O suicídio, entre outros fatores, pode estar associado a uma doença, e o esporte não está imune a ela. Se você precisa de ajuda, se quer conversar com alguém, ligue para o número 188 (24 horas – ligação gratuita), o Centro de Valorização da Vida.
Os dados são preocupantes, e o Setembro Amarelo, mês que marca a prevenção ao suicídio, é um reflexo da necessidade de se conversar sobre o assunto. O alerta começa na quantidade de casos de depressão no Brasil, que chegam a 5,8% da população do país. São cerca de 12 milhões de pessoas sofrendo com essa doença. Em relação ao suicídio, os números também preocupam: 30 pessoas tiram a própria vida por dia no Brasil.
É uma realidade que não exclui pessoas fisicamente saudáveis. Segundo o Ministério do Esporte, 25,6% da população brasileira pratica atividades físicas. Desses milhões, milhares são atletas profissionais. E eles não estão livres de depressão.
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Ação do Setembro Amarelo realizado no jogo entre Santos e São Paulo — Foto: Divulgação/CVV
O assunto ainda é tabu. São poucos os casos que vão a público. Mas quando atletas contam suas histórias, percebe-se que é uma realidade. O mais recente foi do ex-jogador do Palmeiras Jonatan Cristaldo. Em entrevista ao Diário Olé, da Argentina, o atacante disse ter pensado em cometer suicídio.
– No Vélez, eu não agia como um profissional, não tinha vontade de sair da cama. Passei por muitos problemas pessoais no período, principalmente com família e amigos. Tive muitos pensamentos obscuros. Certa vez, acordei com um ataque de pânico, de depressão. Pensei em me matar – disse o argentino.
Cristaldo se junta a centenas de atletas que já tentaram cometer suicídio. E se engana quem pensa que isso só acontece com determinado tipo de jogador. Isso ocorre do esporte amador ao de alto nível – e também em áreas relacionadas ao esporte.
Michael Phelps, o maior campeão olímpico de todos os tempos, é um caso simbólico. Depois de ganhar seis medalhas em Londres, na Olimpíada de 2012, o nadador pensou em cometer suicídio.
Outro nadador que sofreu com isso foi Anthony Ervin. Em 2000, na Olimpíada de Sidney, o atleta ganhou o ouro dos 50m livre, mas em 2003, por conta da depressão, abandonou o esporte e viu sua vida ir para outro caminho. Ervin passou a usar drogas e tentou se matar. Mas como a fênix tatuada em seu braço, ele voltou a nadar e ganhou os 50m no Rio de Janeiro, em uma das histórias impressionantes dos Jogos de 2016.
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<I>Veterano Anthony Ervin comemora a classificação para a Olimpíada do Rio — Foto: Erich Schlegel / USA Today / Reuters</I><br />
<br />
No Brasil, poucos atletas foram a público falar sobre o assunto. Baiano, ex-jogador de futebol com passagens por Santos, Palmeiras e Boca Juniors, é exceção.<br />
<br />
– Isso foi em 95, eu jogava no juvenil do Santos. Já tinha três dias que meu pai tinha falecido. Quando minha mãe me ligou, eu estava indo jogar, acabei não jogando, cheguei para o Coutinho, falei que não tinha condições de jogar, meu pai tinha falecido. Três meses depois que meu pai faleceu, minha mãe faleceu. Logo em seguida, quando eu acabei de enterrar minha mãe lá no cemitério da Areia Branca, fomos despejados do centro de Santos. Sem pai, nem mãe, despejados, bateu o desespero, aí que tive a infeliz ideia – conta Baiano. Ele tinha 17 anos na época.<br />
<br />
Histórias como a do ex-jogador são comuns no Brasil. O suicídio é a quarta maior causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos.<br />
<br />
Naquela época, na base do Santos, os jogadores não tinham acompanhamento psicológico. Hoje em dia é diferente, como conta Gisele Silva, psicóloga das categorias de base do Palmeiras.<br />
<br />
– É importante o psicólogo compreender o comportamento do atleta no seu ambiente de treinos e competições. A partir dos dados, ele deve elaborar um plano de intervenção para desenvolver a autoconsciência e as habilidades psicológicas que estão associadas ao rendimento esportivo. Sobretudo, promover o bem-estar psicológico. O trabalho com crianças e jovens é educativo, para que eles se apoiem nos conceitos que serão importantes na formação da sua identidade pessoal e esportiva – explica a psicóloga.<br />
<br />
– Nessa época não tinha nada. Os psicólogos eram os treinadores e o coordenador da base. Psicólogo era o treinador, o Manuel Maria, e o Coutinho, que jogou com o Pelé. Eu fui ter psicólogo no profissional do Santos, em 97, que foi a doutora Suzy Fleury – comenta Baiano.<br />
<br />
Dominique Gonçalves, psicóloga do Centro de Excelência em Formação de Atletas do Corinthians, destaca um ponto importante nessa discussão.<br />
<br />
– A torcida, parte da imprensa e várias outras pessoas ligadas ao esporte acreditam que o fato de, por exemplo, um jogador de futebol de um clube de maior expressão ser bem remunerado é motivo suficiente para que ele desempenhe sempre em alto nível. Contudo, se esquecem de que por trás do jogador há um ser humano, que enfrenta várias das mesmas dificuldades que qualquer outro enfrenta.<br />
<br />
<strong>)
Parece clichê para quem vê a expressão, mas muitos casos de suicídio podem ser evitados pelo diálogo.
– Olhando dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), entendemos que pelo menos 90% dos casos poderiam ser prevenidos. O primeiro passo é falar abertamente sobre o assunto, deixar claro que é possível ajudar. Procurar um médico ou psicólogo quando necessário é de grande importância, o mais rápido possível – conta Carlos Correia, voluntário do CVV.
No caso de Baiano, Carlão, amigo da igreja, foi seu "alicerce". Foi para ele que Baiano saiu correndo buscando ajuda após tentar o suicídio. O ex-jogador destaca a importância de ter alguém para falar nessa situação.
– Ajuda demais. Isso eu falo porque ele foi meu paizão. Depois do Manuel Maria, do Coutinho, ele foi meu paizão. Não só na questão de apoio, de carinho, mas também na de alimentação. Eu fui morar na Favela Toneleiro, com meus irmãos, e nossa alimentação era precária. Então ele foi aquele anjo que Deus botou na minha vida, para ser um alicerce, meu exemplo de pai, de esposo, de amigo. Tudo que eu não tive, com ele aprendi a ter – disse o ex-atleta.
E é esse papel que o Centro de Valorização da Vida busca ter no dia a dia das pessoas, como conta Carlos Correia.
– O CVV se coloca como alternativa para conversar com as pessoas nos momentos em que elas estão passando por um momento de crise e não têm com quem compartilhar seu sofrimento e sua solidão. O fato de as pessoas falarem sobre suas emoções, desabafar, não as torna “fracas”. Isso é importante, pois evita que essas emoções e situações mal resolvidas se acumulem internamente, levando ao desânimo, à sensação de solidão e à falta de perspectiva na vida – disse o voluntário.
Outro caso mostra que essa doença atinge o esporte por todos os lados. É o de Rodrigo Braghetto, ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol.
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Rodrigo Braghetto, ex-árbitro, pensou no suicídio após aposentadoria dos gramados — Foto: Futura Press
– Foi quando eu parei de apitar, em 2013: 17 de maio de 2013. Depois de tantos anos fazendo arbitragem, a gente começa a sentir falta daquilo a que a gente se dedicou por muitos e muitos anos. E, claro, também tive um problema de ordem profissional na minha empresa, o que me deixou bastante abalado. Infelizmente, caí em uma depressão profunda, e até em suicídio acabei pensando – comenta o ex-árbitro.
Como ajudar?
Tocar nesse assunto, que ainda é um tabu, é difícil. Mas é falando sobre ele que é possível prevenir inúmeros casos. O preconceito em cima dessa doença, porém, é uma barreira a ser quebrada. Carlos Correia, voluntário do CVV, explica como é possível ajudar nesses casos.
– Se perceber alguém próximo que está com atitudes diferentes, parecendo desanimado e desesperançoso, demonstre que está preocupado com ele e disposto a ouvi-lo. E se ele quiser conversar, coloque-se disponível naquele momento, deixe-o falar, não o critique, não dê conselhos se ele não pedir, mostre que o respeita e gosta dele.
– Os preconceitos e nossas dificuldades em falar sobre nossas próprias emoções são uma barreira na prevenção ao suicídio. Não é frescura sentir-se solitário, triste, impotente ou fragilizado. Encontrar espaço para pedir ajuda nesses momentos é essencial para diminuirmos os casos de suicídio. Muitas vezes as pessoas não conseguem pedir ajuda diretamente, mas emitem sinais indiretos que muitas vezes não são percebidos por quem está a sua volta – completou Carlos.
Rodrigo Braghetto conta como mudou seu comportamento após sofrer com a doença.
– Quando alguém fala que está depressivo, eu na hora quero ouvir, quero conversar. Quando alguém fala que quer se suicidar, está pensando nisso, eu paro o que estou fazendo para poder ouvir – diz o ex-árbitro.
A vida
Se tem uma coisa que eu mais quero hoje, vontade que eu mais tenho, é viver – Baiano
Hoje com três filhos, o ex-jogador só tem a agradecer por sua vida.
– Ver meu filho seguindo minha carreira, minhas filhas e esposa estudando... me reflete o que o Carlão falou para mim. Deus tinha um plano na minha vida. E sou muito grato a isso – finaliza Baiano, que hoje pode ver seu filho Matheus Silva Lima, atacante, jogar no Aparecida de Goiânia.
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Baiano, ex-jogador, e seu filho, agora jogador — Foto: Arquivo Pessoal
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Os dados são preocupantes, e o Setembro Amarelo, mês que marca a prevenção ao suicídio, é um reflexo da necessidade de se conversar sobre o assunto. O alerta começa na quantidade de casos de depressão no Brasil, que chegam a 5,8% da população do país. São cerca de 12 milhões de pessoas sofrendo com essa doença. Em relação ao suicídio, os números também preocupam: 30 pessoas tiram a própria vida por dia no Brasil.
É uma realidade que não exclui pessoas fisicamente saudáveis. Segundo o Ministério do Esporte, 25,6% da população brasileira pratica atividades físicas. Desses milhões, milhares são atletas profissionais. E eles não estão livres de depressão.
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Ação do Setembro Amarelo realizado no jogo entre Santos e São Paulo — Foto: Divulgação/CVV
O assunto ainda é tabu. São poucos os casos que vão a público. Mas quando atletas contam suas histórias, percebe-se que é uma realidade. O mais recente foi do ex-jogador do Palmeiras Jonatan Cristaldo. Em entrevista ao Diário Olé, da Argentina, o atacante disse ter pensado em cometer suicídio.
– No Vélez, eu não agia como um profissional, não tinha vontade de sair da cama. Passei por muitos problemas pessoais no período, principalmente com família e amigos. Tive muitos pensamentos obscuros. Certa vez, acordei com um ataque de pânico, de depressão. Pensei em me matar – disse o argentino.
Cristaldo se junta a centenas de atletas que já tentaram cometer suicídio. E se engana quem pensa que isso só acontece com determinado tipo de jogador. Isso ocorre do esporte amador ao de alto nível – e também em áreas relacionadas ao esporte.
Michael Phelps, o maior campeão olímpico de todos os tempos, é um caso simbólico. Depois de ganhar seis medalhas em Londres, na Olimpíada de 2012, o nadador pensou em cometer suicídio.
Outro nadador que sofreu com isso foi Anthony Ervin. Em 2000, na Olimpíada de Sidney, o atleta ganhou o ouro dos 50m livre, mas em 2003, por conta da depressão, abandonou o esporte e viu sua vida ir para outro caminho. Ervin passou a usar drogas e tentou se matar. Mas como a fênix tatuada em seu braço, ele voltou a nadar e ganhou os 50m no Rio de Janeiro, em uma das histórias impressionantes dos Jogos de 2016.
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<I>Veterano Anthony Ervin comemora a classificação para a Olimpíada do Rio — Foto: Erich Schlegel / USA Today / Reuters</I><br />
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No Brasil, poucos atletas foram a público falar sobre o assunto. Baiano, ex-jogador de futebol com passagens por Santos, Palmeiras e Boca Juniors, é exceção.<br />
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– Isso foi em 95, eu jogava no juvenil do Santos. Já tinha três dias que meu pai tinha falecido. Quando minha mãe me ligou, eu estava indo jogar, acabei não jogando, cheguei para o Coutinho, falei que não tinha condições de jogar, meu pai tinha falecido. Três meses depois que meu pai faleceu, minha mãe faleceu. Logo em seguida, quando eu acabei de enterrar minha mãe lá no cemitério da Areia Branca, fomos despejados do centro de Santos. Sem pai, nem mãe, despejados, bateu o desespero, aí que tive a infeliz ideia – conta Baiano. Ele tinha 17 anos na época.<br />
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Histórias como a do ex-jogador são comuns no Brasil. O suicídio é a quarta maior causa de mortes de jovens entre 15 e 29 anos.<br />
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Naquela época, na base do Santos, os jogadores não tinham acompanhamento psicológico. Hoje em dia é diferente, como conta Gisele Silva, psicóloga das categorias de base do Palmeiras.<br />
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– É importante o psicólogo compreender o comportamento do atleta no seu ambiente de treinos e competições. A partir dos dados, ele deve elaborar um plano de intervenção para desenvolver a autoconsciência e as habilidades psicológicas que estão associadas ao rendimento esportivo. Sobretudo, promover o bem-estar psicológico. O trabalho com crianças e jovens é educativo, para que eles se apoiem nos conceitos que serão importantes na formação da sua identidade pessoal e esportiva – explica a psicóloga.<br />
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– Nessa época não tinha nada. Os psicólogos eram os treinadores e o coordenador da base. Psicólogo era o treinador, o Manuel Maria, e o Coutinho, que jogou com o Pelé. Eu fui ter psicólogo no profissional do Santos, em 97, que foi a doutora Suzy Fleury – comenta Baiano.<br />
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Dominique Gonçalves, psicóloga do Centro de Excelência em Formação de Atletas do Corinthians, destaca um ponto importante nessa discussão.<br />
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– A torcida, parte da imprensa e várias outras pessoas ligadas ao esporte acreditam que o fato de, por exemplo, um jogador de futebol de um clube de maior expressão ser bem remunerado é motivo suficiente para que ele desempenhe sempre em alto nível. Contudo, se esquecem de que por trás do jogador há um ser humano, que enfrenta várias das mesmas dificuldades que qualquer outro enfrenta.<br />
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Parece clichê para quem vê a expressão, mas muitos casos de suicídio podem ser evitados pelo diálogo.
– Olhando dados da OMS (Organização Mundial da Saúde), entendemos que pelo menos 90% dos casos poderiam ser prevenidos. O primeiro passo é falar abertamente sobre o assunto, deixar claro que é possível ajudar. Procurar um médico ou psicólogo quando necessário é de grande importância, o mais rápido possível – conta Carlos Correia, voluntário do CVV.
No caso de Baiano, Carlão, amigo da igreja, foi seu "alicerce". Foi para ele que Baiano saiu correndo buscando ajuda após tentar o suicídio. O ex-jogador destaca a importância de ter alguém para falar nessa situação.
– Ajuda demais. Isso eu falo porque ele foi meu paizão. Depois do Manuel Maria, do Coutinho, ele foi meu paizão. Não só na questão de apoio, de carinho, mas também na de alimentação. Eu fui morar na Favela Toneleiro, com meus irmãos, e nossa alimentação era precária. Então ele foi aquele anjo que Deus botou na minha vida, para ser um alicerce, meu exemplo de pai, de esposo, de amigo. Tudo que eu não tive, com ele aprendi a ter – disse o ex-atleta.
E é esse papel que o Centro de Valorização da Vida busca ter no dia a dia das pessoas, como conta Carlos Correia.
– O CVV se coloca como alternativa para conversar com as pessoas nos momentos em que elas estão passando por um momento de crise e não têm com quem compartilhar seu sofrimento e sua solidão. O fato de as pessoas falarem sobre suas emoções, desabafar, não as torna “fracas”. Isso é importante, pois evita que essas emoções e situações mal resolvidas se acumulem internamente, levando ao desânimo, à sensação de solidão e à falta de perspectiva na vida – disse o voluntário.
Outro caso mostra que essa doença atinge o esporte por todos os lados. É o de Rodrigo Braghetto, ex-árbitro da Federação Paulista de Futebol.
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Rodrigo Braghetto, ex-árbitro, pensou no suicídio após aposentadoria dos gramados — Foto: Futura Press
– Foi quando eu parei de apitar, em 2013: 17 de maio de 2013. Depois de tantos anos fazendo arbitragem, a gente começa a sentir falta daquilo a que a gente se dedicou por muitos e muitos anos. E, claro, também tive um problema de ordem profissional na minha empresa, o que me deixou bastante abalado. Infelizmente, caí em uma depressão profunda, e até em suicídio acabei pensando – comenta o ex-árbitro.
Como ajudar?
Tocar nesse assunto, que ainda é um tabu, é difícil. Mas é falando sobre ele que é possível prevenir inúmeros casos. O preconceito em cima dessa doença, porém, é uma barreira a ser quebrada. Carlos Correia, voluntário do CVV, explica como é possível ajudar nesses casos.
– Se perceber alguém próximo que está com atitudes diferentes, parecendo desanimado e desesperançoso, demonstre que está preocupado com ele e disposto a ouvi-lo. E se ele quiser conversar, coloque-se disponível naquele momento, deixe-o falar, não o critique, não dê conselhos se ele não pedir, mostre que o respeita e gosta dele.
– Os preconceitos e nossas dificuldades em falar sobre nossas próprias emoções são uma barreira na prevenção ao suicídio. Não é frescura sentir-se solitário, triste, impotente ou fragilizado. Encontrar espaço para pedir ajuda nesses momentos é essencial para diminuirmos os casos de suicídio. Muitas vezes as pessoas não conseguem pedir ajuda diretamente, mas emitem sinais indiretos que muitas vezes não são percebidos por quem está a sua volta – completou Carlos.
Rodrigo Braghetto conta como mudou seu comportamento após sofrer com a doença.
– Quando alguém fala que está depressivo, eu na hora quero ouvir, quero conversar. Quando alguém fala que quer se suicidar, está pensando nisso, eu paro o que estou fazendo para poder ouvir – diz o ex-árbitro.
A vida
Se tem uma coisa que eu mais quero hoje, vontade que eu mais tenho, é viver – Baiano
Hoje com três filhos, o ex-jogador só tem a agradecer por sua vida.
– Ver meu filho seguindo minha carreira, minhas filhas e esposa estudando... me reflete o que o Carlão falou para mim. Deus tinha um plano na minha vida. E sou muito grato a isso – finaliza Baiano, que hoje pode ver seu filho Matheus Silva Lima, atacante, jogar no Aparecida de Goiânia.
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