Leonardo Oliveira: uma visão inglesa sobre o futebol brasileiro, Luan e Roger

Foto: Tadeu Vilani / Agencia RBS

Jack Lang é jornalista inglês e trabalha no tabloide Daily Mirror em Londres. Lang ganhou o noticiário por aqui ao publicar em seu jornal uma lista com cinco promessas brasileiras nas quais os europeus devem ficar de olho: Luan, do Grêmio, Lucas Lima, do Santos, Malcom, do Corinthians, Renê, do Sport, e Otávio, do Atlético-PR. Na descrição de cada jogador, percebe-se profundo conhecimento do nosso futebol.

Lang, 29 anos, é casado há sete com uma carioca que conheceu em intercâmbio em Paris. Daí vieram seu interesse pelo Brasileirão e o português fluente. Ontem, liguei para a redação do Mirror curioso para saber qual é a percepção de um inglês sobre o nosso futebol. Há um capítulo especial para o Grêmio, Roger e Luan em sua análise. Confira parte do nosso bate-papo:

Você mostra profundo conhecimento do futebol do Brasil. Como alcançou isso?

Pesquisando sobre os times daí, para saber um pouco mais do que os gringos normalmente sabem do futebol brasileiro, que é Pelé, Ronaldo, Neymar... Antes de vir para o Mirror tinha um blog sobre futebol brasileiro.

Qual a visão que tem do nosso futebol?

Não é a do inglês típico. Assisto mais ao Brasileirão que uma pessoa comum. O nível técnico é baixo, taticamente está um pouco atrás, há campos ruins. Mas tem algumas coisas interessantes.

Depois do 7 a 1 para a Alemanha, ficamos com a autoestima muito abalada. Pelo que você aponta, a safra não é tão fraca assim.

Apontei cinco jogadores que podem virar craques. A geração que está chegando não é das mais excelentes, mas tem talentos.

Você colocou o Luan na sua lista. Qual sua opinião sobre ele?

Acho-o excelente. O Grêmio é um time que me interessa bastante. Acompanhava por causa do Felipão, era baseado mais na defesa, com a prática do chutão. Veio o Roger, e a ideia tática dele é mais interessante.

E o Luan, como o descreve?

Luan é veloz, tenicamente é muito bom. Mas o que me chama a atenção em um jogador é visão de jogo. E ele tem, é inteligente em campo.

Como você acompanha os jogos do Brasileirão em Londres?

Vejo os melhores momentos de todos os jogos da Série A. E pelo menos um jogo inteiro por semana. Há um canal esportivo aqui que, quando não há jogo do Italiano ou do Alemão, passa o Brasileirão. Mas é mais raro.

Quando assistimos a um jogo do Inglês ou do Alemão e, logo em seguida, um do Brasileirão, percebemos uma grande diferença de intensidade. Você, no caminho contrário, detecta o mesmo?

Sim. Quando via aquele Santos de Ganso, Neymar e Robinho, a distância da Europa parecia menor. Agora, está muito grande. O problema no Brasil são os dirigentes. Não dão tempo para os técnicos. E esses, com medo de perder o emprego, jogam para não perder. Assim, fazem jogos mais lentos, de pouca qualidade. Não falta emoção, mas há muito carrinho e chutão.

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