(Foto: Eduardo Deconto/GloboEsporte.com)
Delegação gremista rumará à China com livro didático sobre futebol
Debruçados em seus cadernos durante dois turnos diários, os estudantes de 40 escolas da província de Zhuhai, na China, depararão com um livro nas cores azul, preto e branco, adornado com o distintivo do Grêmio, em sua rotina de estudos.
Além das disciplinas costumeiras, como o mandarim e a matemática, os pupilos terão em seu currículo escolar lições sobre o futebol, com modelo nos ensinamentos das escolinhas do Tricolor em Porto Alegre.
Trata-se de uma parceria entre o clube e o governo chinês para desenvolver o esporte no país.
E com ambições de sobra.
A meta dos governantes é potencializar o futebol da China, para que possa brigar com condição de protagonista na Copa de 2030.
O plano iniciou pela "ponta" da pirâmide, com a chegada de estrelas à liga principal do país, entre investimentos milionários.
Felipão, Luis Fabiano, Ramires e Renato Augusto são alguns dos profissionais brasileiros seduzidos pelos dólares do mercado chinês nos últimos anos.
Há, também, o cuidado com a formação dos pupilos. E aí está inserido um projeto lançado pelo Grêmio ainda em 2015.
No ano passado, o Tricolor firmou uma parceira com a escola Black Panthers, para ampliar a marca do clube na China e agregar valores à instituição chinesa.
As primeiras duas escolas do convênio já estão na ativa em solo oriental e receberão a visita de uma delegação com quatro representantes gremistas, que embarcou rumo a Zhuhai nesta sexta-feira.
O diretor geral da Escola de Futebol do Grêmio, Deco Nascimento, viajou acompanhado do chefe de gabinete da presidência, Marco Bobsin, do coordenador técnico William Mikhailenko e do supervisor da área de formação Daniel Otto.
O quarteto partiu munido de material didático e de vídeos para apresentar o clube aos chineses.
– Eles resolveram implantar o sistema que os transformaram em potência olímpica no futebol, para chegar a 2030 com possibilidade de disputar a Copa do Mundo.
O governo entendeu que se colocasse isso no currículo escolar, na escola tradicional, poderia despertar um conhecimento de futebol a partir dos pequenos, para criar uma geração de pessoas que conhecessem o futebol, e o Grêmio trabalha o futebol desde cedo com os pequenos – explica Deco, ao GloboEsporte.com.
Nos 11 dias em que permanecerão em solo oriental, estão agendados treinamentos com professores e visitas institucionais a empresas.
A Black Phanters conta com 26 campos de futebol, 90 treinadores e tem em seu escudo uma pantera, animal que na cultura chinesa representa força, inteligência e paciência, características fundamentais para atletas em ascensão.
A meta gremista é implementar seus métodos em 40 escolas até o final do ano.
Escolinha leva cores do Grêmio na China (Foto: Hugo Manzanilla/Arquivo Pessoal)
LIVRO COM PRECEITOS TÁTICOS E TÉCNICOS
O pilar para a implantação dos ensinamentos vivenciados diariamente pelos alunos da escolinha do Grêmio no Cristal, em Porto Alegre, reside num livro didático, a ser repassado a professores e estudantes na China.
Nesta primeira etapa, os gremistas levarão o primeiro volume, desenvolvido por Mikhailenko e Otto, com uma introdução ao futebol, assim como à história do Grêmio.
A ideia é inserir o material didático à rotina escolar e aproximar os garotos do futebol com interação.
Em paralelo ao livro, um conteúdo em vídeo foi preparado para explicitar os ensinamentos.
O projeto prevê até cinco volumes, com níveis distintos para atingir todas as faixas etárias, entre os cinco e os 15 anos.
– A ideia é desenvolver cinco volumes. O primeiro com uma introdução ao futebol, com a história do clube e uma parte mais técnica.
Com desenvolvimento do passe, um cabeceio, a recepção do passe, o que é muito próximo do que já ensinamos aqui na escola. Vai ser um livro de futebol.
O livro do Grêmio – explica Mikhailenko.
EXPANSÃO DA MARCA E POSSÍVEL "FILIAL"
Em paralelo ao desenvolvimento do futebol chinês, o Grêmio procura introduzir e popularizar sua marca em solo asiático.
Plantar a "semente" entre os pequenos e ter seu nome arraigado ao ensino escolar é visto como um diferencial pelos gremistas, em uma competição contra gigantes europeus, que já têm suas marcas inseridas comercialmente no país oriental.
Mas não é o único prisma de negócios almejado pela delegação gremista.
Na China, a comitiva, em especial Bobsin, parte em busca de potenciais investidores para o clube.
Assim, entre os ensinamentos em campo, os gremistas visitarão empresas chinesas, que serão apresentadas a um vídeo institucional preparado pelo departamento de marketing do clube. Numa terceira frente, não está descartado atrelar a marca a uma equipe já existente, numa espécie de filial na China.
– A China é um mercado incrível, e é uma oportunidade de o Grêmio entrar lá com uma proposta inovadora, com as escolas chinesas, numa escola com 1,2 mil, 2 mil alunos.
É uma coisa estupenda. O diferencial é que os clubes vão lá no mercado. A proposta é outra.
Desde pequeno, vamos implantar. Nós vamos por partes, com a escola, para conhecer, ver como é.
Vamos mostrar o que é o clube, para as crianças terem vínculo com a marca Grêmio. Depois, pensamos nos avanços.
Para o Grêmio, é espetacular. É motivo de orgulho – ressalta Bobsin.
INTERCÂMBIO NO FUTURO
Após a implantação e o funcionamento pleno das escolinhas, o Grêmio também projeta o retorno na forma de talentos para as categorias de base.
O clube cogita, no futuro, realizar o intercâmbio entre jogadores e profissionais, tanto da China para o Brasil quanto no caminho inverso.
– Nós vamos trabalhar em cima de objetivos, para apresentar a marca.
Depois, vamos analisar um processo de seleção e detecção de talentos, com um segundo objetivo, que é trabalhar em cima de talentos e, quem sabe, criar um método de intercâmbio de atletas e de profissionais, tanto de lá para cá, quanto de cá para lá – destaca Otto.
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Além das disciplinas costumeiras, como o mandarim e a matemática, os pupilos terão em seu currículo escolar lições sobre o futebol, com modelo nos ensinamentos das escolinhas do Tricolor em Porto Alegre.
Trata-se de uma parceria entre o clube e o governo chinês para desenvolver o esporte no país.
E com ambições de sobra.
A meta dos governantes é potencializar o futebol da China, para que possa brigar com condição de protagonista na Copa de 2030.
O plano iniciou pela "ponta" da pirâmide, com a chegada de estrelas à liga principal do país, entre investimentos milionários.
Felipão, Luis Fabiano, Ramires e Renato Augusto são alguns dos profissionais brasileiros seduzidos pelos dólares do mercado chinês nos últimos anos.
Há, também, o cuidado com a formação dos pupilos. E aí está inserido um projeto lançado pelo Grêmio ainda em 2015.
No ano passado, o Tricolor firmou uma parceira com a escola Black Panthers, para ampliar a marca do clube na China e agregar valores à instituição chinesa.
As primeiras duas escolas do convênio já estão na ativa em solo oriental e receberão a visita de uma delegação com quatro representantes gremistas, que embarcou rumo a Zhuhai nesta sexta-feira.
O diretor geral da Escola de Futebol do Grêmio, Deco Nascimento, viajou acompanhado do chefe de gabinete da presidência, Marco Bobsin, do coordenador técnico William Mikhailenko e do supervisor da área de formação Daniel Otto.
O quarteto partiu munido de material didático e de vídeos para apresentar o clube aos chineses.
– Eles resolveram implantar o sistema que os transformaram em potência olímpica no futebol, para chegar a 2030 com possibilidade de disputar a Copa do Mundo.
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Nos 11 dias em que permanecerão em solo oriental, estão agendados treinamentos com professores e visitas institucionais a empresas.
A Black Phanters conta com 26 campos de futebol, 90 treinadores e tem em seu escudo uma pantera, animal que na cultura chinesa representa força, inteligência e paciência, características fundamentais para atletas em ascensão.
A meta gremista é implementar seus métodos em 40 escolas até o final do ano.
Escolinha leva cores do Grêmio na China (Foto: Hugo Manzanilla/Arquivo Pessoal)
LIVRO COM PRECEITOS TÁTICOS E TÉCNICOS
O pilar para a implantação dos ensinamentos vivenciados diariamente pelos alunos da escolinha do Grêmio no Cristal, em Porto Alegre, reside num livro didático, a ser repassado a professores e estudantes na China.
Nesta primeira etapa, os gremistas levarão o primeiro volume, desenvolvido por Mikhailenko e Otto, com uma introdução ao futebol, assim como à história do Grêmio.
A ideia é inserir o material didático à rotina escolar e aproximar os garotos do futebol com interação.
Em paralelo ao livro, um conteúdo em vídeo foi preparado para explicitar os ensinamentos.
O projeto prevê até cinco volumes, com níveis distintos para atingir todas as faixas etárias, entre os cinco e os 15 anos.
– A ideia é desenvolver cinco volumes. O primeiro com uma introdução ao futebol, com a história do clube e uma parte mais técnica.
Com desenvolvimento do passe, um cabeceio, a recepção do passe, o que é muito próximo do que já ensinamos aqui na escola. Vai ser um livro de futebol.
O livro do Grêmio – explica Mikhailenko.
EXPANSÃO DA MARCA E POSSÍVEL "FILIAL"
Em paralelo ao desenvolvimento do futebol chinês, o Grêmio procura introduzir e popularizar sua marca em solo asiático.
Plantar a "semente" entre os pequenos e ter seu nome arraigado ao ensino escolar é visto como um diferencial pelos gremistas, em uma competição contra gigantes europeus, que já têm suas marcas inseridas comercialmente no país oriental.
Mas não é o único prisma de negócios almejado pela delegação gremista.
Na China, a comitiva, em especial Bobsin, parte em busca de potenciais investidores para o clube.
Assim, entre os ensinamentos em campo, os gremistas visitarão empresas chinesas, que serão apresentadas a um vídeo institucional preparado pelo departamento de marketing do clube. Numa terceira frente, não está descartado atrelar a marca a uma equipe já existente, numa espécie de filial na China.
– A China é um mercado incrível, e é uma oportunidade de o Grêmio entrar lá com uma proposta inovadora, com as escolas chinesas, numa escola com 1,2 mil, 2 mil alunos.
É uma coisa estupenda. O diferencial é que os clubes vão lá no mercado. A proposta é outra.
Desde pequeno, vamos implantar. Nós vamos por partes, com a escola, para conhecer, ver como é.
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