Foto: Rafael Ribeiro / CBF/Divulgação
Antes de começar esta reportagem, é preciso fazer um esclarecimento: quando se trata de Campeonato Brasileiro, a edição de 2009 foge de tudo aquilo de regular que os 10 anos de pontos corridos com 20 times apresentaram até hoje. O título do Flamengo teve pontuação abaixo da média, troca de técnico e brigas internas, características completamente diferentes do normal. Para usar o clichê, é a famosa exceção que confirma a regra.
Dito isso, vamos aos recados para a dupla Gre-Nal. O primeiro é que não se ganha Brasileirão fazendo menos de 70 pontos. Outro: para ser campeão nacional, é necessário vencer quase sempre os times do Z-4.
Contra os de cima, empatar pode ser suficiente. Mais um: a arrancada é fundamental, há que se alcançar ao menos 50% nos 10 primeiros jogos. Acreditar no trabalho e segurar o técnico nas horas ruins é um caminho, mesmo sem ter vencido estaduais ou caído na Libertadores. Aproveitar a força da torcida e ganhar em casa deve ser um mantra — e no caso de não conseguir, precisa compensar longe de seu estádio. E tem de estar preparado para ter um ataque poderoso ou uma defesa sólida. Por outro lado, dá para ser campeão sem ter um time recheado de craques ou ter um superartilheiro.
Ao menos é isso o que essa década mostrou.
Em uma pesquisa sobre as campanhas dos cinco clubes que venceram o Brasileirão desde 2006, ficou claro que é preciso ter a casa fechada ou espírito goleador. Com exceção de 2009 (essa expressão vai ser bastante usada), o campeão teve o melhor ataque ou a melhor defesa — no caso de São Paulo em 2006 e Corinthians em 2015, os dois.
Outro aspecto estritamente necessário é manter o técnico. Com exceção de 2009 (de novo), todos os outros troféus foram erguidos no último jogo pelo mesmo comandante da primeira rodada. Alguns deles, inclusive, foram mantidos antes de começar o campeonato apesar de fracassos nas competições do metade inicial do ano, como Tite, eliminado da Libertadores antes da fase de grupos de 2011 e vice-campeão paulista.
Ser campeão estadual, aliás, não é indicativo para nada. Apenas três campeões nacionais haviam dado volta olímpica no quintal de casa — e aí está incluído 2009.
Mais importante mesmo é ter regularidade e um grupo de jogadores de qualidade. Em três anos, o vencedor do Brasileirão teve cinco representantes na premiação Bola de Prata, mesmo que em outras três tenham sido apenas dois jogadores premiados. Mas há que se destacar um adendo: em dois destes três anos de poucos integrantes no time ideal, o campeão teve o Bola de Ouro ou o goleador. Ou seja, o craque fez a diferença.
— É importante ter um grupo numeroso, experiente, a média de idade tem que ser próxima aos 28 anos, e qualificado. Só assim para motivar a equipe a jogar sempre com a corda esticada, sempre. É a disputa pelo lugar, o jogador precisa olhar para o banco e ver que ali fora está alguém no mínimo igual a ele. Não tem como o técnico motivar sempre — explica Paulo César Tinga, bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014.
Hugo, campeão com o São Paulo em 2007 e 2008, vai no mesmo sentido:
— Éramos um grupo unido, que entendeu antes de todos como se disputa os pontos corridos. Tratávamos todos os jogos com igualdade e quem entrava mantinha a qualidade.
A motivação constante é um dos desafios de uma cultura de futebol acostumada a decisões. Perceber que os três pontos da primeira rodada são os mesmos da 38ª é uma dificuldade para atletas, comissão técnica, dirigentes e até torcedores. Assim, a arrancada se mostra decisiva. Só um dos campeões somou menos de 15 pontos nas 10 primeiras rodadas.
— Parecia até que o Abel (Braga) e o Muricy (Ramalho) combinaram o discurso. Eles chegaram ao vestiário já nos primeiros dias e disseram: "é final!". Pediam concentração total sempre — comenta o meia Souza, campeão nacional com o São Paulo (2006 e 2007) e com o Fluminense (2012).
Há outra verdade — e essa vale até para 2009. Para ganhar o Brasileirão não pode bobear contra quem está mal. Dos 24 pontos possíveis contra equipes da zona de rebaixamento, os campeões normalmente alcançam aproveitamento próximo a 60%. E vem de Tinga a melhor definição.
— Tem jogos que a gente ganha. Não importa como. Chegamos ao vestiário e acertamos: "hoje nós só saímos daqui com três pontos". A maior parte do campeonato você passa tentando vencer e ter bom futebol, para estruturar o trabalho e ter confiança e tranquilidade. Mas às vezes, é só ganhar mesmo.
Para este domingo, vale a regra de Tinga. É hora de começar ganhando. Mesmo que, eventualmente, o futebol não seja convincente.
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Dito isso, vamos aos recados para a dupla Gre-Nal. O primeiro é que não se ganha Brasileirão fazendo menos de 70 pontos. Outro: para ser campeão nacional, é necessário vencer quase sempre os times do Z-4.
Contra os de cima, empatar pode ser suficiente. Mais um: a arrancada é fundamental, há que se alcançar ao menos 50% nos 10 primeiros jogos. Acreditar no trabalho e segurar o técnico nas horas ruins é um caminho, mesmo sem ter vencido estaduais ou caído na Libertadores. Aproveitar a força da torcida e ganhar em casa deve ser um mantra — e no caso de não conseguir, precisa compensar longe de seu estádio. E tem de estar preparado para ter um ataque poderoso ou uma defesa sólida. Por outro lado, dá para ser campeão sem ter um time recheado de craques ou ter um superartilheiro.
Ao menos é isso o que essa década mostrou.
Em uma pesquisa sobre as campanhas dos cinco clubes que venceram o Brasileirão desde 2006, ficou claro que é preciso ter a casa fechada ou espírito goleador. Com exceção de 2009 (essa expressão vai ser bastante usada), o campeão teve o melhor ataque ou a melhor defesa — no caso de São Paulo em 2006 e Corinthians em 2015, os dois.
Outro aspecto estritamente necessário é manter o técnico. Com exceção de 2009 (de novo), todos os outros troféus foram erguidos no último jogo pelo mesmo comandante da primeira rodada. Alguns deles, inclusive, foram mantidos antes de começar o campeonato apesar de fracassos nas competições do metade inicial do ano, como Tite, eliminado da Libertadores antes da fase de grupos de 2011 e vice-campeão paulista.
Ser campeão estadual, aliás, não é indicativo para nada. Apenas três campeões nacionais haviam dado volta olímpica no quintal de casa — e aí está incluído 2009.
Mais importante mesmo é ter regularidade e um grupo de jogadores de qualidade. Em três anos, o vencedor do Brasileirão teve cinco representantes na premiação Bola de Prata, mesmo que em outras três tenham sido apenas dois jogadores premiados. Mas há que se destacar um adendo: em dois destes três anos de poucos integrantes no time ideal, o campeão teve o Bola de Ouro ou o goleador. Ou seja, o craque fez a diferença.
— É importante ter um grupo numeroso, experiente, a média de idade tem que ser próxima aos 28 anos, e qualificado. Só assim para motivar a equipe a jogar sempre com a corda esticada, sempre. É a disputa pelo lugar, o jogador precisa olhar para o banco e ver que ali fora está alguém no mínimo igual a ele. Não tem como o técnico motivar sempre — explica Paulo César Tinga, bicampeão brasileiro com o Cruzeiro em 2013 e 2014.
Hugo, campeão com o São Paulo em 2007 e 2008, vai no mesmo sentido:
— Éramos um grupo unido, que entendeu antes de todos como se disputa os pontos corridos. Tratávamos todos os jogos com igualdade e quem entrava mantinha a qualidade.
A motivação constante é um dos desafios de uma cultura de futebol acostumada a decisões. Perceber que os três pontos da primeira rodada são os mesmos da 38ª é uma dificuldade para atletas, comissão técnica, dirigentes e até torcedores. Assim, a arrancada se mostra decisiva. Só um dos campeões somou menos de 15 pontos nas 10 primeiras rodadas.
— Parecia até que o Abel (Braga) e o Muricy (Ramalho) combinaram o discurso. Eles chegaram ao vestiário já nos primeiros dias e disseram: "é final!". Pediam concentração total sempre — comenta o meia Souza, campeão nacional com o São Paulo (2006 e 2007) e com o Fluminense (2012).
Há outra verdade — e essa vale até para 2009. Para ganhar o Brasileirão não pode bobear contra quem está mal. Dos 24 pontos possíveis contra equipes da zona de rebaixamento, os campeões normalmente alcançam aproveitamento próximo a 60%. E vem de Tinga a melhor definição.
— Tem jogos que a gente ganha. Não importa como. Chegamos ao vestiário e acertamos: "hoje nós só saímos daqui com três pontos". A maior parte do campeonato você passa tentando vencer e ter bom futebol, para estruturar o trabalho e ter confiança e tranquilidade. Mas às vezes, é só ganhar mesmo.
Para este domingo, vale a regra de Tinga. É hora de começar ganhando. Mesmo que, eventualmente, o futebol não seja convincente.
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