Grêmio É Grêmio

Esta frase repetida à exaustão pelos gremistas como forma de resumir ao máximo a identidade do clube está sendo revivida por Renato Portaluppi. Há uma crença entre os torcedores de que o Grêmio essencial é brigador, valente, disputa todos os palmos do campo e tudo isso tem prioridade em relação à qualidade técnica. Discuto esta máxima a partir da escalação dos times com os quais o Grêmio teve seus maiores títulos. Em 83, havia Tita, Osvaldo e Renato com a camisa sete. No Mundial, os já citados Renato e Osvaldo, mas também Paulo César Caju e Mário Sérgio. Em 95, Carlos Miguel, Émerson, Paulo Nunes, Arce, Dinho... Porém, sou vaiado pelos amigos gremistas quando lembro estas escalações; preferem, na maioria, o carrinho que levanta leiva de grama, o balão que afasta o perigo ou o sangue que corre da testa depois de uma disputa de cabeça de alto risco.

Renato Portaluppi organizou um Grêmio brigador e organizado. No primeiro tempo contra o Palmeiras, um jogo taticamente perfeito. No segundo tempo, valente para enfrentar a extrema dificuldade imposta pelo adversário qualificado. Assim será até dezembro. Na base do Grêmio é Grêmio, dá para empatar com o Palmeiras em São Paulo ou mesmo vencê-lo no contra-ataque. Antes, dá para levantar os números do desempenho no Brasileirão. Gremistas ficarão felizes com esta nova versão em que Ramiro, por exemplo, cabe com muita utilidade. Um dos maiores atacantes do futebol brasileiro em todos os tempos virou um treinador cuja qualidade maior é formatar bons sistemas defensivos. Não é crítica; constatação. Foi assim que Renato encontrou seu caminho para as vezes em que é requisitado para ser técnico de futebol.

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