Ruptura com Valdir Espinosa não foi em “momento adequado”, diz jornalista

O Grêmio surpreendeu recentemente ao anunciar a demissão do coordenador-técnico Valdir Espinosa. Técnico campeão do Mundo e da Libertadores pelo clube em 1983, ele havia sido contratado para atuar em sintonia com Renato Gaúcho ainda em setembro do ano passado. Sua emocionada saída gerou debate nas redes sociais e reacendeu a polêmica sobre o quanto a dupla Gre-Nal sabe ou não lidar com os seus ídolos.


Atual apresentadora do canal TVE, com passagens por veículos importantes do Rio Grande do Sul, Christiane Matos tem uma opinião clara sobre a saída de Espinosa: independemente do mérito da demissão, não foi em um momento adequado. Em depoimento concedido com exclusividade ao Torcedores.com, a jornalista deu o seu ponto de vista sobre o polêmico tema.

“Não discuto as razões do clube para tal decisão, mas tenho dificuldade de entender se era o momento adequado para essa ruptura, ainda mais da maneira como foi, com o ex-coordenador técnico deixando o CT chorando e magoado. Entendo que pior do que errar, é não saber pedir desculpas ou tentar se retratar”, destacou.

Como setorista do Inter em 2008, Chris revela que vivenciou uma situação bastante semelhante – mas do lado vermelho do Rio Grande do Sul. Enquanto se preparava para cobrir mais um treinamento aparentemente normal, ela foi pega de surpresa com o anúncio da saída do atacante Iarley, menos de dois anos depois da conquista do Mundial.

“Ele estava na musculação, preparado para seguir o treinamento no campo suplementar, quando foi avisado que o clube havia decidido emprestá-lo para o Goiás, o que não era o seu desejo naquele momento. Pego de surpresa, Iarley, naquele mesmo dia, deu uma coletiva muito emocionado e triste. O jogador, um dos ídolos do clube, que marcou sua história no Mundial de 2006, estava aos prantos e nem conseguiu concluir a entrevista. Por mais que a negociação pudesse ser vantajosa ao Inter, naquele episódio faltou sensibilidade à direção, principalmente na maneira de conduzir o processo”, disse.

Para ela, as saídas de Espinosa e de Iarley apenas comprovam que a dupla Gre-Nal segue em “processo de aprendizado” para saber como lidar da maneira correta com os seus ídolos. No caso do Inter, nomes históricos e emblemáticos da trajetória do clube como Falcão e Fernandão também passaram por situações semelhantes quando viraram treinadores.

“É sempre complicado e arriscado trazer um ídolo de volta ao clube, geralmente em outra função. Fica difícil separar a idolatria já alcançada com a alta expectativa em um novo trabalho”, concluiu.

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