
Símbolo da OAS foi tapado na Arena
Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Anunciada como uma das principais vitórias da atual gestão do presidente Fábio Koff, a compra da operação da Arena pelo Grêmio ainda tem seus mistérios. Entre eles, o silêncio da construtora OAS e a não divulgação do contrato entre o clube e a empresa que ergueu o estádio. O Conselho Deliberativo deve se reunir em novembro para votar o documento.
Mesmo assim, o tricolor gaúcho garante ter fechado o acordo pelo qual pagará R$ 360 milhões em 20 anos. Nos primeiros seis anos, serão parcelas de R$ 24 milhões anuais. Depois, o valor é diluído em 14 vezes de R$ 15,4 milhões por ano.
Para arcar com esta despesa extra e ainda bancar os R$ 40 milhões do custo operacional do estádio, o Grêmio cogita dobrar o ganho com o Quadro Social — dos atuais R$ 5 milhões para R$ 10 milhões mensais — ao racionalizar o uso do estádio, além de faturar com o aluguel de salas comerciais instaladas na Arena. Restaurantes, espaço para crianças, shows e parcerias com diversas empresas surgem nas projeções gremistas.
Basicamente, nos primeiros anos de gestão da Arena, o Grêmio teria um acréscimo de R$ 5,3 milhões na folha de despesas — R$ 2 milhões do pagamento do estádio e R$ 3,3 milhões de sua operacionalização. A duplicação do ganho com o Quadro Social seria o salvo conduto para abater este custo, ainda que hipoteticamente.
— O Grêmio deve ter estudado a fundo exatamente essa questão das finanças, da condição que tem hoje, e da condição futura que deve ter adquirindo a Arena. Com a negociação anterior com a OAS, tinha que ser repassado um valor referente aos associados a ser pago anualmente. Isso já é a diminuição de um custo. Em tese, é um dinheiro que começa a sobrar no caixa — afirma o especialista em Marketing Esportivo e coordenador da Empresa Jr. da ESPM-Sul, Fernando Trein.
Trein defende, a partir disso, a profissionalização da gestão do estádio para gerar novas receitas. Ele cita a Copa do Mundo como um exemplo a ser seguido, com o "match day", no qual o jogo de futebol encerra uma série de atividades na área do complexo.
— É uma questão de administrar melhor as receitas nos dias de jogo, trazer mais empresas. Na Copa do Mundo, não era apenas um jogo de futebol, mas uma série de entretenimento, algo oferecido pelas empresas para os torcedores. Espaços inclusive para as famílias. É preciso buscar outras possibilidades para fazer com que as pessoas entendam que não estão pagando apenas um valor nominal (pelo ingresso), mas que vem agregado a benefícios — acrescenta.
O gerente da área de esportes da consultoria BDO Brazil, Pedro Daniel, também considera viável o pagamento da Arena ao passo que se torna um "ativo novo" para as receitas do clube. Concorda que a visibilidade do negócio pode atrair o olhar de credores — a dívida do Grêmio chegou a R$ 276 milhões em 2013 —, mas não acredita que o fato possa causar uma avalanche de cobranças de dividendos.
Por fim, aborda a negociação dos naming rights, outra possibilidade de agregar valor ao estádio, com outro viés:
— Está se vendendo no Brasil a ideia de que naming rights é a exploração do nome da marca. Mas, na verdade, é uma plataforma comercial para essa empresa que está investindo, não simplesmente aparecer na televisão. O cliente ou sócio pode ganhar benefícios exclusivos lá dentro.
Despesas maiores que receitas
Enquanto prega a política de "pés no chão", o Grêmio viu sua dívida aumentar 46% de 2012 para 2013. E mora nesta constatação a preocupação do torcedor quanto ao pagamento integral da Arena. O clube fechou o ano passado com R$ 249,2 milhões em despesas frente a uma receita de R$ 197,7 milhões, gerando déficit de R$ 51 milhões.
Um estudo feito pela BDO Brazil constatou que em 2013 os 24 maiores times brasileiros investiram 77% das receitas em futebol. No caso gremista, o gasto chegou a 82%. O parâmetro ideal é apontado entre 60% e 65%.
— O Grêmio formou um time muito caro, mas a receita não foi compatível. A consequência disso é o resultado operacional. Nada mais é do que um retrato do futebol brasileiro hoje. Quando você investe muito em salário de atletas, por exemplo, não necessariamente significa retorno. Ao pé da letra, é um investimento arriscado. Deveria ser uma consequência — explica Pedro Daniel.
Por isso, para o analista da BDO Brazil, a aquisição do novo estádio deve ser vista como um investimento em infraestrutura, que, futuramente, pode trazer o retorno almejado pelo clube.
— Investimento em infraestrutura, no privativo, traz relacionamento oficial, marcas atreladas, dinheiro. Com dinheiro, monta-se um time competitivo. Com time competitivo, traz mais torcedores. Com tudo isso junto, aí vai ser campeão. Esse é o ciclo virtuoso — resume Pedro.
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Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
Anunciada como uma das principais vitórias da atual gestão do presidente Fábio Koff, a compra da operação da Arena pelo Grêmio ainda tem seus mistérios. Entre eles, o silêncio da construtora OAS e a não divulgação do contrato entre o clube e a empresa que ergueu o estádio. O Conselho Deliberativo deve se reunir em novembro para votar o documento.
Mesmo assim, o tricolor gaúcho garante ter fechado o acordo pelo qual pagará R$ 360 milhões em 20 anos. Nos primeiros seis anos, serão parcelas de R$ 24 milhões anuais. Depois, o valor é diluído em 14 vezes de R$ 15,4 milhões por ano.
Para arcar com esta despesa extra e ainda bancar os R$ 40 milhões do custo operacional do estádio, o Grêmio cogita dobrar o ganho com o Quadro Social — dos atuais R$ 5 milhões para R$ 10 milhões mensais — ao racionalizar o uso do estádio, além de faturar com o aluguel de salas comerciais instaladas na Arena. Restaurantes, espaço para crianças, shows e parcerias com diversas empresas surgem nas projeções gremistas.
Basicamente, nos primeiros anos de gestão da Arena, o Grêmio teria um acréscimo de R$ 5,3 milhões na folha de despesas — R$ 2 milhões do pagamento do estádio e R$ 3,3 milhões de sua operacionalização. A duplicação do ganho com o Quadro Social seria o salvo conduto para abater este custo, ainda que hipoteticamente.
— O Grêmio deve ter estudado a fundo exatamente essa questão das finanças, da condição que tem hoje, e da condição futura que deve ter adquirindo a Arena. Com a negociação anterior com a OAS, tinha que ser repassado um valor referente aos associados a ser pago anualmente. Isso já é a diminuição de um custo. Em tese, é um dinheiro que começa a sobrar no caixa — afirma o especialista em Marketing Esportivo e coordenador da Empresa Jr. da ESPM-Sul, Fernando Trein.
Trein defende, a partir disso, a profissionalização da gestão do estádio para gerar novas receitas. Ele cita a Copa do Mundo como um exemplo a ser seguido, com o "match day", no qual o jogo de futebol encerra uma série de atividades na área do complexo.
— É uma questão de administrar melhor as receitas nos dias de jogo, trazer mais empresas. Na Copa do Mundo, não era apenas um jogo de futebol, mas uma série de entretenimento, algo oferecido pelas empresas para os torcedores. Espaços inclusive para as famílias. É preciso buscar outras possibilidades para fazer com que as pessoas entendam que não estão pagando apenas um valor nominal (pelo ingresso), mas que vem agregado a benefícios — acrescenta.
O gerente da área de esportes da consultoria BDO Brazil, Pedro Daniel, também considera viável o pagamento da Arena ao passo que se torna um "ativo novo" para as receitas do clube. Concorda que a visibilidade do negócio pode atrair o olhar de credores — a dívida do Grêmio chegou a R$ 276 milhões em 2013 —, mas não acredita que o fato possa causar uma avalanche de cobranças de dividendos.
Por fim, aborda a negociação dos naming rights, outra possibilidade de agregar valor ao estádio, com outro viés:
— Está se vendendo no Brasil a ideia de que naming rights é a exploração do nome da marca. Mas, na verdade, é uma plataforma comercial para essa empresa que está investindo, não simplesmente aparecer na televisão. O cliente ou sócio pode ganhar benefícios exclusivos lá dentro.
Despesas maiores que receitas
Enquanto prega a política de "pés no chão", o Grêmio viu sua dívida aumentar 46% de 2012 para 2013. E mora nesta constatação a preocupação do torcedor quanto ao pagamento integral da Arena. O clube fechou o ano passado com R$ 249,2 milhões em despesas frente a uma receita de R$ 197,7 milhões, gerando déficit de R$ 51 milhões.
Um estudo feito pela BDO Brazil constatou que em 2013 os 24 maiores times brasileiros investiram 77% das receitas em futebol. No caso gremista, o gasto chegou a 82%. O parâmetro ideal é apontado entre 60% e 65%.
— O Grêmio formou um time muito caro, mas a receita não foi compatível. A consequência disso é o resultado operacional. Nada mais é do que um retrato do futebol brasileiro hoje. Quando você investe muito em salário de atletas, por exemplo, não necessariamente significa retorno. Ao pé da letra, é um investimento arriscado. Deveria ser uma consequência — explica Pedro Daniel.
Por isso, para o analista da BDO Brazil, a aquisição do novo estádio deve ser vista como um investimento em infraestrutura, que, futuramente, pode trazer o retorno almejado pelo clube.
— Investimento em infraestrutura, no privativo, traz relacionamento oficial, marcas atreladas, dinheiro. Com dinheiro, monta-se um time competitivo. Com time competitivo, traz mais torcedores. Com tudo isso junto, aí vai ser campeão. Esse é o ciclo virtuoso — resume Pedro.
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