Como Diniz deixou apostadores revoltados em jogo do Fluminense: 'Meteu o louco'

Treinador, segundo apostadores, mudou a escalação do Fluminense e decidiu não…


Fonte: ESPN

Como Diniz deixou apostadores revoltados em jogo do Fluminense: Meteu o louco

Apesar de não ter sido denunciado na Operação 'Penalidade Máxima II', o nome de Nathan, hoje em dia no Grêmio, aparece em diálogos interceptados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que investiga um esquema envolvendo jogadores e grupos criminosos, que ganhavam dinheiro com apostas relacionadas a lances específicos em partidas das Séries A e B do Campeonato Brasileiro, além de partidas de torneios estaduais.

O ESPN.com.br teve acesso ao processo que mostra conversas entre apostadores, que citam uma situação vivida pelo meia em uma partida de 2022, quando ainda jogava pelo Fluminense. De acordo com eles, a aposta não deu certo por causa do técnico do time carioca, Fernando Diniz.

"Família, Diniz meteu um biruta e mudou a escalação no vestiário. Ele vai entrar e aí é resumo. Se ele não entrar anula e a odd baixa um pouco, mas vamos que vamos, vai dar tudo certo", comenta um deles. "Mano, o Diniz meteu o louco. Mudou o time no vestiário e sacou o Nathan", para lamento de outro.

Enquanto a bola rola, eles seguem questionando a atitude do treinador: "Comentarista acabou de falar que esperava Nathan e Ganso. Técnico enganou todo mundo, até o coitado do jogador", quando o outro critica: "Que p*****. Esse Diniz é maluco mesmo". Em outra conversa, os apostadores questionam se o fato de Nathan não ter atuado cancelaria a aposta e um deles cobra o atleta sobre o possível prejuízo causado: "Se não, vai ter que arcar."

Nos prints obtidos pela justiça, aparecem comprovantes de transferências que seriam destinadas ao atleta, que apesar de ter sido citado pelo Ministério Público, negou qualquer tipo de envolvimento no caso. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira (10), ele admite que foi procurado por aliciadores, "porém não aceitou as propostas diante de sua ética profissional e seriedade com o futebol", dizendo que "é a favor de toda e qualquer investigação para que os envolvidos sejam responsabilizados e que não compactua com qualquer tipo de manipulação de jogos ou resultados, assim como com a falta de ética profissional. Desta forma, o atleta se coloca à disposição das autoridades para colaborar com as investigações."

Nathan foi procurado pela direção do Grêmio e, após justificar não ter participado de nada, foi mantido entre os atletas relacionados para o duelo contra o Palmeiras, em que participou de alguns minutos. Após o confronto, o técnico Renato Gaúcho garantiu confiar em seu atleta.

"Nós não temos jogadores nesse escândalo. Conversamos bastante com o Nathan, eles nos falou a história que aconteceu, então é inocente. Estava de cabeça tranquila, tanto é que eu falei com ele, o presidente falou com ele, o vice-presidente, ele falou que gostaria de ir para o jogo porque estava com consciência tranquila. Se ele não tivesse com a cabeça boa, jamais teríamos colocado ele no jogo. A notícia no geral com esses acontecimentos, nada está provado ainda, mas digamos que é mais um escândalo no futebol brasileiro. A gente sente, mas do Grêmio pode ficar tranquilo que não tem nenhum jogador envolvido."

Veja abaixo quais são os jogos que estão sob investigação na Série A

Palmeiras x Juventude

Juventude x Fortaleza

Goiás x Juventude

Ceará x Cuiabá

Red Bull Bragantino x América-MG

Santos x Avaí

Botafogo x Santos

Palmeiras x Cuiabá

Quais jogadores estão sendo investigados?

Eduardo Bauermann (Santos)

Gabriel Tota (Ypiranga-RS)

Victor Ramos (Chapecoense)

Igor Cariús (Sport)

Paulo Miranda (Náutico)

Fernando Neto (São Bernardo)

Matheus Gomes (Sergipe)

Quais jogadores também foram citados no processo?

Vitor Mendes (Fluminense)

RiCruzeiro)

Nino Paraíba (América-MG)

Dadá Belmonte (América-MG)

Kevin Lomonaco (Red Bull Bragantino)

Moraes Jr. (Juventude)

Nikolas Farias (Novo Hamburgo)

Jarro Pedroso (Inter de Santa Maria)

Nathan (Grêmio)

Pedrinho (Athletico-PR)

Bryan García (Athletico-PR)

Apostadores e membros da organização

Bruno Lopez de Moura

Ícaro Fernando Calixto dos Santos

Luís Felipe Rodrigues de Castro

Victor Yamasaki Fernandes

Zildo Peixoto Neto

Thiago Chambó Andrade

Romário Hugo dos Santos

William de Oliveira Souza

Pedro Gama dos Santos Júnior

O que a "Operação Penalidade Máxima" investiga

A investigação da "Operação Penalidade Máxima" aponta que grupos criminosos convenciam jogadores, com propostas que iam até R$ 100 mil, a cometerem lances específicos em partidas e causassem o lucro de apostadores em sites do ramo.

Um jogador cooptado, por exemplo, teria a "função" de cometer um pênalti, receber um cartão ou até mesmo colaborar para a construção do resultado da partida - normalmente uma derrota de sua equipe.

As primeiras denúncias ouvidas pela operação surgiram no fim de 2022, quando o volante Romário, então jogador do Vila Nova (GO), aceitou R$ 150 mil para cometer um pênalti contra o Sport, em partida válida pela Série B do Brasileiro.

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Na ocasião, o atleta embolsou R$ 10 mil imediatamente e só ganharia o restante caso o plano funcionasse. Romário, porém, sequer foi relacionado para a partida, o que estragou a ideia.

A história chegou até Hugo Jorge Bravo, presidente do time goiano e também policial militar, que buscou provas e as entregou ao Ministério Público do estado. A partir daí, criou-se a operação "Penalidade Máxima" para investigar provas e suspeitas sobre o assunto.

Na primeira denúncia, havia a suspeita de manipulação em três jogos da Série B, mas os últimos acontecimentos levaram os investigadores a crer que o problema era de âmbito nacional e havia acontecido em campeonatos estaduais e também na primeira divisão do Brasileiro.

Além de Romário, outros sete jogadores foram denunciados pelo Ministério Público por participarem do esquema de fabricação de resultados: Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).

Algum jogador de futebol foi preso?

Nenhum jogador preso, só pessoas envolvidas nos pedidos de manipulação. Foram três mandados de prisão em São Paulo, mas só para não atletas.

Foram apreendidas granadas de efeito moral em um mandado de prisão em São Paulo e armas de fogo em outro endereço, também em terras paulistas. Nesse local, houve também um flagrante de armas de fogo sem o devido registro.

Os atletas ou aliciadores podem ser indiciados via Estatuto do Torcedor e também podem responder por crime por lavagem de dinheiro, se for o caso. Segundo o Estatuto do Torcedor, a pena varia de 2 a 6 anos de prisão.

O que os jogadores faziam para manipular as partidas?

Os atletas e envolvidos suspeitos estão sendo investigados por manipulação da seguinte forma: receber cartões amarelo ou vermelho, cometer um pênalti, garantir uma derrota parcial no 1º tempo, número de escanteios, etc.



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