Grêmio nega desmanche, atinge limite de saídas e tenta segurar grupo atual

A fotografia do Grêmio mudou completamente do final do ano passado para o início desta temporada. Com Marcelo Moreno, 13 jogadores do grupo principal foram liberados ou negociados desde o final do último Brasileirão. Só que tudo tem um limite. A partir de então, a diretoria traça meta de segurar o elenco atual, salvo... se chegar alguma “proposta irrecusável”.

Em entrevista coletiva na zona mista da Arena, após a derrota por 1 a 0 diante do Brasil-Pel, o diretor executivo Rui Costa mostrou-se preocupado em avisar a torcida de que o plantel não terá “desmanche”. Como exemplo, lembrou as situações de Luan e Walace, que receberam assédio, e foram mantidos.

– Parece que o Grêmio não está se importando com a construção de time. O clube vai manter os jogadores que estão aqui. O Grêmio teve assédio grande por Walace e Luan, e poderia estar equilibrado financeiramente se os tivesse vendido por valores que não seriam compatíveis com a grandeza desses atletas. Seria muito fácil. E nós os mantivemos porque entendíamos que não tinha cabimento vender cinco ou seis, justamente porque precisamos ter um time – destaca o dirigente.

Na tarde desta quarta-feira, a diretoria do Grêmio acertou a venda de Marcelo Moreno ao Changchun Yatai, da China. Os valores da negociação não foram divulgados. Falta apenas a assinatura para que o negócio esteja totalmente concretizado, conforme o próprio diretor-executivo confirmou após o jogo. No mesmo dia, também surgiu a especulação de que Marcelo Grohe poderia ser negociado – o que foi prontamente desmentido pela diretoria.

– Se a proposta for irrecusável, vale para qualquer jogador. No caso do Marcelo Grohe, não há proposta nenhuma. O Grêmio não recebeu proposta, não está negociando o Marcelo. Ele realizou 200 jogos e vai fazer mais 280 pelo clube – acrescentou Rui Costa.

Um grupo de torcedores do Grêmio levou um cartaz à Arena na noite desta quarta-feira, ironizando as saídas de jogadores desde o fim da temporada passada. De uma forma bem-humorada, o recado mostrou o descontentamento: “Por favor, não me venda, só vim torcer”.



Sem contar atletas que foram embora sem figurar no elenco principal, foram liberados após o Brasileirão: Pará, Bressan, Saimon, Werley, Zé Roberto, Breno, Riveros, Fernandinho, Dudu, Alan Ruiz, Maxi Rodríguez, Barcos - e agora Marcelo Moreno. Por outro lado, chegaram Erazo, Marcelo Oliveira, Galhardo e Douglas.

técnico Luiz Felipe Scolari já deixou claro o desejo por reposição para os centroavantes. Mas em meio a uma política de redução de custos, o clube poderá esperar se reequilibrar para contratar novos atletas – o que poderá ocorrer apenas mais próximo ao Brasileirão.

– Se for possível (buscar reforços) nesse primeiro momento, faremos. Se não, vamos trabalhar para que esses reforços venham quando estivermos mais equilibrados, como em junho ou julho, no inicio do Brasileirão. Não é fácil fazer futebol com poucos recursos – frisou Rui Costa. – O Grêmio encerrou ciclo de uma forma para quitar dividas e antecipar valores dos atletas e isso foi importante para nós. Claro que tudo tem um limite. Estamos atentos ao mercado.

O grupo se reapresenta na manhã desta quinta-feira para começar a projeção de time para enfrentar o Veranópolis, sábado, na Arena. Sem Marcelo Moreno, Felipão deverá utilizar Everaldo ou então testar Luan - que retornará de suspensão - como homem de referência. Lucas Coelho também é opção, se estiver recuperado de dores musculares.





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