava muito a força, mas apresentou isso e se tornou um volante espetacular. Como era um meia sem mobilidade, já chegou com a recomendação clara de ser volante. Com Roger, teve uma evolução clara. Felipão preferia que fosse um jogador tradicional, que desarma e passa".
James Freitas - auxiliar técnico do Grêmio e ex-treinador do sub-18 gremista
"Tive uma conversa com ele para convencer de mudar de posição. Ele tinha bom passe, mas pouca mobilidade como meia. Tínhamos atletas com uma característica melhor na meia. Ele se mostrou receptivo e me disse 'se me ensinar a marcar e a fazer o posicionamento, eu quero jogar, estou disposto. O jogo aéreo dele era complicado, cabeceava muito mal e passamos a desenvolver o refinamento técnico dele no Lapidar (projeto gremista). Foi feito um trabalho de formação, porque ele não tinha feito base".
Júnior Chávare - diretor executivo do Grêmio
"Durante a Copa Santiago Sub-17, o Cabrera (ex-coordenador da base) foi acompanhar. O Walace fez gol contra nós, jogava com a camisa 10. No dia seguinte, o presidente e o diretor do Avaí foram contratar o Marquinhos (meia então gremista). O Fábio Koff (então) queria ajuda-los, e nós pedimos o Walace. Após uma semana de treinos, eu encostei nele e disse 'com a 10 não vai dar'. Ele tinha todo perfil para ser volante. Antes de ele vir, já perguntamos se ele topava virar volante, então ele já imaginava isso".
André Jardine - atual treinador do sub-20 do São Paulo e ex-treinador do sub-20 do Grêmio
"Ele veio ainda no juvenil. Jogou o primeiro ano todo no sub-18 e depois comigo no sub-20. Fez um grande Gauchão júnior (2014) e foi um dos destaques com muita força e qualidade no passe. É um volante que trata bem a bola, com visão de jogo e com uma finalização de fora da área aparecendo. Ele tinha um potencial imenso se melhorasse a marcação, o posicionamento e a primeira bola".
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Foi justamente pela lentidão, fruto de seu 1,91 m, para jogar no setor mais disputado do campo, que Walace deixou de ser meia e passou a ser volante. O diagnóstico do Grêmio ao adquirir o jogador (ver mais detalhes abaixo) era de que a qualidade técnica dele seria útil alguns metros mais atrás do campo. Exatamente como se aproveitou Rogério Micale para dar mais consistência ao meio-campo do Brasil.
Ainda que o santista Thiago Maia fosse alvo de muitos elogios na seleção, a suspensão dele abriu caminho para um jogador de característica diferente. Walace não se desloca tanto à frente e, como gostam de dizer os treinadores, faz um "jogo posicionado". Assim, além de dar mais força ao setor sem perda de qualidade técnica, abriu espaço para o crescimento de Renato Augusto - ele era alvo de críticas por não chegar à frente e se falava sobre forma física ruim, mas Renato insistia que se tratava de uma questão tática.
A afinidade de Walace com um jogador de passe, tal qual é Maicon no Grêmio, permitiu a Micale usufruir ainda de um pouco do trabalho de formação feito por Roger Machado, nos profissionais, André Jardine, no sub-20, e James Freitas, no sub-18. Fundamentos como melhorar a marcação, o cabeceio, o chute de fora e a chegada à área do rival em circunstâncias eventuais fizeram dele um jogador com todo um acabamento dado em território gremista.
A trajetória de Walace, 21 anos, é totalmente incomum e explica um pouco da necessidade desse trabalho. Ele ingressou em categorias de base somente com 16 anos a serviço de um combinado do interior baiano na Copa 2 de Julho, em 2011. Dali, foi levado ao Avaí para iniciar uma história que pode ser reescrita com uma medalha olímpica. Não como meia. Sim como volante.
"Nós vimos que quase todos jogadores defensivos da Europa têm técnica. Ele usava muito a força, mas apresentou isso e se tornou um volante espetacular. Como era um meia sem mobilidade, já chegou com a recomendação clara de ser volante. Com Roger, teve uma evolução clara. Felipão preferia que fosse um jogador tradicional, que desarma e passa".
James Freitas - auxiliar técnico do Grêmio e ex-treinador do sub-18 gremista
"Tive uma conversa com ele para convencer de mudar de posição. Ele tinha bom passe, mas pouca mobilidade como meia. Tínhamos atletas com uma característica melhor na meia. Ele se mostrou receptivo e me disse 'se me ensinar a marcar e a fazer o posicionamento, eu quero jogar, estou disposto. O jogo aéreo dele era complicado, cabeceava muito mal e passamos a desenvolver o refinamento técnico dele no Lapidar (projeto gremista). Foi feito um trabalho de formação, porque ele não tinha feito base".
Júnior Chávare - diretor executivo do Grêmio
"Durante a Copa Santiago Sub-17, o Cabrera (ex-coordenador da base) foi acompanhar. O Walace fez gol contra nós, jogava com a camisa 10. No dia seguinte, o presidente e o diretor do Avaí foram contratar o Marquinhos (meia então gremista). O Fábio Koff (então) queria ajuda-los, e nós pedimos o Walace. Após uma semana de treinos, eu encostei nele e disse 'com a 10 não vai dar'. Ele tinha todo perfil para ser volante. Antes de ele vir, já perguntamos se ele topava virar volante, então ele já imaginava isso".
André Jardine - atual treinador do sub-20 do São Paulo e ex-treinador do sub-20 do Grêmio
"Ele veio ainda no juvenil. Jogou o primeiro ano todo no sub-18 e depois comigo no sub-20. Fez um grande Gauchão júnior (2014) e foi um dos destaques com muita força e qualidade no passe. É um volante que trata bem a bola, com visão de jogo e com uma finalização de fora da área aparecendo. Ele tinha um potencial imenso se melhorasse a marcação, o posicionamento e a primeira bola".
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