Pouco caixa, prazo curto e até má fase do time travam reforços para o Grêmio

Não é à toa que Felipão mostra aflição e coloca a direção "contra a parede" em busca de reforços. Há ao menos três fatores que influenciam diretamente e ampliam a dificuldade até então encontrada pelo Grêmio para contratar. Pouca capacidade de investimento, prazo apertado para inscrições no Gauchão e até a má fase do time em campo afastam possíveis nomes pretendidos, embora a cúpula tricolor tenha agilizado as tratativas e até formalizado ofertas.

Anunciada desde o início do ano passado, a política de corte de gastos do Grêmio para 2015 corria de maneira tranquila mesmo com 11 saídas de jogadores que atuaram no Brasileirão passado. Os problemas se agravaram com as vendas consecutivas de Marcelo Moreno e Barcos. Felipão se viu apenas com jovens para o ataque, e o preço foi pago no campo, com apenas uma vitória em casa e o modesto oitavo lugar no estadual.

Assim, a direção se encontra agora em meio a um dilema. Precisou vender para economizar, mas, diante da pressão pelos maus resultados, terá que novamente ir ao mercado. E mais: conseguir qualificar o plantel - que tem a menor média de idade do Gauchão, de acordo com levantamento do GloboEsporte.com - pagando salários inferiores à antiga dupla de ataque estrangeira.

O Grêmio tem pouca capacidade de investimento, ou seja, não pode errar. Por isso, não basta estar livre no mercado e ter um salário negociável. É preciso haver total convicção na qualidade técnica do nome. Muito por isso, a opção por Hernane Brocador, liberado de seu clube no Oriente Médio, está descarta, por ora.

13 jogadores saíram:
Pará, Bressan, Saimon, Werley,
Zé Roberto, Breno, Riveros, Fernandinho, Dudu, Alan Ruiz , Maxi Rodríguez, Barcos e Moreno

4 jogadores chegaram:
Erazo, Marcelo Oliveira,
Galhardo e Douglas

Alguns nomes pretendidos também ficam em dúvida diante de alguns atrasos de direitos de imagem vistos nos dois últimos anos no Grêmio. Além disso, a reputação do time em campo também está arranhada. O fato de o reforço precisar de impor como uma espécie de "salvador da pátria" entre os jovens é outro complicador para se negociar no mercado.

A ideia da direção é priorizar o mercado estrangeiro, em busca de peças com salário inferior ao da realidade brasileira, como em Argentina, Chile e Uruguai. O problema se agrava quando o assunto é regularização. O Gauchão permite inscrições ou três trocas na atual relação até 13 de março. Ou seja, são 16 dias, contando finais de semana, para se conseguir levar os nomes ao Boletim Informativo Diário (BID), da CBF, que vem atrasando a vida dos clubes recentemente.

- Estamos trabalhando com esse prazo, do dia 13 de março. Mas pode acontecer algo antes também. Temos dificuldades muito a ver com questões negociais. Casos diversos. Muitas pessoas participando nos valores econômicos, nas fatias dos jogadores. Valores de salário, também - pondera ao GloboEsporte.com o presidente Romildo Bolzan Júnior.

O Grêmio volta aos treinos na tarde desta quarta-feira. O duelo com o Inter, válido pela oitava rodada, é no domingo, às 18h30, no Beira-Rio.


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