
Foto: Gualter Naves/Light Press / Divulgação
Quando transferiu-se do Inter para o Cruzeiro em 2012, as palavras de Tinga apontavam para não apenas um contrato rentável oferecido a um jogador acima dos 30 anos, uma espécie de fim de carreira de luxo em um clube de ponta do futebol brasileiro.
O meia revelado no Grêmio, bicampeão da Libertadores pelo Inter, com passagem destacada no futebol alemão pelo Borussia Dortmund, falava em um projeto promissor que lhe foi apresentado em Minas Gerais:
— Quando conversaram comigo, pareciam que estavam dentro do vestiário, no meu dia a dia. Não tinha como não aceitar.
Alexandre Mattos, diretor de futebol do clube mineiro, havia explicado para Tinga que o primeiro ano de Gilvan Tavares, eleito presidente em outubro de 2011, organizaria mais uma vez o Cruzeiro como o clube vencedor da gestão da família Perrella, Zezé e Alvimar.
O antigo presidente foi responsável pela estruturação da "marca Cruzeiro" no final dos anos 1990, quando foi bicampeão da Libertadores (1997) e campeão da Recopa (1998) e abriu caminho para a tríplice coroa de 2003, o primeiro ano da Era dos pontos corridos no Brasileirão, em que o time treinado por Vanderlei Luxemburgo venceu o Mineiro, a Copa do Brasil e o Nacional.
Tavares assumiu em 2012 após sofrer com a possibilidade real do rebaixamento no ano anterior. Sofreu com atrasos de salário por conta das dívidas do clube e, para piorar, viu o rival Atlético-MG quase faturar o Brasileirão. Vender o argentino Montillo ao Santos por 6 milhões de euros (cerca de R$ 16,2 milhões na época) foi a alforria de Tavares.
Além de colocar as contas e salários em dia, o presidente partiu para o mercado em busca de jogadores que pudessem compor um grupo vencedor dentro e fora de campo. Começou com Tinga, mas partiu em busca de promissores como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Dedé, além de os já rodados Dagoberto, Bruno Rodrigo, Júlio Baptista, Ceará... Em dezembro, apostou em um técnico emergente, o mineiro Marcelo Oliveira, 59 anos, de boa passagem pelo Coritiba, para comandar seu elenco de estrelas. Formou uma família.
— As pessoas não entendem porque ganhamos. Somos muito amigos. Não é só futebol. Aqui no Cruzeiro, os 30 têm tratamento igual, os titulares e os reservas… Marcelo (Oliveira, treinador) trata o jogador de uma forma fora do normal. Cada problema que dá com um, nos reunimos, fazemos uma oração… Os problemas pessoais viram do grupo, nos ajudamos — explica Tinga.
O ano de 2012 também é emblemático para Alexandre Kalil e para o Atlético-MG. A Cidade do Galo consolidava-se como o maior o centro de treinamento do país, com quatro campos de futebol, academia, quadras poliesportivas... até um hotel cinco estrelas foi construído para os jogadores nos mais de 50 mil metros quadrados do complexo.
O repórter Léo Gomide, setorista do Atlético-MG, lembra que quando eleito presidente, em 2009, Kalil mudou o clube. O apelo popular, o embalo da torcida, o clube do acaso deixaram de ser predicados. Em campo, três treinadores foram contratados: Vanderlei Luxemburgo, Dorival Júnior e Cuca. Trabalhavam para os títulos. Fora dos gramados, Kalil agia de forma objetiva: organizou o departamento jurídico, a parte administrativa e financeira do clube.
— O Atlético-MG devia para o correio, departamento de água, tributos para a prefeitura — narra Gomide.
Cuca atuava como uma espécie de codiretor de futebol. Indicou as contratações de Leandro Donizete e Luan, jogadores de destaque do time de Levir Culpi, além de ter papel decisivo na contratação de Ronaldinho. A amizade com Assis, irmão e empresário do atleta, contribuiu. Desde junho de 2012, à exceção do Brasileirão e do Mundial, os objetivos foram cumpridos.
A poucos dias de encerrar seu segundo mandato, Kalil segue sua política de gestão com ações voltadas para o torcedor, como redução do preço de ingressos para os jogos no Independência. No confronto da última quarta, a volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo, o Atlético-MG doou mil ingressos para os primeiros mil doadores de sangue no hemocentro da cidade de Vespasiano, onde fica o CT Cidade do Galo. Ontem, confirmou que jogará a final do torneio no Independência, o Horto, fatídico para os adversários como cantam os torcedores das arquibancadas.
— O Independência foi a grande virada do Atlético-MG. É um time que perdeu o medo, que é respeitado — resumiu Kalil.
Compare o desempenho de Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG:
Inter
Folha de pagamento: R$ 9 milhões/mês
Sócios: 104 mil
(receitas)
Quadro social: R$ 60 milhões/ano
Patrocínio Banrisul: R$ 13 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 60 milhões/ano
(patrimônio)
Beira-Rio
Gigantinho
CT Parque Gigante (dois campos de treinamento)
CT de Alvorada (alugado para as categorias de base)
Centro de Eventos
Parque Gigante
(títulos desde 2012)
Gauchão 2012, 2013 e 2014
Grêmio
Folha de pagamento: R$ 6,5 milhões/mês
Sócios: 70 mil
(principais receitas)
Quadro Social: R$ 55 milhões/ano
Patrocínio Banrisul: R$ 13 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 60 milhões/ano
(patrimônio)
Arena do Grêmio
Estádio Olímpico (a ser entregue à OAS)
CT Presidente Luiz Carvalho (dois campos de treinamento)
CT Hélio Dourado (categorias de base)
CT do Cristal (escolinha)
Sede da Ilha Grande dos Marinheiros
(títulos desde 2012)
nenhum
Cruzeiro
Folha de pagamento: R$ 6 milhões/mês
Sócios: 60 mil
(principais receitas)
Quadro social: R$ 33 milhões/ano
Patrocínio BMG: R$ 17 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 70 milhões/ano
(patrimônio)
Toca da Raposa II (quatro campos de treinamento e hotel)
Toca da Raposa I (categorias de base)
Sede Campestre do Cruzeiro
Parque Esportivo do Barro Preto
Sede Administrativa Zezé Perrella
(títulos desde 2012)
Brasileirão 2013 e Mineiro 2014
Atlético-MG
Folha de pagamento: R$ 4,5 milhões/mês
Sócios: 40 mil
(principais receitas)
Quadro social: R$ 19 milhões/ano
Patrocínio BMG: R$ 17 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 70 milhões/ano
(patrimônio)
CT Cidade do Galo (quatro campos tamanho oficial e hotel)
Shopping Diamond Mall
Sede Administrativa de Lourdes
Vila Olímpica
Clube Labareda
(títulos desde 2012)
Mineiro 2012 e 2013, Libertadores 2013 e Recopa 2014
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Quando transferiu-se do Inter para o Cruzeiro em 2012, as palavras de Tinga apontavam para não apenas um contrato rentável oferecido a um jogador acima dos 30 anos, uma espécie de fim de carreira de luxo em um clube de ponta do futebol brasileiro.
O meia revelado no Grêmio, bicampeão da Libertadores pelo Inter, com passagem destacada no futebol alemão pelo Borussia Dortmund, falava em um projeto promissor que lhe foi apresentado em Minas Gerais:
— Quando conversaram comigo, pareciam que estavam dentro do vestiário, no meu dia a dia. Não tinha como não aceitar.
Alexandre Mattos, diretor de futebol do clube mineiro, havia explicado para Tinga que o primeiro ano de Gilvan Tavares, eleito presidente em outubro de 2011, organizaria mais uma vez o Cruzeiro como o clube vencedor da gestão da família Perrella, Zezé e Alvimar.
O antigo presidente foi responsável pela estruturação da "marca Cruzeiro" no final dos anos 1990, quando foi bicampeão da Libertadores (1997) e campeão da Recopa (1998) e abriu caminho para a tríplice coroa de 2003, o primeiro ano da Era dos pontos corridos no Brasileirão, em que o time treinado por Vanderlei Luxemburgo venceu o Mineiro, a Copa do Brasil e o Nacional.
Tavares assumiu em 2012 após sofrer com a possibilidade real do rebaixamento no ano anterior. Sofreu com atrasos de salário por conta das dívidas do clube e, para piorar, viu o rival Atlético-MG quase faturar o Brasileirão. Vender o argentino Montillo ao Santos por 6 milhões de euros (cerca de R$ 16,2 milhões na época) foi a alforria de Tavares.
Além de colocar as contas e salários em dia, o presidente partiu para o mercado em busca de jogadores que pudessem compor um grupo vencedor dentro e fora de campo. Começou com Tinga, mas partiu em busca de promissores como Éverton Ribeiro, Ricardo Goulart, Dedé, além de os já rodados Dagoberto, Bruno Rodrigo, Júlio Baptista, Ceará... Em dezembro, apostou em um técnico emergente, o mineiro Marcelo Oliveira, 59 anos, de boa passagem pelo Coritiba, para comandar seu elenco de estrelas. Formou uma família.
— As pessoas não entendem porque ganhamos. Somos muito amigos. Não é só futebol. Aqui no Cruzeiro, os 30 têm tratamento igual, os titulares e os reservas… Marcelo (Oliveira, treinador) trata o jogador de uma forma fora do normal. Cada problema que dá com um, nos reunimos, fazemos uma oração… Os problemas pessoais viram do grupo, nos ajudamos — explica Tinga.
O ano de 2012 também é emblemático para Alexandre Kalil e para o Atlético-MG. A Cidade do Galo consolidava-se como o maior o centro de treinamento do país, com quatro campos de futebol, academia, quadras poliesportivas... até um hotel cinco estrelas foi construído para os jogadores nos mais de 50 mil metros quadrados do complexo.
O repórter Léo Gomide, setorista do Atlético-MG, lembra que quando eleito presidente, em 2009, Kalil mudou o clube. O apelo popular, o embalo da torcida, o clube do acaso deixaram de ser predicados. Em campo, três treinadores foram contratados: Vanderlei Luxemburgo, Dorival Júnior e Cuca. Trabalhavam para os títulos. Fora dos gramados, Kalil agia de forma objetiva: organizou o departamento jurídico, a parte administrativa e financeira do clube.
— O Atlético-MG devia para o correio, departamento de água, tributos para a prefeitura — narra Gomide.
Cuca atuava como uma espécie de codiretor de futebol. Indicou as contratações de Leandro Donizete e Luan, jogadores de destaque do time de Levir Culpi, além de ter papel decisivo na contratação de Ronaldinho. A amizade com Assis, irmão e empresário do atleta, contribuiu. Desde junho de 2012, à exceção do Brasileirão e do Mundial, os objetivos foram cumpridos.
A poucos dias de encerrar seu segundo mandato, Kalil segue sua política de gestão com ações voltadas para o torcedor, como redução do preço de ingressos para os jogos no Independência. No confronto da última quarta, a volta da semifinal da Copa do Brasil contra o Flamengo, o Atlético-MG doou mil ingressos para os primeiros mil doadores de sangue no hemocentro da cidade de Vespasiano, onde fica o CT Cidade do Galo. Ontem, confirmou que jogará a final do torneio no Independência, o Horto, fatídico para os adversários como cantam os torcedores das arquibancadas.
— O Independência foi a grande virada do Atlético-MG. É um time que perdeu o medo, que é respeitado — resumiu Kalil.
Compare o desempenho de Inter, Grêmio, Cruzeiro e Atlético-MG:
Inter
Folha de pagamento: R$ 9 milhões/mês
Sócios: 104 mil
(receitas)
Quadro social: R$ 60 milhões/ano
Patrocínio Banrisul: R$ 13 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 60 milhões/ano
(patrimônio)
Beira-Rio
Gigantinho
CT Parque Gigante (dois campos de treinamento)
CT de Alvorada (alugado para as categorias de base)
Centro de Eventos
Parque Gigante
(títulos desde 2012)
Gauchão 2012, 2013 e 2014
Grêmio
Folha de pagamento: R$ 6,5 milhões/mês
Sócios: 70 mil
(principais receitas)
Quadro Social: R$ 55 milhões/ano
Patrocínio Banrisul: R$ 13 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 60 milhões/ano
(patrimônio)
Arena do Grêmio
Estádio Olímpico (a ser entregue à OAS)
CT Presidente Luiz Carvalho (dois campos de treinamento)
CT Hélio Dourado (categorias de base)
CT do Cristal (escolinha)
Sede da Ilha Grande dos Marinheiros
(títulos desde 2012)
nenhum
Cruzeiro
Folha de pagamento: R$ 6 milhões/mês
Sócios: 60 mil
(principais receitas)
Quadro social: R$ 33 milhões/ano
Patrocínio BMG: R$ 17 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 70 milhões/ano
(patrimônio)
Toca da Raposa II (quatro campos de treinamento e hotel)
Toca da Raposa I (categorias de base)
Sede Campestre do Cruzeiro
Parque Esportivo do Barro Preto
Sede Administrativa Zezé Perrella
(títulos desde 2012)
Brasileirão 2013 e Mineiro 2014
Atlético-MG
Folha de pagamento: R$ 4,5 milhões/mês
Sócios: 40 mil
(principais receitas)
Quadro social: R$ 19 milhões/ano
Patrocínio BMG: R$ 17 milhões/ano
Direitos de TV: R$ 70 milhões/ano
(patrimônio)
CT Cidade do Galo (quatro campos tamanho oficial e hotel)
Shopping Diamond Mall
Sede Administrativa de Lourdes
Vila Olímpica
Clube Labareda
(títulos desde 2012)
Mineiro 2012 e 2013, Libertadores 2013 e Recopa 2014
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