Luiz Zini Pires: se a defesa está organizada, falta definir o meio de campo e o ataque do Grêmio

Felipão não perde o sotaque da aldeia. Num jogo tenso, em Erechim, nesta quarta-feira, o treinador não gostou do trabalho do árbitro Francisco Silva Neto. Chamou-o de colorado, foi expulso, recebeu o apoio da direção e depois nem apareceu na entrevista coletiva – quem sabe por vergonha.

O auxiliar Murtosa falou pelo treinador. Não disse nada na rapidíssima entrevista pós-partida. Neto não influiu no resultado. Mas teve problemas disciplinares na partida. Não usou corretamente o cartão amarelo. A FGF errou ao escalar Neto, que não tem relação difícil com o treinador gremista.

O Grêmio venceu o bom e lutador Ypiranga por 1 a 0, controlou grande parte do jogo, mas sofreu um pouco depois da expulsão de Fellipe Bastos na metade do segundo tempo. Cansado de errar passes, o volante acertou um adversário. Vermelho justo.

Giuliano, que marcou o gol, redescobre aos poucos o seu futebol. Corre, dribla, passa e entra na área. Seu gol foi de centroavante, o gol que Braian Rodríguez, de boa estreia, não conseguiu fazer. As melhores chances de gol sempre nasceram dos pés dos jogadores gremistas. Araújo perdeu um gol na frente do goleiro. Giuliano quase marcou outro.

Não seria errado dizer que Giuliano foi o melhor em campo, embora Matías Rodríguez e Marcelo Oliveira tenham se destacado também.

O bom primeiro tempo garantiu os três pontos, um pulo na tabela e o terceiro lugar no Gauchão. Já é o quinto jogo invicto do time que, mesmo ainda inconfiável, começa a mostrar progresso. Se a defesa está organizada, falta definir o meio de campo e o ataque. Mas está longe daquele time modesto, inexperiente e nervoso do mês passado. Há uma esperança no ar.

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