
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
O Grêmio anunciou nesta semana a compra da gestão da Arena. As negociações se arrastaram por todo o mandato de Fábio Koff e passaram pela análise de que o vínculo anterior era danoso ao clube e por um aditivo no contrato até que se iniciassem as tratativas para que o clube passasse a administrar o novo estádio.
1. O início do impasse
Dias antes de reassumir a presidência do Grêmio, Fábio Koff concedeu entrevista aos colunistas de Zero Hora David Coimbra, Luiz Zini Pires e Diogo Olivier. No dia 15 de dezembro de 2012, Koff afirmou:
— Cabe ao Grêmio pagar a Arena. Como o Grêmio vai quitar a dívida é uma tarefa aos que vão administrar o clube. Vamos buscar recursos para pagar. A Arena não é nossa. Vamos levar 20 anos pagando.
2. Crise financeira
Em fevereiro de 2013, Koff disse que a situação financeira do clube era alarmante.
— As cláusulas alteradas são de conteúdo financeiro muito grande. Como é praticamente um novo contrato, tem que se ter todas as cautelas. Hoje, está difícil. O Grêmio praticamente não tem receita. Jogamos de noite para almoçar no dia seguinte — relatou.
Desde então, foram praticamente dois anos de negociações com a OAS, que passaram por mudanças no contrato original e no atraso da implosão do Olímpico — que era prevista inicialmente para 2013 e deve ser feito apenas em 2015.
3. Para entender o negócio
Foto: Diego Vara/Agência RBS/BD
Em março de 2013, Fábio Koff se reuniu com os dois ex-presidentes que geriram o clube durante a construção da Arena, Paulo Odone e Duda Kroeff, além do presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, para entender a situação contratual e a relação com a OAS. Um dia antes, Odone havia sugerido que "Koff assumisse a Arena" e mudasse para o novo estádio a administração do clube.
Koff manifestou insatisfação com o pagamento anual de R$ 41 milhões à Arena Porto-Alegrense para acomodar os sócios no estádio. Mais tarde, este seria o ponto de partida nas renegociações contratuais. À época, Koff aguardava os resultados de um estudo contratado junto a uma consultoria financeira para avaliar os aspectos centrais do empreendimento.
O presidente decidiu, então, atrasar a troca de chaves de Arena e Olímpico até que cláusulas do contrato fossem renegociadas.
4. Início das negociações
Em abril, o Grêmio já tinha conhecimento de parte do estudo realizado pela consultoria. Sabia que seria necessário sugerir alterações no contrato firmado com a OAS e negociá-las. A conclusão total da Arena foi comunicada pela OAS apenas em 15 de abril. A partir de então, uma comissão do Grêmio foi indicada para vistoriar o estádio.
No fim daquele mês, o estudo contratado apontou que assumir a gestão da Arena poderia ser a única saída para garantir a saúde financeira do clube nas próximas décadas. O acordo, que só foi concluído nesta semana, um ano e meio depois, passou a ser a prioridade da gestão Koff.
5. Aditivo no contrato original
Entre maio e junho de 2013, Koff se aproximou do acordo para alterações radicais no contrato com a OAS — o chamado aditivo —, que alterava pontos do acordo financeiro entre as partes. Entre os itens, o valor pago para acomodar os associados na Arena caía de R$ 41 milhões para R$ 21 milhões por ano.
6. A Arena é do Grêmio — Parte I
Foto: Jefferson Botega/Agência RBS/BD
Em 18 de junho de 2013, Fábio Koff disse pela primeira vez que "a Arena é do Grêmio". A frase era uma referência ao avaliado sucesso nas renegociações com a OAS, que permitiram ao clube projetar uma economia com o ônus pela construção do estádio.
— Valeu para mim tanto quanto a emoção que vivenciei em Tóquio — disse Koff, referindo-se à aprovação do aditivo pelo Conselho Deliberativo.
Apesar da renegociação, a gestão do estádio ainda cabia à Arena Porto-Alegrense. Tanto que o clube tentou montar uma promoção de ingressos para o jogo contra o Corinthinas, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e ainiciativa foi vetada pela gestora. A diferença para a nova assinatura passa por este ponto: a Arena Porto-Alegrense deixará de existir e a gestão da Arena será do Grêmio.
7. Novo atrito
Antes do Gre-Nal 398, por exemplo, Koff deu uma entrevista polêmica à Rádio Gaúcha sobre a Arena:
— O Grêmio tem que pedir licença para treinar e paga para jogar. O São Paulo estava Ameaçado de rebaixamento, como conseguiu lotar os estádios? Baixando o valor dos ingressos — ponderou. — É um negócio irreversível. A negociação não é a última. No curso de um contrato de 20 anos, teremos outras. O modelo do contrato é perverso. Estamos convivendo com essa dificuldade.
As declarações acirraram a rivalidade política de Koff com Paulo Odone.
8. Reclamações pós-vistoria
Foto: Carlos Macedo/Agência RBS/BD
Em novembro, o Grêmio reclamou e exigiu da OAS uma solução para cadeiras fantasmas e pontos cegos no estádio. Em dezembro, um ano depois da vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo na inauguração oficial da Arena, Koff ainda declarava um clima tenso com a OAS. Disse que o estádio não teria valor algum sem a presença do clube e, por isso, as negociações deveriam tomar um novo rumo. Odone, no entanto, reclamava da postura da atual direção.
A assinatura do aditivo com a OAS se arrastava. O impasse em relação à vistoria fez com que o Grêmio buscasse um ressarcimento. Desta forma, a aprovação do novo contrato no Conselho poderia ser aprovada, mas com ressalvas.
9. Assinatura do aditivo
A demora na assinatura do aditivo ao contrato com a OAS fez o Grêmio passar a pensar, em maio de 2014 na compra definitiva do estádio. O impasse era no recebimento da Arena alienada, ao contrário do Olímpico. Atrair investidores e assumir o financiamento foram as primeiras alternativas estudadas pelo clube.
O aditivo foi finalmente assinado, em sigilo definido pelas partes, no final de maio. O acerto definiu a redução no valor de pagamento por conta da migração dos sócios e a liberação de R$ 12 milhões para a conclusão do CT Hélio Dourado.
10. Compra da gestão no foco gremista
A assinatura, contudo, não finalizou o desejo de Koff em comprar a gestão do estádio — ao mesmo tempo, foi acertada uma carta de intenções para a transferência da gestão ao clube. No início de junho, o presidente deflagrou o que foi chamado de "Operação Grêmio" para estudar alternativas, iniciar as negociações e "aproveitar plenamente o potencial da Arena". O Grêmio definiu uma comissão para representá-lo nas negociações. Os integrantes eram Koff, o ex-conselheiro Irany Sant'Ana Júnior, o advogado Ricardo Lupion e o administrador Wagner Salaverry. A expectativa era finalizar o processo em menos de um ano.
11. A Arena é do Grêmio — Parte II
Foto: Ricardo Duarte/Agência RBS
A negociação da compra da gestão da Arena pelo Grêmio foi concluída nesta terça-feira. O valor estimado da negociação é de R$ 360 milhões. O valor será pago ao longo de 20 anos — nos primeiros seis, serão R$ 24 milhões, e a quantia será amortizada com o passar do tempo, em R$ 15,4 milhões nos 14 anos restantes.
Para que o negócio seja finalizado definitivamente, resta a aprovação do Conselho Deliberativo. Um edital de convocação extraordinária deve ser divulgado até o final da semana. Depois do acordo, Koff exaltou o sucesso das negociações.
— Se passaram dois anos daquela data em que falei que a Arena não era do Grêmio até hoje. Durante 22 meses da nossa administração, procuramos incessantemente alterar o contrato do Grêmio com a OAS. Eu não me lembro de um movimento maior em que eu estivesse envolvido do que este.
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1. O início do impasse
Dias antes de reassumir a presidência do Grêmio, Fábio Koff concedeu entrevista aos colunistas de Zero Hora David Coimbra, Luiz Zini Pires e Diogo Olivier. No dia 15 de dezembro de 2012, Koff afirmou:
— Cabe ao Grêmio pagar a Arena. Como o Grêmio vai quitar a dívida é uma tarefa aos que vão administrar o clube. Vamos buscar recursos para pagar. A Arena não é nossa. Vamos levar 20 anos pagando.
2. Crise financeira
Em fevereiro de 2013, Koff disse que a situação financeira do clube era alarmante.
— As cláusulas alteradas são de conteúdo financeiro muito grande. Como é praticamente um novo contrato, tem que se ter todas as cautelas. Hoje, está difícil. O Grêmio praticamente não tem receita. Jogamos de noite para almoçar no dia seguinte — relatou.
Desde então, foram praticamente dois anos de negociações com a OAS, que passaram por mudanças no contrato original e no atraso da implosão do Olímpico — que era prevista inicialmente para 2013 e deve ser feito apenas em 2015.
3. Para entender o negócio

Em março de 2013, Fábio Koff se reuniu com os dois ex-presidentes que geriram o clube durante a construção da Arena, Paulo Odone e Duda Kroeff, além do presidente do Conselho Deliberativo, Raul Régis de Freitas Lima, para entender a situação contratual e a relação com a OAS. Um dia antes, Odone havia sugerido que "Koff assumisse a Arena" e mudasse para o novo estádio a administração do clube.
Koff manifestou insatisfação com o pagamento anual de R$ 41 milhões à Arena Porto-Alegrense para acomodar os sócios no estádio. Mais tarde, este seria o ponto de partida nas renegociações contratuais. À época, Koff aguardava os resultados de um estudo contratado junto a uma consultoria financeira para avaliar os aspectos centrais do empreendimento.
O presidente decidiu, então, atrasar a troca de chaves de Arena e Olímpico até que cláusulas do contrato fossem renegociadas.
4. Início das negociações
Em abril, o Grêmio já tinha conhecimento de parte do estudo realizado pela consultoria. Sabia que seria necessário sugerir alterações no contrato firmado com a OAS e negociá-las. A conclusão total da Arena foi comunicada pela OAS apenas em 15 de abril. A partir de então, uma comissão do Grêmio foi indicada para vistoriar o estádio.
No fim daquele mês, o estudo contratado apontou que assumir a gestão da Arena poderia ser a única saída para garantir a saúde financeira do clube nas próximas décadas. O acordo, que só foi concluído nesta semana, um ano e meio depois, passou a ser a prioridade da gestão Koff.
5. Aditivo no contrato original
Entre maio e junho de 2013, Koff se aproximou do acordo para alterações radicais no contrato com a OAS — o chamado aditivo —, que alterava pontos do acordo financeiro entre as partes. Entre os itens, o valor pago para acomodar os associados na Arena caía de R$ 41 milhões para R$ 21 milhões por ano.
6. A Arena é do Grêmio — Parte I

Em 18 de junho de 2013, Fábio Koff disse pela primeira vez que "a Arena é do Grêmio". A frase era uma referência ao avaliado sucesso nas renegociações com a OAS, que permitiram ao clube projetar uma economia com o ônus pela construção do estádio.
— Valeu para mim tanto quanto a emoção que vivenciei em Tóquio — disse Koff, referindo-se à aprovação do aditivo pelo Conselho Deliberativo.
Apesar da renegociação, a gestão do estádio ainda cabia à Arena Porto-Alegrense. Tanto que o clube tentou montar uma promoção de ingressos para o jogo contra o Corinthinas, pelas quartas de final da Copa do Brasil, e ainiciativa foi vetada pela gestora. A diferença para a nova assinatura passa por este ponto: a Arena Porto-Alegrense deixará de existir e a gestão da Arena será do Grêmio.
7. Novo atrito
Antes do Gre-Nal 398, por exemplo, Koff deu uma entrevista polêmica à Rádio Gaúcha sobre a Arena:
— O Grêmio tem que pedir licença para treinar e paga para jogar. O São Paulo estava Ameaçado de rebaixamento, como conseguiu lotar os estádios? Baixando o valor dos ingressos — ponderou. — É um negócio irreversível. A negociação não é a última. No curso de um contrato de 20 anos, teremos outras. O modelo do contrato é perverso. Estamos convivendo com essa dificuldade.
As declarações acirraram a rivalidade política de Koff com Paulo Odone.
8. Reclamações pós-vistoria

Em novembro, o Grêmio reclamou e exigiu da OAS uma solução para cadeiras fantasmas e pontos cegos no estádio. Em dezembro, um ano depois da vitória por 2 a 1 sobre o Hamburgo na inauguração oficial da Arena, Koff ainda declarava um clima tenso com a OAS. Disse que o estádio não teria valor algum sem a presença do clube e, por isso, as negociações deveriam tomar um novo rumo. Odone, no entanto, reclamava da postura da atual direção.
A assinatura do aditivo com a OAS se arrastava. O impasse em relação à vistoria fez com que o Grêmio buscasse um ressarcimento. Desta forma, a aprovação do novo contrato no Conselho poderia ser aprovada, mas com ressalvas.
9. Assinatura do aditivo
A demora na assinatura do aditivo ao contrato com a OAS fez o Grêmio passar a pensar, em maio de 2014 na compra definitiva do estádio. O impasse era no recebimento da Arena alienada, ao contrário do Olímpico. Atrair investidores e assumir o financiamento foram as primeiras alternativas estudadas pelo clube.
O aditivo foi finalmente assinado, em sigilo definido pelas partes, no final de maio. O acerto definiu a redução no valor de pagamento por conta da migração dos sócios e a liberação de R$ 12 milhões para a conclusão do CT Hélio Dourado.
10. Compra da gestão no foco gremista
A assinatura, contudo, não finalizou o desejo de Koff em comprar a gestão do estádio — ao mesmo tempo, foi acertada uma carta de intenções para a transferência da gestão ao clube. No início de junho, o presidente deflagrou o que foi chamado de "Operação Grêmio" para estudar alternativas, iniciar as negociações e "aproveitar plenamente o potencial da Arena". O Grêmio definiu uma comissão para representá-lo nas negociações. Os integrantes eram Koff, o ex-conselheiro Irany Sant'Ana Júnior, o advogado Ricardo Lupion e o administrador Wagner Salaverry. A expectativa era finalizar o processo em menos de um ano.
11. A Arena é do Grêmio — Parte II

A negociação da compra da gestão da Arena pelo Grêmio foi concluída nesta terça-feira. O valor estimado da negociação é de R$ 360 milhões. O valor será pago ao longo de 20 anos — nos primeiros seis, serão R$ 24 milhões, e a quantia será amortizada com o passar do tempo, em R$ 15,4 milhões nos 14 anos restantes.
Para que o negócio seja finalizado definitivamente, resta a aprovação do Conselho Deliberativo. Um edital de convocação extraordinária deve ser divulgado até o final da semana. Depois do acordo, Koff exaltou o sucesso das negociações.
— Se passaram dois anos daquela data em que falei que a Arena não era do Grêmio até hoje. Durante 22 meses da nossa administração, procuramos incessantemente alterar o contrato do Grêmio com a OAS. Eu não me lembro de um movimento maior em que eu estivesse envolvido do que este.
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