Tempo Perdido

Eu passo férias há mais de 20 anos no Rio de Janeiro, não conheço melhor cidade para ser feliz. Compreendo plenamente o amor de Renato por aquela cidade e sei também que sua ida para lá voltando de Salvador depois do jogo para recomeçar o trabalho dele só na segunda-feira se deveu a problemas particulares.

Como não os conheço, não quero ser leviano para julgá-los. O que sei, e aí se trata de fato, não de opinião, é que o grupo de jogadores ficou pelo menos três dias sem trabalho técnico de conclusões a gol, por exemplo, por causa desta longa pausa. Conclusão a gol é dos maiores, se não o maior problema deste Grêmio de outubro de 2016. Os jogadores ficaram muito tempo fora de Porto Alegre, é certo, folga e repouso fazem parte do trabalho, é verdade, o ânimo depois de restabelecer forças fica potencializado, sei disso. Mesmo tendo feito treino regenerativo, é diferente da intensidade de um trabalho de conclusões sob os olhos do treinador. Este, não houve.

No entanto, considerando que haveria a sexta, o sábado, o domingo, a segunda, a terça e a quarta desta semana para trabalhos específicos, o Grêmio – e agora é opinião – perdeu tempo de treinamento. Mesmo que houvesse merecida folga, dava para aproveitar melhor este primeiro espaço de treinamento mais longo desde que Renato chegou ao Grêmio. O jogo contra o Atlético-PR tem muito valor, disputa direta. Um dia antes, o Inter pode tirar ponto do Botafogo, que está na frente do Grêmio. Voltam titulares importantes, Luan e Maicon, Everton pode ir de centroavante, há boa perspectiva de vitória.

Ela poderá vir até pela motivação de todos que, por exemplo, tenham eventualmente feito um pacto de folgar e voltar por um prato de comida no jogo de quinta-feira. Porém, no olhar frio do cronograma de trabalho, o tempo desde a vitória sobre o Vitória poderia ter sido aproveitado de forma mais positiva.


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