Sirvam nossas façanhas... Em noite tensa, torcida do Grêmio embala sonho do tri

Era 20 de setembro, data comemorativa da Revolução Farroupilha, feriado no Rio Grande do Sul. Era também a noite em que Renato Portaluppi comemoraria um ano no comando do Grêmio, em sua terceira passagem pelo clube. Mas sobretudo, era noite de embalar o sonho do tricampeonato da América, mesmo que de forma tão sofrida como foi a vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo, que colocou o Tricolor em mais uma semifinal de Libertadores.



A torcida fez sua parte: vibrou, cantou, alentou, assim como sofreu – e como. As mais de 50 mil almas presentes na Arena passaram por um turbilhão de sentimentos durante os 90 minutos, com direito a muita tensão até a vibração final, quando o árbitro decretou o final da partida e a classificação, graças a gol de Lucas Barrios.

O GloboEsporte.com acompanhou de perto toda festa gremista, com direito a fantasma da Série B, prendas nas cadeiras, êxtase e tensão nos minutos finais. Afinal, como se fosse uma noite roteirizada por Renato Portaluppi, a vitória teria cara de Grêmio. E jeito de Libertadores.

Instantes antes do início da partida, o Hino do Rio Grande do Sul transformou todas as vozes em uma só. E quando os jogadores do Grêmio entraram em campo, com Luan claramente frustrado no banco de reservas, uma chuva de 15 mil bobinas caiu das arquibancadas, dando ainda mais cara de Libertadores para a decisão.

O primeiro tempo seria truncado, brigado, duro. O Botafogo era melhor em campo, tinha o domínio territorial e a iniciativa. Nas arquibancadas, os semblantes eram tensos e nervosos. Renato corrigiu o time com a entrada de Everton na vaga de Léo Moura ainda antes do intervalo. Aos poucos, o Grêmio melhorou até recuperar a iniciativa na etapa final.

– Nós estamos jogando em casa, nosso time é muito melhor. O Grêmio tem que ir pra cima e fazer o primeiro gol – disse um gremista, no intervalo.



A segunda etapa seguiria tensa e complicada, até que a cobrança de falta de Edílson achou a cabeça de Lucas Barrios, aos 17 minutos. Gol do Grêmio. Aí o estádio veio abaixo. Teve quem se ajoelhasse, erguesse mãos para os céus, enquanto casais se abraçavam e amigos pulavam. Era uma loucura embalada pela mesma batida.

– Mais tranquilo. Acho que agora vai dar. Um a zero está ótimo – vibrou o administrador Lucas Biffi, um dos que se ajoelhou na hora da vibração.

Até o último instante, os torcedores ficaram apreensivos, com cada falta cobrada para a área do Grêmio, cada escanteio a favor do Botafogo. Mas a noite de 20 de setembro de 2017 reservou final feliz aos gaúchos. E o Grêmio já pode vislumbrar o sonho do tri, ao mesmo tempo em que prepara outra noite imortal contra o Barcelona-ECU, nas semifinais.





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