Quem é Maicon, criticado em São Paulo e a caminho do Grêmio

O Grêmio está perto do anúncio do volante Maicon, do São Paulo. De saída do clube paulista por falta de espaço no Morumbi, o jogador é contestado pela torcida local por conta da falta de velocidade — as críticas frequentes o fizeram desabafar depois da vitória sobre o Capivariano, no dia 4 de fevereiro, pelo Paulistão, quando o jogador era vaiado assim que tocava a bola por alguns torcedores.

— Ficam pegando no meu pé. Tudo é o Maicon; se leva gol a culpa é minha. Estou p..., não sou moleque. Estou há três anos no São Paulo e é sempre a mesma história. Se sou o problema, peçam para eu sair — disse, na ocasião.

Para o repórter Gustavo Faldon, do ESPN.com.br, a reclamação de Maicon é justificada e as críticas a ele, exageradas.

— Ele é um volante moderno, que marca e sabe sair para o jogo. Não corre muito, mas passa muito bem. As críticas da torcida foram completamente injustas em cima dele. Ele pode ser como o Rhodolfo, que saiu criticado daqui e virou titular no Grêmio — analisa.

Maicon tem 29 anos — completa 30 em setembro. Carioca, ele rodou o futebol fluminense no início da carreira, com passagens por Madureira, Fluminense, Bangu e Botafogo, até ter uma experiência na Alemanha, com o MSV Duisburg.

De volta ao Brasil em 2009, ficou três anos no Figueirense — onde chegou a ser utilizado até como meia. Está no São Paulo desde 2012.

Marcos Castiel, editor de esportes do Diário Catarinense, comentou a fase de Maicon no futebol de Santa Catarina.

— O Maicon, quando chegou, tinha uma desconfiança, ainda era novo. Tinha um estilo muito cadenciado. O Figueirense tinha um time muito veloz, a torcida criticava. Mas ele se firmou pelas qualidades técnicas, o time assimilou esse estilo. Ele não era absolutamente regular. Tinha excelentes momentos, mas tinha momentos em que não produzia tão bem. Ele tem qualidade técnica, e o Grêmio está precisando disso. Mas depende do nível físico. Se não estiver no auge da forma física, não vai render. Ele não é espetacular, mas pode ser superútil se o time estiver encaixado.

Depois do jogo contra o Capivariano, o próprio Maicon comentou suas características.

— Só Messi, Cristiano Ronaldo e Neymar driblam todo mundo e fazem o gol. Quando estou mal sou o primeiro a reconhecer. O Muricy não ganhou tudo à toa, ele entende o jogador. Não sou craque, mas sou bom jogador. Se não jogar aqui, jogo em qualquer lugar — ponderou.

Os números de Maicon comprovam a condição de um bom passador. Foram 329 passes certos em cinco jogos, ou seja, mais de 65 por partida. Além disso, ele não recebeu nenhum cartão e deu uma assistência, de acordo com dados do Footstats.

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